Laird Hamilton mistura manobras derivadas do windsurf e do kitesurf nas sessões de tow-in. Foto: Les Walker/Billabong Odyssey. |
Em cerca de dois anos da modalidade no país, já contamos com circuito brasileiro, atletas que vivem do esporte, escolinhas, sites e revista especializada.
As manobras realizadas no kitesurf têm aberto a minha mente no tow-in, e vice-versa.
No tow-in, já treinei muito e estou realizando bonitos flips, mas a pressão e altura que o kite imprime me deixavam um pouco “cabreiro” na hora de tentar a mesma manobra que já faço com certa facilidade no tow.
Laird Hamilton costuma finalizar suas ondas em
O campeão brasileiro Guilly em ação no quintal de casa. Foto: Charles Atomic. |
Jaws com lindos ”front rolls”. A base no kite e windsurf com certeza influenciou o ídolo
internacional.
É incrível a interatividade existente em esportes radicais como surf, snowboard, kite, tow-in e skate.
Algumas manobras realizadas hoje em dia por Kelly Slater vieram do skate. Os tops do snow, kite e tow realizam manobras muito parecidas e alguns casos até iguais.
Guilherme “Guilly” Brandão, atual campeão brasileiro de kitesurf, é paulista e treina sempre que o vento está forte, no quintal de casa, na
Mauka pratica o kitesurf de olho no aperfeiçoamento . Foto: Charles Atomic. |
paradisíaca Ilha Bela.
Além de excelente kitesurfista, Guilherme arrepia nas ondas e deixa qualquer um de boca aberta com seu talento.
No último domingo fui até a praia da Armação e encontrei a dupla G & G (Guilly e Guiga), amigos há longa data. Guiga costuma dar aulas de kite.
A melhor forma de evolução em qualquer esporte é acompanhar os maiores destaques no ramo.
Meu amigo Fernando Nabuco estava com seu barco pronto para um bom velejo e levou todos os amigos presentes para o outside. G & G testavam os novos modelos de kite Gastra e das pranchas Jimmy Lewis.
Charles “Atomic”, depois de ter rasgado sua pipa, ficou no barco comandando a minha câmera, enquanto a galera arrepiava ao lado e sobre a embarcação.
Guilly passou três vezes por cima do barco, deixando a galera em êxtase com a altura e plasticidade com que pulava sobre o barco.
Nas três oportunidades mandando back rools (voltas sobre o ombro) e handle passes (passar a barra por trás das costas).
“Gostei bastante do novo kite (Gastra) e das pranchas do mago de Maui, Jimmy Lewis, que não necessita de maiores apresentações”, declarou o garoto prodígio da Ilha Bela.
Não precisa mesmo Guilly. Afinal, a combinação entre a melhor prancha do mundo, uma excelente pipa e um atleta do seu nível só poderiam render o show dado por você.
Outro detalhe importante é que o kitesurf, assim como o jiu-jitsu, é muito técnico.
Depois de tentar diversas vezes uma manobra e “chapar” na água, recebi um pequeno toque de Guiga na última meia hora de luz que me rendeu muita diversão realizando “back rools”.
Atitude, garra e muito esporte, independente de qual seja. Aloha.