Desert Point

Jamie O´Brien dribla o crowd

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Jamie O`Brien dá show de surf em meio ao crowd em Desert Point, Indonésia. Foto: Bia Silveira.

Desert Point. De deserto agora somente o nome. A cada swell, seus lindos tubos atraem dezenas de surfistas de todos os lados do globo.

 

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Pela proximidade a Bali, Indonésia – cerca de sete horas, entre a espera na balsa para Lombok e estrada – o crowd tem sido absurdo. Comparado somente a Pipeline, Hawaii, em plena temporada.

 

O agravante é que na Indonésia a maré define as horas boas de surf. Normalmente cerca de três horas por dia, agravando ainda mais a situação.

 

A maré boa começa a rolar e todos estão na água ao mesmo tempo. ?Mesmo com tanto crowd, sempre dá para fazer a cabeça. Essa onda é alucinante?, define Kailani Jabour.

 

Este ano, segundo a galera local nunca tantos surfistas freqüentaram Desert Point. Esta temporada começou quente, com uma sessão inesquecível surfada por Rob Machado, Shane Dorian e Jamie O?Brien no primeiro swell do ano, em junho.

 

Nas últimas duas semanas, dois swells bombaram forte agitando a ilha de Lombok. O primeiro foi clássico. Com melhor direção de swell (Sudoeste) e maior tamanho (cerca de 3 metros) e o segundo com 2 metros e maior influência de Sul.

 

Na água você encontra havaianos, europeus, argentinos, brasileiros, locais, entre outros, O crowd fica entre 50 e 80 cabeças na hora do auge.

 

Muitos brasileiros na água, entre eles Rodrigo Trajano, Alex Cohen, João e Kailani Jabour, entre dezenas de outros se dividiam em um crowd de hegemonia havaiana.

 

Os havaianos, segundo a galera do pico, começaram a freqüentar Desert há cerca de cinco anos. Desde então, toda temporada aparecem em uma turma de cerca de 20 integrantes, tornando o local praticamente uma ?segunda casa?? para eles. Sempre em maioria, o visual lembra ao crowd de Pipeline.

 

De qualquer maneira a onda impressiona e, muito. Extensão (cerca de 100 metros), power e duas a três sessões de tubos sobre uma rasa bancada de coral. Combinação espetacular.

 

Muitos tubos foram surfados. Jamie O?brien deu um espetáculo à parte com suas trocadas de base.

 

O pernambucano Hugo foi a Desert em 1998, com seus conterrâneos Eduardo Fernandes e Rodrigo Trajano e se apaixonou pelo local. Hoje ele é casado com uma mulher local e é dono do Warung, restaurante localizado em frente ao pico mais badalado.

 

Ele faz uma salada de fruta com granola preparada na hora e um PF (prato feito) que mistura todas as raças do surf na hora do rango.

 

?As dificuldades foram grandes devido à conversão de crença, de católico para muçulmano. Além de dificuldades com a aprovação da área para o restaurante. Mas realizei meu sonho?, sorri o pernambucano Hugo, que está há cinco anos longe do Brasil.

 

Nesta semana estão previstos mais dois swells. Enquanto tudo está pronto para a realização do WCT em Bali, as barcas rolam soltas nas milhares de ilhas da Indonésia.

 

Bancadas como Super Sucks, alguns picos das Mentawaii e Grajagan também quebraram de gala nestes últimos dias e prometem mais com os swells que estão chegando.

 

A temporada está bombando. Muitas águas irão rolar pelas bancadas afiadas do Oceano Índico.

 

Deus abençoe a todos.