Jadson André teve boa estreia no Quilksilver Pro, primeira etapa do ASP World Tour que rola em Snapper Rocks, Gold Coast, Austrália.
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O jovem potiguar demonstrou muita personalidade e confiança em sua bateria de estreia no ASP World Tour e não quis nem saber quem eram seus adversários.
Com um show de surf e 14.94 pontos somados, ele soube se posicionar e não deu chances aos locais Dean Morrison e Adam Melling
grandes conhecedores do pico, para avançar direto ao terceiro round da prova.
“Estou muito feliz! Na primeira bateria peguei logo o Dean Morrison que é local aqui e muito querido por todos e o Adam Melling que todo mundo diz que é a cópia do Mick Fanning, então acho que não tinha nada a perder, porque eles conhecem esta onda desde que nasceram”, diz Jadson André.
Com um backside pra lá de afiado, Jadson abriu a bateria com um bom tubo logo nos primeiros segundos e na sequência soltou o pé em diversas manobras ao longo da extensas direitas, para arrancar nota 7.17 logo de cara.
“Eu estava um pouco nervoso, pq era minha primeira bateria no ano, eu nunca tinha participado de uma no ASP World Tour, mas minha primeira onda foi alucinante, eu estava muito confiante em mim e na minha prancha. Já morei aqui uns cinco meses, então conheço um pouco esta onda. Foi show! Estou muito feliz!”, comemora Jadson empolgado.
Na sequência manteve posição e brigou de igual para igual durante o tempo restante do confronto, sempre na liderança. Para carimbar seu passaporte com estilo, conseguiu sua melhor nota no último minuto da bateria, quando encontrou uma onda que lhe valeu 7.67.
Como na primeira onda da bateria, ele dropou e fez o tubo logo na sequência. Saiu pela frente da cortina, passou a seção de espuma e mandou ver em outra sequência forte de manobras, com cutbacks, batidas e rasgadas, sempre aproveitando toda extensão da onda.
Adam Melling ficou com a segunda posição e 11.30 pontos, enquanto Dean Morrison ficou com a terceira e 11.17. Ambos irão encarar a repescagem agora.
Outro brasileiro que fez bonito foi o paulista Adriano de Souza. Em ondas com cerca de 1 metro e algumas séries maiores, ele não deu mole e garantiu sua passagem direto ao terceiro round, com drops atrasados atrás da pedra, cavadas fortes e ataques sem dó ao lip das ondas, para arrancar nota 8.23 dos juízes em sua melhor onda.
Com mais 5.67 pontos conquistados em uma onda intermediária ele somou 13.90, para mandar o taitiano Michel Bourez e o australiano Blake Thornton para a repescagem.
“Considero este um dos campeonatos mais importantes do Tour, pois além de ser a abertura do circuito, acontece em uma das melhores ondas do mundo. Todo mundo vem com vontade e quer começar com o pé direito”, ressalta Adriano de Souza.
“Cheguei aqui com 15 dias de antecedência e estive me preparando para este dia de estreia. O campeonato apenas começou. Este é um novo ano, com novas pessoas e novos talentos, portanto quero continuar evoluindo e tentando sempre mostrar o meu melhor”, conta Mineirinho.
O taitiano chegou perto e começou suas ondas com manobras muito fortes, porém caiu logo depois da manobra inicial em duas ondas que ofereciam alto potencial. Além de garantir as notas com um surf afiado, Adriano de Souza jogou forte e corretamente na marcação, impedindo com sucesso que Bourez tentasse uma virada.
“A estratégia é tudo. Hoje em dia, 70% da bateria é definida na estratégia. Cada um tem a sua e joga do jeito que for necessário. Dexei a galera brigando atrás da pedra e consegui minha nota boa com uma onda um pouco mais embaixo. Ela veio na hora certa e conseguir puxar a nota logo na primeira manobra. Estou muito feliz de ter avançado para o terceiro round”, comemora Adriano de Souza, com um largo sorriso estampado no rosto.
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Outros dois brazucas estrearam na prova, mas não tiveram a mesma sorte. Os catarinense Marco Polo e Neco Padaratz terão que encarar a repescagem.
Polo foi o primeiro a cair na água. Logo em sua bateria de estreia no ASP World Tour pegou pela frente um inspirado Kelly Slater, que deu show na bateria e atraiu uma multidão para assistir a ação. O australiano Ben Dunn foi o outro adversário.
Logo na metade da bateria, o eneacampeão mundial já colocou seus oponentes em combinação com notas 8.50 e 7.17. Não satisfeito, continuou seu show individual e ainda ampliou a vantagem com mais uma nota 9.27 ao esculachar a direita do pico. Facilmente encontrou um tubo no início da onda e depois colocou pressão nas manobras,
trabalhando seu repertório sempre no limite da radicalidade.
Enquanto Polo e Dunn brigaram o tempo todo por um bom posicionamento no pico, Slater investiu nas ondas que quebravam mais para dentro e ficou sozinho para escolher as que bem entendeu. Com 17.77 pontos somados, Slater venceu a bateria e teve a melhor atuação do dia. Ben Dunn ficou na segunda posição com 9.50 e Marco Polo na terceira com 7.34.
“Eu perdi uma onda muito boa no início da bateria. Vi rodar um bom tubo e foi muito frustrante, então senti que precisava ser mais paciente”, diz Slater.
“Depois tirei um 8.50 em uma onda que parecia que ia engordar, entrou meio lenta no início, mas alinhou e foi uma boa onda. Ainda peguei outra que foi a melhor que entrou na bateria para tirar o 9.27 que garantiu a vitória”, explica o norte-americano.
Neco Padaratz voltou ao Tour depois de um período afastado por causa de uma séria lesão, que lhe deu direito ao convite para contundidos oferecido pela ASP.
Ele não conseguiu um bom resultado nesta primeira bateria de retorno e vai para a repescagem depois de ficar em terceiro no seu duelo, com 6.64 pontos somados. Apesar de arrancar boas rasgadas e batidas, ele ainda não encaixou seu surf potente nas ondas do pico e acabou caindo na metade de algumas ondas.
Quem dominou a batalha foi o aussie Chris Davidson, que com 12.50 pontos somados com fortes manobras nas extensas direitas, deixou para trás o também aussie Taj Burrow, que obteve 9.13.
Taj vem de uma vitória no último Pipeline Masters e outra no WQS de Burleigh Heads que rolou na última semana, porém não se deu bem nas ondas de Snapper e terá que enfrentar a repescagem também.
Na sequência foi a vez do campeão mundial Mick Fanning ir para a água e levar o público ao delírio. Com sequências grandes de manobras levadas ao limite, ele se aproximou do placar de Kelly Slater ao somar 17.36 pontos. Fanning não deu chance alguma ao seu compatriota Kai Otton (11.53) e nem ao convidado Garret Parkes (10.77).
“Estou feliz por poder surfar Snapper bom para começar o ano. Fico feliz por ter passado a bateria e me recuperado da semana passada em Burleigh. Eu realmente mantive meu olhar em obter pontos, mas tudo deu certo, ainda bem”, diz o bicampeão mundial aliviado.
Em seguida, quem também fez a alegria do público foi o australiano Joel Parkinson, que defende o título desta etapa e com 13.17 pontos somados mandou para a repescagem o havaiano Kekoa Bacalso e o vencedor da triagem Blake Ainsworth.
Assim como no WQS em Burleigh, o tricampeão mundial Andy Irons não exibiu seu potencial e mais uma vez não empolgou o público. Apesar de ter uma legião de fãs na Austrália que tiraram fotos e pediram autógrafos, o máximo que ele conseguiu foram 5.83 pontos, em bateria vencida pelo aussie Tom Whitaker com 10.80 pontos. O também aussie Jay Thompson somou 10.66 e também caiu para a repescagem.
Um swell de Sul atinge a região e a forte correnteza dificulta a vida dos competidores que remam constante para voltar ao pico, principalmente na hora da maré vazia.
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Primeira fase do Quiksilver Pro 2010
1 Brett Simpson (EUA) 10.67, Dane Reynolds (EUA) 6.70 e Roy Powers (Haw) 6.24
2 Jeremy Flores (Fra) 12.67, Damien Hobgood (EUA) 12.23 e Matt Wilkinson (Aus) 7.97
3 Tiago Pires (Por) 13.26, Tanner Gudauskas (EUA) 12.70 e Bobby Martinez (EUA) 11.94
4 Adrian Buchan (EUA) 11.30, Travis Logie (Afr) 10.26 e C.J. Hobgood (EUA) 8.26
5 Kelly Slater (EUA) 17.77, Ben Dunn (Aus) 9.50 e Marco Polo (Bra) 7.34
6 Adriano de Souza (Bra) 13.90, Michel Bourez (Tah) 13.47 e Blake Thornton (Aus) 8.86
7 Chris Davidson (Aus) 12.50, Taj Burrow (Aus) 9.13 e Neco Padaratz (Bra) 6.64
8 Mick Fanning (Aus) 17.36, Kai Otton (Aus) 11.53 e Garret Parkes (Aus) 10.77
9 Joel Parkinson (Aus) 13.17, Blake Ainsworth (Aus) 9.73 e Kekoa Bacalso (Haw) 6.23
10 Bede Durbidge (Aus) 14.57, Mick Campbell (Aus) 14.10 e Craig Anderson (Aus) 6.16
11 Dusty Payne (Haw) 11.60, Jordy Smith (Afr) 9.10 e Drew Courtney (Aus) 4.76
12 Taylor Knox (EUA) 14.83, Luke Stedman (Aus)10.56 e Nathan Yeomans (EUA) 8.23
13 Tom Whitaker (Aus) 10.80, Jay Thompson (Aus) 10.66 e Andy Irons (Haw) 5.83
14 Luke Munro (Aus) 12.73, Daniel Ross (Aus) 11.27 e Kieren Perrow (Aus) 9.40
15 Owen Wright (Aus) 14.10, Fredrick Patacchia (Haw) 13.53 e Patrick Gudauskas (EUA) 8.73
16 Jadson André (Bra) 14.94, Adam Melling (Aus) 11.30 e Dean Morrison (Aus) 11.17
Segunda fase
1 Taj Burrow (Aus) x Garrett Parkes (Aus)
2 C.J. Hobgood (EUA) x Blake Ainsworth (Aus)
3 Bobby Martinez (EUA) x Craig Anderson (EUA)
4 Damien Hobgood (EUA) x Neco Padaratz (Bra)
5 Dane Reynolds (EUA) x Blake Thornton (Aus)
6 Jordy Smith (Afr) x Marco Polo (Bra)
7 Kieren Perrow (Aus) x Travis Logie (Afr)
8 Fredrick Patacchia (Haw) x Tanner Gudauskas (EUA)
9 Dean Morrison (Aus) x Matt Wilkinson (Aus)
10 Kai Otton (Aus) x Nathan Yeomans (EUA)
11 Kekoa Bacalso (Haw) x Jay Thompson (Aus)
12 Mick Campbell (Aus) x Adam Melling (Aus)
13 Michel Bourez (Tah) x Patrick Gudauskas (EUA)
14 Ben Dunn (Aus) x Daniel Ross (Aus)
15 Roy Powers (Haw) x Andy Irons (Haw)
16 Drew Courtney (Aus) x Luke Stedman (Aus)
Para conferir mais fotos, acesse o Flickr Gabriel Teixeira.