Líder isolado do WQS 2009, o potiguar Jadson André deu mais um importante passo para disparar na ponta da divisão de acesso do circuito mundial.
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Nesta sexta-feira, ele garantiu vaga nas quartas-de-final do Coca-Cola Surf Pro, etapa de nível 6 estrelas do WQS que vai até sábado, na praia de Itaúna, Saquarema (RJ).
Depois de ver o vice-líder Adam Melling cair na terceira rodada, Jadson passou pelo quarto round e trucidou o sul-africano naturalizado aussie Shaun Gossmann nas oitavas-de-final.
Os famosos aéreos espetaculares do potiguar deram lugar às
fortes rasgadas de frontside. Com uma ótima escolha de ondas, Jadson finalmente desencantou em Itaúna e arrancou dois high-scores (8.67 e 8.60) na esmagadora vitória sobre Gossmann.
“Esse é o meu objetivo. Estou evoluindo a cada bateria. Passei todas as outras em segundo, mas isso não importa. O que importa é passar as baterias e a hora de passar em primeiro é agora. Até que enfim consegui soltar meu surf e espero continuar nesse ritmo”, diz Jadson.
Com a classificação às quartas, o potiguar passa a totalizar 13.350 pontos no ranking. “Quero aproveitar essas etapas do Brasil pra não ficar dependendo de resultados no fim do ano”, comenta Jadson.
O surfista falou também sobre a derrota do vice-líder Adam Melling na última bateria da terceira rodada. Não estou pensando em ninguém, não estou torcendo contra ninguém. Quero apenas fazer meu trabalho, conquistar meus resultados e não depender dos outros”, conclui o atleta.
Na próxima rodada, Jadson enfrenta o australiano Brent Dorrington, companheiro de equipe do atleta. O aussie vem fazendo uma bela campanha em Saquá e passou pelo japonês Masatoshi Ohno pelo placar de 15.86 a 11.16 pontos.
“O começo foi um pouco devagar, mas depois consegui fazer duas notas 7.00. Estou amarradão”, diz Dorrington, que também falou sobre Jadson André, seu próximo oponente. “Ele é um dos melhores surfistas do Brasil, vai ser uma bateria dura. Espero vencer, mas vai ser uma parada dura”, acredita Dorrington.
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A terceira bateria foi bastante melancólica e teve apenas duas ondas razoáveis durante 25 minutos.
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Melhor para o paulista Hizunomê Bettero, que abriu vantagem sobre o amigo Pablo Paulino ao somar 6.00 e 4.67, contra apenas 1.00 e 0.73 do adversário.
“Bateria é assim, nem sempre vem onda. Independemente das condições, tem de fazer o seu melhor. Graças a Deus as poucas ondas vieram para mim e felizmente avancei para o próximo round”, afirma Hizunomê.
“Vou guardar todas as minhas energias para amanhã. Quero mostrar que era pra eu também estar participando do WQS e que tenho potencial para um dia, se Deus quiser, entrar no World Tour”, desabafa o atleta.
Depois de ajudar Pablo na quinta-feira, quando deixou o atleta pegar uma onda salvadora nos minutos finais, Hizu teve de deixar a amizade de lado na água e até vigiou o cearense até o fim.
“Ontem a bateria era composta por quatro pessoas. Eu estava passando em primeiro, tinha duas ondas boas e podia ajudá-lo. Se eu puder ajudar um amigo, com certeza vou ajudar, mas hoje era homem-a-homem. Era a minha hora, a gente já está competindo desde a triagem, ele me venceu, depois venci e ele me derrotou, aí, venci ontem e hoje. Agora é esperar amanhã e ver o que acontece”, finaliza Hizu.
“Tem de ter paciência. Troquei de prancha em cima da hora, pois notei que o mar estava diminuindo e fui surfar com uma prancha um pouco menor. Miguel está surfando muito, tem um talento incrível e tive sorte de pegar duas ondas boas, enquanto ele teve só uma boa. Estou amarradão por estar passando as baterias, ontem deu altas ondas, hoje está bom de novo. Saquarema é demais”, fala Dornelles.
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Na sexta bateria, o catarinense Neco Padaratz desferiu potentes rasgadas e batidas de backside para despachar o francês Romain Cloitre, derrotado por 15.93 a 7.00 pontos.
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“É uma grande motivação estar aqui com minha esposa e meu filho. A cada dia vou aprendendo novas coisas e tentando me aperfeiçoar”, comenta Neco.
O surfista vem crescendo bastante de produção e exibindo um surf de alto nível em Saquarema. Questionado se ainda está decepcionado com as pessoas que não acreditavam mais em seu potencial, Neco lamenta:
“Essas coisas ficam nas mãos de Deus. Só eu e minha mulher sabemos o que passei e da quantidade de pessoas que não acreditavam mais em mim. Nunca recebi um telefonema sequer na minha vida pra perguntar se precisava de ajuda. Hoje estamos tentando representar o surf no Brasil, o amor e a paixão que tenho por tudo o que faço, sem esperar por nada de ninguém”, desabafa Neco.
O último confronto das oitavas contou com um duelo brasileiro. Inspirado, o catarinense Willian Cardoso fez uma melhor escolha de ondas e não aliviou nos coices de backside para arrancar notas 7.17 e 8.33, deixando o carioca Leandro Bastos precisando de uma combinação de notas para virar o resultado.
“É muito difícil enfrentar Leandrinho aqui em Saquarema. Ele conhece muito bem a onda, inclusive já fiquei junto com ele aqui e sei o potencial que ele tem em Itaúna. Estou feliz porque consegui encaixar meu surf e peguei minha melhor onda no campeonato até agora”, comemora Willian.
Além de Leandro, outro surfista do Rio de Janeiro que deu adeus à prova foi Leonardo Neves. O local de Itaúna vinha arrebentando, mas não conseguiu entrar em sintonia com as ondas no duelo com o norte-americano Brett Simpson. O californiano abriu boa vantagem ao obter 7.00 e 7.23 nas duas primeiras ondas. Leo tentou reagir, mas somou 5.67 na melhor onda e perdeu precisando de 8.56.
Quartas-de-final do Coca-Cola Surf Pro 2009
1 Jadson André (Bra) x Brent Dorrington (Aus)
2 Hizunomê Bettero (Bra) x Royden Bryson (Afr)
3 Rodrigo Dornelles (Bra) x Neco Padaratz (Bra)
4 Brett Simpson (EUA) x Willian Cardoso (Bra)