Irmãos de fé

O viajante

Eduardo e Guto Amorim juntos novamente depois de três anos. Foto: Guto Amorim / Superbank Images.

Era mais um dia normal para qualquer pessoa, menos pra mim.

 

Acordei cedo, na verdade não consegui dormir, pois a ansiedade era  grande. Eu ia embarcar para uma viagem inesquecível e realizar um sonho de criança com todas as fantasias que juntei ao longo de minha vida.

 

Preparei as malas com tudo que imaginava ser importante, como equipamentos, roupas, material de higiene pessoal, chequei os documentos, passagem e a grana, estava tudo preparado. Era hora de embarcar.

 

Logo na despedida, um clima diferente pairava no ar deixando amigos, parceiros e família

Visual da chegada na Austrália. Foto: Guto Amorim / Superbank Images.
tristes e felizes ao mesmo tempo, um sentimento muito especial. Na verdade eu estava partindo para visitar meu irmão, Guto Amorim, que há três anos trocou o sul do Brasil pelo leste Australiano.

 

No roteiro que ficou para trás, lembranças de São Paulo com brasileiros agitados e ansiosos como eu com suas respectivas viagens e destinos, trocas de gentilezas, compras de última hora, aquela sensação de que esqueceu alguma coisa, encontros e desencontros, sonhos e ilusões… Mais uma olhadinha pela janela e tchauuuu.

 

Partimos de São Paulo, cruzamos todo o continente sul americano para pousar em

Peterson Rosa, Guto e Eduardo e o fotógrafo Daniel Levy. Foto: Guto Amorim / Superbank Images.

Santiago, no Chile, depois de seis horas de vôo.

 

Nesta parte da viagem tenho a recordação do pôr-do-sol sumindo e arredondando a linha do horizonte (12 mil metros de altitude) e os rios Uruguai e Paraná (acho que eram eles..) juntos sob os meus olhos.

 

Mais à frente a cordilheira dos Andes despontando e completando o visual da viagem. Próxima parada: Nova Zelândia, país que chama atenção com sua natureza exuberante, destino perfeito para os amantes de aventura.

 

Tem gente que acha parecido com Floripa, pela combinação de praias, lagoas e montanhas compondo a paisagem. Essa etapa com certeza foi a mais longa, com aproximadamente 16 horas de vôo ininterruptos. Já tinha assistido uns cinco filmes, o Ocean’s Twelve umas duas vezes, até me dar conta que estava atravessando alguns oceanos.

 

A emoção ia aumentando, a chegada na Oceania estava anunciada, o nascer do sol nos acompanhava primeiro sobre as nuvens com um efeito de cores incomum, pelo menos para nós, terráqueos, e abaixo delas um visual maravilhoso com aquela cidade linda e muito diferente nos esperando de braços abertos. Quando achei que estava vendo a ponta de um iceberg gigante no meio do oceano, me dei conta que era a Opera House.

 

Sydney à vista. Depois de muitos check-ins, conexões, apresentações de passaporte, esperas intermináveis, ansiedade, sono, cansaço, chegou a hora da decolagem em Sydney, minha primeira parada na terra sagrada do surf. Agora era só aguardar o vôo doméstico com destino final ao aeroporto de Coolangatta, na costa leste da Austrália.

 

Enfim a chegada. Da janelinha do avião consegui identificar o Superbank e pelas linhas já sabia que tinha um swell me esperando. Quem também já estava me esperando no aeroporto era meu irmão Guto, o Daniel Levy, fotógrafo do Waves Austrália, e o ilustre tricampeão brasileiro Peterson Rosa, que estava visitando a galera entre as etapas de Fiji e Maldivas.

 

Austrália ao vivo e a cores… E que cores! De quebra fomos conferir o final de tarde em Snapper Rocks, o Maracanã aussie do surf, e da arquibancada contemplamos um lindo final de tarde cor de rosa atrás das montanhas. Quem já esteve por aqui e já conferiu esse visual sabe do que estou falando.

 

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