Este ano parece que vai superar o ano anterior em matéria de ondas grandes e perfeitas na praia de Itacoatiara, de Niterói (RJ).
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Toda semana um big swell aporta no pico, acompanhado de dias de gala na seqüência.
Os big riders locais, bem como os que vêm de fora domar as morras do lugar, não param de comemorar, pois o pico não deve a nenhum outro do País em tamanho de ondas.
Se for falar em pressão, poucos lugares do mundo acompanham o ritmo de Itacoatiara. Um exemplo disso foi a última terça-feira, dia 3 de julho.
Ondas grandes e com boa formação foram domadas pelos surfistas Peterson Rosa, Beg Rosemberg, Rafael Curi, Evaristo Ferreira, Marcílio Bequinho e Rafael Brasiliense, que se revezavam entre o Meio e o Costão. Perto do Pampo, Dudu Pedra, Bruno Buça e Eduardo Cebola se tacavam de bodyboard.
As ondas não estavam fáceis e Peterson Rosa chegou a pensar que poderia dropar as ondas do Meio da praia com uma prancha 6´3, mas logo desistiu da idéia quando sentiu que não dava pra remar nas morras, que ali chegavam fácil aos 8 pés.
O mar estava pesado e parecia estar subindo quando Beg Rosemberg entrou no mar, seguido pela bodyboarder local Paola Simão. Beg se dirigiu ao meio da praia e sentou mais pra fora do que os outros surfistas. Nessa hora subiu a maior série do dia até o momento e Beg não teve dúvidas, remando com vontade pra morra.
Ele pegou muita velocidade e ficou em pé no ?bump? da onda, dropando com segurança. A onda quebrou bonita e Bequinho ainda pegou a mesma onda mais do rabo, numa parte mais em pé, não tendo visto que Beg já vinha no trilho.
Beg, que estava feliz com a onda e provavelmente vai inscrevê-la no prêmio da maior onda surfada na remada, comentou, já fora d?água: ?Primeiro, agradeço a Deus que me presenteou com a maior série do dia, a Rodrygo Borges que acreditou em mim e me deu a prancha 8´10 com a qual surfei a onda e ao fotógrafo Bebeto Kastrup, que ficou horas para registrar um momento?.
Vale destacar as performances seguras dos outros surfistas, como o Rafael ?Cyborg? Brasiliense e o Peterson Rosa, que distribuía pauladas certeiras em ondas de 2 metros.
O depoimento de Peterson sobre Itacoatiara não pode passar em vão. ?Já surfei todo tipo de onda pelo mundo e me impressionei com o power das ondas daqui?. No dia seguinte, com as ondas baixando um pouco, mas ainda mantendo a força, Peterson saiu do mar com o ouvido avariado pela força de um caldo, mas estava amarradão com a vibe do local e das ondas.
É fato que Itacoatiara é uma onda de força extrema e tamanho quase imbatível no Brasil. Porém, as últimas performances dos big riders no pico deixam uma sensação de que o lugar estava congelado e adormecido por décadas e que nada existia antes dos prêmios de onda grande ? todos vencidos aqui, diga-se de passagem.
Mas essa impressão se dá pelo descaso das revistas especializadas de surf em relação ao pico – ?os buracos de Itacoatiara? é como a praia é lembrada nas revistas.
Até os surfistas mais famosos daqui raramente aparecem em ondas surfadas no local. Fotógrafos e surfistas de renome sempre estiveram em Itacoatiara, bem como soul surfers que nunca deixaram de dropar as grandes.
Será que agora Itacoatiara vai conseguir o verdadeiro título que merece: o de ser a onda mais respeitada do Brasil? Ah, só pra não esquecer, o mar no fim de tarde ficou tão perfeito e forte, que os bodyboarders locais Dudu Pedra, Eduardo Cebola, Felipe Olhão, Juan e Guido só saíram quando estava praticamente escuro.