Local Motion Pro

Jadson busca liderança

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Raoni Monteiro descola maior nota (9.70) da prova, mas cai na terceira fase do Local Motion Pro. Foto: Silvia Winik.

A chuva, felizmente, foi embora e a sexta-feira amanheceu com grandes ondas para a continuação do Local Motion Guarujá Surf Pro na Pérola do Atlântico, como é conhecido o famoso balneário paulista.

 

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As séries de 2,5 a 3,3 metros de altura transformaram o evento num verdadeiro desafio na praia do Tombo, inclusive com muitas pranchas sendo partidas em quase todas as baterias, pela força impressionante das ondas.

Owen Wright bota pra dentro na praia do Tombo. Foto: Silvia Winik.

 

Na caça aos tubos, o mais incrível foi surfado pelo carioca Raoni Monteiro que valeu nota 9,70, a maior de todas recebidas pelos surfistas até ali.

 

Depois, o australiano Owen Wright fechou a segunda fase com novo recorde de placar, somando 16,66 pontos de 20 possíveis nas duas notas computadas.

 

As disputas recomeçam às 8 horas no sábado e as finais no domingo estão previstas para acontecer entre 11 e 13 horas no Guarujá.

“Estou impressionado com as ondas aqui e só espero que continue assim”, destacou Owen Wright. “Estou amarradão. As

Jadson André busca liderança do WQS. Foto: Silvia Winik.

ondas estão bombando o tempo todo, a remada está bem difícil também, exige muito preparo físico, enfim, está demais o campeonato”, elogiou o único adversário de Jadson André na briga pela liderança do WQS.

 

“Eu vim pra cá sem pensar muito no ranking e na liderança. Quero apenas surfar bem, pegar boas ondas e me dar bem. Já tinha vindo uns anos atrás para cá disputar o ISA Junior em Maresias (São Sebastião-SP) e também tinha altas ondas lá. Estou impressionado com o Brasil”, reforçou Wright.

 

Já Raoni Monteiro foi eliminado na penúltima bateria do dia, mas continua como recordista de nota do Local Motion Guarujá Surf Pro.

 

“O mar ta forte pra caramba, tem uns buracos ali e logo que eu tava entrando na bateria vi que vinham uns triângulos que se, se posicionasse bem, dava pra pegar um tubão. E foi o que aconteceu. Procurei ficar mais embaixo do pico e veio a onda com um triângulo animal, vi que ia rodar o tubo, sai remando que nem um doido, peguei o tubo meio fechando, entrei, fiquei lá dentro e consegui sair. Foi alucinante”, contou Raoni Monteiro, que depois não conseguiu achar as ondas para seguir em frente.

Em seguida, foi iniciada a rodada dos 48 melhores e os primeiros classificados para o sábado foram o potiguar Jadson André, cabeça-de-chave número 1 do Local Motion Guarujá Surf Pro, e o irlandês Glenn Hall que ocupa o 16o lugar no ranking do WQS e está na briga direta para entrar no grupo dos 15 primeiros que são indicados para completar a elite mundial do ASP World Tour.

 

O 15o, Tanner Gudauskas, foi eliminado na estréia pelos brasileiros Raoni Monteiro (RJ) e Jano Belo (PB), o 14o Luke Munro, da Austrália, não veio para o Guarujá e o 13o é o catarinense Willian Cardoso, que também acabou barrado na sexta-feira.

“Estou muito feliz por ter avançado”, vibrou Glenn Hall. “Não foi uma bateria muito boa, está difícil de achar as ondas abrindo e as notas ficaram muito baixas. Acho que tive sorte de me classificar e bom também que o Tanner (Gudauskas) e outros caras que estão na minha frente já dançaram. Mas, ainda preciso passar mais baterias aqui para melhorar minha posição no ranking”, destacou o irlandês, que só entra no G-15 do WQS se chegar nas quartas-de-final do Local Motion Guarujá Surf Pro, ou seja, passar mais duas baterias.

Número 1 Já o potiguar Jadson André briga pela liderança do ranking com o australiano Owen Wright, que fez uma bela estréia batendo o recorde de pontos no Guarujá e também passou pelo último confronto da sexta-feira na praia do Tombo.

 

“O mar está muito difícil e não consegui pegar boas ondas, mas eu só queria mesmo era passar para a próxima fase, então estou amarradão por continuar na busca do meu objetivo aqui, que é alcançar a liderança do WQS. Quero continuar surfando tranqüilo, sem pressão, bateria por bateria, procurando sempre achar as ondas certas e surfar bem para ir avançando”, disse o vice-líder do WQS 2009.

Os únicos que ainda têm chances matemáticas de ingressarem no G-15 do WQS nesta semana são o irlandês Glenn Hall, o australiano Dion Atkinson (19.o lugar) e o gaúcho Rodrigo Dornelles (20.o), que fez uma dobradinha verde-amarela com o paulista Odirlei Coutinho na sexta bateria da terceira fase, com ambos despachando o defensor do título do Local Motion Guarujá Surf Pro, o americano Shaun Ward, e o tahitiano Alain Riou. Mas, para entrar na lista dos 15 para o ASP Tour, Dornelles precisa chegar na final em Guarujá.

 

“Comecei a bateria meio devagar, só pegando ondas fechando, mas depois tive sorte de pegar uma esquerda boa que foi minha melhor onda. O mar está bom, tem onda, mas está bem difícil de acertar as boas que abrem mais para a gente fazer as manobras”, contou Rodrigo Dornelles.

 

“As etapas daqui do Brasil são muito importantes. É a hora dos brasileiros se levantarem no ranking. Só o Jadson e o Willian (Cardoso) estão dentro dos 15 primeiros, então está mais do que na hora da galera reverter essa situação e colocar mais brasileiros nesta lista”, deseja o gaúcho que avançou para a rodada dos 24 melhores no Guarujá.

 

Aproximação Outros tentam se aproximar da zona de classificação, como é o caso do paulista Wiggolly Dantas (28o colocado no WQS) e o catarinense Marco Polo (30o), que venceu a disputa que tirou o franco-brasileiro Patrick Beven, niteroiense que vinha embalado de um ótimo terceiro lugar no ASP World Tour da França.

 

Ele competiu como convidado e despachou até o líder Joel Parkinson no caminho até as semifinais. O cearense Charlie Brown completou a dobradinha verde-amarela que também eliminou o australiano Jay Davies, um dos muitos surfistas que tiveram suas pranchas quebradas nas grandes ondas da sexta-feira.

 

“Está bem difícil de competir, mas tem altos tubões e estou dando tudo o que eu posso, é o esforço máximo para enfrentar essas condições extremas de surfe de hoje aqui no Tombo”, falou Marco Polo. “Eu quero avançar mais fases ainda para voltar a brigar pelas vagas no G-15. Já estive lá no início da temporada e depois sofri uma contusão que me prejudicou um pouco, mas estou firme aí de novo para tentar garantir minha classificação para o WCT esse ano ainda. Está difícil, mas vou brigar até o fim enquanto tiver chance”.

US$ 100 mil Quem também se destacou na sexta-feira foi o californiano Brett Simpson, que venceu o primeiro confronto do dia e repetiu a dose na nona bateria da terceira fase, com o guarujaense Junior Faria passando em segundo lugar para o sábado nessa. Em julho, Simpson faturou o maior prêmio da história do WQS pela vitória no US Open of Surfing em casa, 100.000 dólares.

“As ondas hoje aqui estão parecidas com as do US Open em Huntington Beach, grandes, com uma longa remada e uma ou duas manobras fortes”, comparou Brett, que também falou sobre o prêmio recorde que ganhou na Califórnia.

 

“Foi totalmente louco. Pra falar a verdade, nem pensava nisso durante todas as minhas baterias lá. Para mim era mais um campeonato, mas quando faltavam 15 minutos para terminar a final, comecei a pensar que o prêmio estava perto e depois da vitória foi uma sensação maravilhosa que com certeza eu nunca vou esquecer”, descreveu Brett Simpson.

Quarta fase

1 Jadson André (Bra), Victor Ribas (Bra), Renato Galvão (Bra)
2
Glenn Hall (Irl), Thiago Camarão (Bra), Beto Mariano (Bra)
3 Marco Polo (Bra), Yuri Sodré (Bra), Odirlei Coutinho (Bra)
4 Rodrigo Dornelles (Bra), Pablo Paulino (Bra), Charlie Brown (Bra)
5 Hizunomê Bettero (Bra),
Jayke Sharp (Aus), Junior Faria (Bra)
6
Patrick Gudauskas (EUA), Brett Simpson (EUA), Romain Cloitre (Fra)
7 Wiggolly Dantas (Bra),
Brandon Jackson (Afr), Diego Rosa (Bra)
8
Owen Wright (Aus), Travis Logie (Afr), Dion Atkinson (Aus)