#Seu estilo moderno e radical já vem chamando a atenção de todos há algum tempo. Fez bonito no ISA Games, em Durban, África do Sul, ao terminar na terceira colocação da categoria Open. E agora impressionou a todos com sua performance impecável durante a etapa de abertura do Billabong Pro Junior 2002, no último final de semana (20 e 21/07) em Maresias (SP).
Mostrando muita versatilidade, o jovem paranaense Jihad Kohdr deu show e não levou o campeonato por menos de meio ponto, uma diferença de apenas 0,47 para o pernambucano Bernardo Pigmeu, campeão da etapa. Aos 19 anos, Jihad é considerado uma das grandes promessas brasileiras para o WC. Em Maresias, contra os melhores surfistas brasileiros da nova geração, ele chegou decidido a vencer.
Na semifinal deu um passeio e na final começou muito bem, mas Pigmeu também estava inspirado e, para delírio do público, os dois fizeram um duelo digno de surfistas gabaritados e muito experientes. Depois de pegar a melhor onda do campeonato, que lhe valeu uma nota 9, Pigmeu deixou Jihad numa situação difícil, precisando de 9,11 pontos para virar.
#Mostrando muita calma e objetividade, o paranaense soube esperar o momento certo e, faltando só alguns segundos para o término da disputa, pegou uma onda excelente, fez várias manobras radicais e fechou com um aéreo, mas os juizes deram 8,63 pontos. ?Eu surfei mais, porém o Pigmeu deu sorte de pegar a melhor onda. Mas estou muito feliz com o meu desempenho e agora vou com tudo para a decisão… e vou para ganhar?, disse animado Jihad, que faturou US$ 1.000 pelo 2º lugar.
A competição, com o patrocínio da Nutry, valeu como a primeira seletiva para definir a equipe brasileira para o Mundial Pro Júnior (até 20 anos), em novembro, na Austrália. Serão duas etapas e estarão classificados os seis melhores do ranking. A decisão do time brasileiro acontece nos dias 28 e 29 de setembro em local a ser definido, provavelmente na Ilha do Mel, litoral paranaense ? para alegria de Jihad.
O Billabong Pro Júnior é realizado desde 98, quando a Association of Surfing Professionals (ASP) criou o Mundial Profissional para os surfistas com até 20 anos de idade. A idéia foi montar uma estrutura para os novos talentos se familiarizarem com o Circuito Mundial, criando uma nova cultura entre os surfistas amadores e recém-profissionais. Uma mentalidade voltada para o planejamento da carreira e uma oportunidade de crescimento técnico e até físico.
#E para não atrapalhar os estudos da garotada, são realizadas seletivas regionais onde os melhores de cada continente disputam a grande final, o Billabong World Champs, com US$ 45 mil de premiação e 48 surfistas. Cada um dos sete escritórios regionais da ASP selecionará seis atletas e outros seis convidados completam a lista.
As três primeiras versões foram disputadas no Hawaii. Em 2001 e neste ano, o local escolhido foi Phillip Island, na Austrália. Só para dar uma idéia da força do campeonato, o primeiro campeão mundial foi o havaiano Andy Irons, que este ano já venceu duas etapas do WCT e é líder isolado do ranking. O australiano Joel Parkinson, outra estrela da nova geração do WCT, foi bicampeão pro júnior, em 99 e 2001.
Isso porque em 2000 o carioca Pedro Henrique levou o caneco. Além do título de Pedrinho, o Brasil sempre esteve bem representado nos quatro anos do Mundial, com destaque para os cariocas. Na primeira disputa, Yuri Sodré foi o 7º colocado. No ano seguinte, Daniel Hardman também ficou em 7º lugar. Já no ano passado, Bruno Santos terminou na 5ª posição.