Jihad barrado nos EUA

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Jihad Khodr aguarda regularização da documentação para retornar ao  Hawaii. Foto: Bruno Lemos / Lemosimages.com.
O paranaense Jihad Khodr foi barrado na escala do seu vôo para o Hawaii no aeroporto de Dallas e retornou ao Brasil, pois não possuia o visto de trabalho.

 

Seu manager, Rodrigo Baptista, o Tusca, admitiu que errou ao não providenciar o visto do atual campeão brasileiro.

 

Esta foi a segunda vez que o atleta tem problemas com a imigração norte-americana.

 

Em 2003, o competidor muçulmano filho de libaneses foi barrado em Washington e ficou cerca de cinco horas dando explicações aos agentes da imigração.

 

Na ocasião, Khodr disputaria o WQS em Huntington Beach, Califórnia, e só conseguiu entrar no país depois de responder um interrogatório, provar que era atleta profissional e que possuía dinheiro e limite no cartão de crédito, além de pagar US$ 200.

 

No OP Pro, ele está escalado como um dos principais cabeças-de-chave, mas a prova foi adiada novamente por falta de ondas. Todos os documentos estão sendo providenciados para que Khodr retorne a tempo de  competir nas etapas que encerram o WQS no Hawaii.


?O Jihad tinha visto de turista até 2009 e chegou a comentar que poderia ser barrado novamente se viajasse com este visto. Mas, este ano foi atribulado, atípico. Vacilei em não tirar o visto de negócios, como é correto?, reconhece Tusca.

 

?Se a escala fosse em Los Angeles, certamente não teria problema algum, pois a alfândega de lá já sabe que os surfistas competem no Hawaii. No entanto, o vôo passou por Dallas e aí deu todo este problema?, lamenta Tusca, que já recorreu até ao Ministério dos Esportes para tentar regularizar a situação do atleta.

 

O manager recebeu cartas de recomendação de todos os órgãos envolvidos com o esporte, como da Confederação Brasileira de Surf (CBS), da Association of Surfing Professionals (ASP), da ASP South America e até da ASP Hawaii, com todos confirmando o objetivo de sua viagem: representar o país nas etapas finais do WQS.

 

?Todos os competidores do WCT são orientados a tirar visto de negócios, pois estão a trabalho já que sua profissão é ser surfista profissional?, afirma Roberto Perdigão, da ASP South America, escritório regional da ASP na América do Sul.

 

A torcida é para que tudo seja solucionado para que o atleta, atual campeão brasileiro com excelente nível de aproveitamento, possa retornar com a documentação regularizada para competir no Hawaii.

 

No ano passado, Jihad Khodr ficou bem próximo de ingressar no grupo de elite do surf mundial. Neste ano, ele tem grandes chances de atingir o objetivo de entrar no WCT nas duas provas que fecham o WQS 2006.

 

O atleta está em casa no Paraná e foi orientado pelos patrocinadores a não dar qualquer entrevista sobre o assunto.

 

No total, 34 surfistas representam Brasil no OP Pro Hawaii, que até o dia 22 finaliza o WQS feminino em conjunto com a penúltima etapa do WQS masculino. As duas provas têm nível máximo seis estrelas e a vitória vale 2,5 mil pontos no ranking.

 

No feminino, são quatro brasileiras: Jacqueline Silva (SC), Cláudia Gonçalves (SP), Taís de Almeida (RJ) e Juliana Quint (SC). Já no Masculina são 30 competidores do Brasil, com cinco integrando a lista dos principais cabeças-de-chave.