Inverno de contrastes

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Sunset do jeito que a galera gosta. Foto: Sylvio Mancusi.
Contrastes. Assim podem ser definidas as sessões de surf realizadas pelos competidores em Haleiwa, palco do OP Pro, e as sessões de free-surf em Laniakea.

 

Enquanto Laniakea quebrou clássica nos últimos três dias, com ondas variando entre 1 e 2,5 metros, em Haleiwa as ondas não passavam de 1 metro com péssima formação.

 

Depois de testemunhar três brasileiros serem eliminados nas péssimas condições – Heitor Pereira, Junior Faria e Bruno Santos – fomos checar Laniakea.

 

Visual de Laniakea, North Shore de Oahu. Foto: Sylvio Mancusi.
?Impressionante. Olha as ondas em Laniakea. Não era difícil mover o evento para essas direitas. Eles poderiam ter armado uma estrutura amadora na areia e botado para rolar. Agora a estrutura lá é profissional e o surf fica amador se comparado a Laniakea?, desabafa Bruno Santos, herói brasileiro em Pipeline.

 

A explicação é simples. Swell de Norte passa batido em Haleiwa, que recebe ondulações de Oeste. Porém, as direitas de Lani’s viram pistas longas e perfeitas. No sábado, com ondas de 1 metro, o crowd era impressionante.

 

Longboards eram maioria no outside e a idade média dos surfistas era 45 anos. No domingo as ondas subiram para cerca de 2 metros e o crowd amenizou. Junior Faria, Marcelo Trekinho e as brasileiras Carol Casemiro e Mariana deram as caras na hora do almoço.

 

Na segunda-feira as ondas aumentaram e Mariano Genestreti e Gimenez presenciaram a ação de dentro d?água em Lani’s. ?O Liam Mcnamara e o longboarder Bonga Perkins pegaram as melhores ondas?, afirma Gimenez.

 

Com o aumento da ondulação, Sunset também começou a quebrar, não com a perfeição máxima, mas suficiente para todos os brasileiros que disputam o WQS treinarem para suas baterias. Destaque para Neco Padaratz, que pegava uma atrás da outra.

 

O palanque em Sunset já está sendo montado e a ação deve rolar solta com a previsão de ondas de cerca de 2 a 2,5 metros entre quarta e quinta-feira. Outros contrastes relevantes são a alta temperatura da água no Hawaii e a falta de um grande swell no mês de novembro.

 

Na minha primeira caída no sábado fiquei impressionado com a temperatura da água, estava muito quente. Parecia a piscina descoberta do clube na hora do almoço – depois de horas de sol.

 

O local Tony Moniz (quatro décadas de surf no North Shore) avaliou os contrastes: ?Foi o pior mês de novembro que já presenciei. Não lembro de nenhum ano que não tenha rolado um swell de pelo menos 12 pés. E realmente a água está bem mais quente, parece verão. Esse El Niño não começou com o pé direito, mas tudo pode mudar de uma hora para a outra?, garante.


Para completar, os fundos de Rocky Point e Pipeline ainda estão cheios de areia ? que só devem voltar para a praia com a entrada de uma ou duas grandes ondulações. O jeito é torcer para que isso role o mais rápido possível.

 

Aloha