Hurley Pro

Jadson extrapola

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Jadson André registra maiores pontuações do Hurley Pro. Foto: © ASP / Rowland.

Depois de bater na trave na estreia, o potiguar Jadson André deu a volta por cima e registrou as maiores pontuações do Hurley Pro com uma belíssima atuação na repescagem.

 

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Em ondas de meio metro e formação prejudicada pelo vento, Jadson extrapolou nos aéreos e também soltou o pé nas batidas e rasgadas em Lower Trestles, Califórnia (EUA).

Inspirado, ele não deu chance alguma ao havaiano Dusty Payne. Com notas 9.43 e 8.37, o atleta de Natal deixou o adversário precisando de uma combinação de notas no total de 17.81 pontos.

Gabriel Medina não dá chance a Travis Logie na repescagem. Foto: © ASP / Kirstin.

Jadson estava tão à vontade que descartou notas 6.93, 8.17 e 6.37, enquanto Dusty obteve 6.17 e 6.93 nas duas melhores ondas.

Também voaram em grande estilo o paulista Gabriel Medina e o cearense Heitor Alves, que passaram pelo sul-africano Travis Logie e o paulista Miguel Pupo, respectivamente.

Depois de um início de bateria sem muitas emoções, Medina impôs forte ritmo e acertou belos aéreos de frontside para somar 7.33 e 8.77, dando-se ao luxo de descartar 7.23.

Sem o mesmo nível do adversário naquelas condições, Travis Logie sequer ameaçou a classificação de Medina e saiu da água em “combination”. Suas melhores notas foram 5.50 e 5.13.

Heitor Alves derrota Miguel Pupo por apenas 7 centésimos. Foto: © ASP / Kirstin.

 

“Graças a Deus consegui pegar bastante onda na bateria. Foi muito divertido, consegui soltar meus aéreos e surfar do jeito que eu gosto. Espero que na próxima fase tenha mais onda e o mar fique um pouquinho maior pra gente mandar outras manobras também”, diz Gabriel, 17 anos.

“Eu sabia que seria uma bateria difícil, pois o Travis, além de surfar muito bem, está há bastante tempo no Tour. Como o mar ainda tem pouca onda e a série demora pra entrar, procurei surfar tudo o que vinha ali no outside”, finaliza o atleta.

 

Outro que se deu bem nesta segunda-feira foi Heitor Alves. Em duelo acirradíssimo e decidido nas últimas ondas, o atleta de Fortaleza venceu Miguel Pupo por apenas 7 centésimos.

 

Miguel estava na frente com 6.50 e 7.50, enquanto Heitor tinha 7.00 pontos na melhor onda. Uma série nos minutos finais foi decisiva. Detentor da prioridade, Heitor pegou a primeira e arrepiou, completando dois aéreos de frontside para arrancar 7.87.

Na onda de trás, Miguel mandou uma bonita rasgada e finalizou com um aéreo rodando na junção. O paulista precisava de 7.38 e conseguiu 7.30.

 

“Quando soube que ia enfrentar Miguel, fiquei preocupado. Vi o moleque surfando esses dias aí e é inacreditável o talento que ele tem. Vinha testando as pranchas e o mar estava muito difícil, inconstante, e Miguel surfa muito em qualquer onda”, revela Heitor.

“Já havia o enfrentado em algumas baterias do WQS, com quatro atletas na água, mas acho que essa foi a primeira vez que caímos no homem-a-homem. Fiquei amarradão por ter vencido, pois a nova geração está vindo com tudo e esse moleque vai fazer muito estrago ainda”, elogia o cearense.

Além de Miguel, o Brasil perdeu Alejo Muniz e Raoni Monteiro, ambos derrotados em baterias com pouquíssimas ondas. Alejo cometeu dois erros cruciais e foi eliminado pelo havaiano John John Florence.

John John começou na frente com 8.93 em uma longa direita. Alejo esperou e teve a chance de dar uma bela resposta numa onda da série, mas não foi ousado quando teve oportunidade e somou 6.33.

Pouco tempo depois, de novo com a prioridade, o catarinense esperou a série muito lá fora e perdeu uma boa onda para John John, que estava mais embaixo. O havaiano não aliviou e deu um golpe fatal para arrancar 8.60 dos juízes e deixar Alejo precisando de combinação.

Na oitava bateria, Raoni Monteiro enfrentou o australiano Kai Otton e perdeu por muito pouco. O confronto chegou a ser reiniciado duas vezes por falta de ondas. Depois, Raoni e Otton travaram uma batalha acirrada, em ondas muito ruins.

A liderança foi revezada do início ao fim. Com uma direita avaliada em 5.93, Otton retomou a ponta nos minutos finais e deixou Raoni a 5.74 da vitória. Em sua última tentativa, o brasileiro conseguiu 5.23.

 

Agora, o Brasil tem quatro representantes na terceira fase do Hurley Pro 2011. Além de Gabriel Medina, Jadson André e Heitor Alves, classificados nesta segunda-feira, Adriano de Souza reforça o esquadrão canarinho na Califa. O guarujaense foi o único brasileiro que estreou com vitória na etapa.

 

Terceira fase do Hurley Pro 2011

1 Taj Burrow (Aus) x Kai Otton (Aus)
2 Adriano de Souza (Bra) x Jadson André (Bra)
3 Jeremy Flores (Fra) x Fred Patacchia (Haw)
4 Michel Bourez (Tah) x Heitor Alves (Bra)
5 Josh Kerr (Aus) x Gabriel Medina (Bra)
6 Kelly Slater (EUA) x Tom Whitaker (Aus)
7 Owen Wright (Aus) x John John Florence (Haw)
8 Damien Hobgood (EUA) x Kieren Perrow (Aus)
9 Adrian Buchan (Aus) x Chris Davidson (Aus)
10 Joel Parkinson (Aus) x Brett Simpson (EUA)
11 Julian Wilson (Aus) x Matt Wilkinson (Aus)
12 Mick Fanning (Aus) x Taylor Knox (EUA)