Jogada de mestre

Isolamento em G-Land

G Land, Indonésia

Rodrigo Miranda experimenta a sensação de surfar só com um amigo na água em G-Land. Foto: Arquivo Pessoal.
Visual incrível de um dos picos mais alucinantes da Indonésia. Foto: Arquivo Pessoal.

Uma das coisas mais legais quando se volta de uma viagem de surf é entrar em contato com os amigos que compartilharam aqueles momentos inesquecíveis com você.

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No final do mês de junho, depois de uma trip de altas ondas em G-Land, Indonésia, entrei em contato pela internet com amigos que fiz por lá.

 

Depois de trocarmos algumas fotos, perguntei como tinham sido os dois últimos dias da viagem, já que fui embora um pouco antes.

Fiquei sabendo pelo Marcelo de Deus, um paulista que estava em G-Land, que o pernambucano Rodrigo Miranda e o paulista Cris Mansur passaram os últimos dias da trip praticamente sozinhos no pico.

Mal pude acreditar. Logo enviei um e-mail para o Rodrigo perguntando sobre o ocorrido: “Fala Rodrigo, falei com o Marcelo e ele me disse que você e o Cris ficaram alguns dias em G-Land sozinhos. Me conta esta história”.

A resposta veio quase que instantaneamente, como só a internet pode proporcionar.

“O lance foi o seguinte: como você sabe, a Quiksilver preparou entre os dias 6 e 13 de junho umas filmagens com seus atletas em G-Land. Eles pagaram todos os surf camps para ter exclusividade lá, mas apenas o Bobby’s foi usado pela equipe deles. Os outros três estavam vazios”, relatou Rodrigo.

“A Quiksilver tem um contrato com o governo da ilha de Java até 2020 e é a única marca que pode realizar eventos exclusivos em G-Land, como campeonatos e outras coisas do gênero”, afirmou o pernambucano.

 

Neste momento fiquei imaginando aqueles tubos perfeitos de G-Land quebrando praticamente sozinhos. Rodrigo continuou:

“Eu ia embora no dia 3 de junho, mas me liguei que G-Land esvaziaria, pois a cada três dias rola a troca de hóspedes dos camps, sendo que em dias alternados. No dia 3 foram embora 30 pessoas do Bobby’s e não chegou ninguém. Porque ninguém ia passar três dias lá para ir embora no dia 6, sacou?”.

“No dia 4 foi embora todo mundo do Joyos e do Tiger, e no dia 5 foi embora todo mundo do G-Land Surf Camp. Quer dizer, cada dia havia menos gente na água (risos)! Eu e o Cris fizemos umas quedas de manhã cedo literalmente sozinhos no pico, só nós dois na água! Além disso as ondas continuaram quebrando com 2 metros até o dia de irmos embora. Mesmo à tarde surfamos com no máximo 30 pessoas no pico, espalhadas nas várias seções”, finalizou Rodrigo.

Normalmente as pessoas que se dão melhor em uma trip de surf são aquelas que tem disponibilidade de tempo, sensibilidade e inteligência para usufruírem dele. Jogada de mestre do Rodrigo e do Cris.

 

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