Joaca tem final regada a churrasco e chimarrão

Rodrigo Dornelles - SuperSurf 2004, Joaquina

Rodrigo Dornelles comemora a vitória na Joaquina. Foto: Ricardo Macario.

Neste domingo o surfe gaúcho tem motivos de sobra para comemorar, de preferência com muito churrasco e chimarrão, a vitória de Rodrigo “Pedra” Dornelles na etapa de abertura do SuperSurf 2004.

 

Isso porque o vice-campeão foi outro gaúcho, Daison Pereira, que assim como Pedra é local da cidade e Torres, com ambos contando com grande apoio da torcida durante toda a competição.

 

Entre as mulheres, a vitória ficou com a cearense Silvana Lima, que na final derrotou a paulista Suelen Naraisa e comprovou ser uma das grandes revelações da nova geração do surfe brasileiro. A praia da Joaquina amanheceu com ondas de 1,5 metros na série e boa formação, penteadas por um forte vento nordeste.

 

Pedra leva o primeiro título do SuperSurf para o Rio Grande do Sul. Foto: Ricardo Macario.
A competição foi iniciada com as semifinais femininas. A primeira envolveu Silvana e a local de Saquarema Alessandra Vieira. Com uma melhor escolha de ondas, a cearense venceu por uma boa diferença de pontos, 14.00 contra 10.07, e garantiu uma vaga na final.

 

Depois foi a vez de Suelen carimbar seu passaporte ao derrotar a tricampeã brasileira Andréa Lopes, dessa vez por uma diferença mais apertada – 12.17 contra 9.54 de Lopes.

 

Na última bateria da prova, a disputa foi bastante acirrada, mas novamente Silvana foi superior e sacramentou sua primeira vitória no SuperSurf com uma boa esquerda, em que marcou 6 pontos e totalizou 12.84 pontos, contra 11.67 de Suelen.

 

Silvana Lima confirma o favoritismo e vence seu primeiro título no SuperSurf. Foto: Ricardo Macario.
“Primeiro tenho que agradecer a Deus pelas boas ondas aqui na Joaca e também à minha mãe e todos que torcem por mim. Perdi duas finais no ano passado, mas agora chegou a minha vez. Estou muito feliz por ter vencido minha primeira etapa no SuperSurf e agora vamos com tudo para tentar o título brasileiro”, disse Silvana, que embolsou R$ 5 mil pela vitória.

 

No masculino, a primeira semifinal incluiu Rodrigo Dornelles e o jovem guarujaense Gilmar Silva e foi realizada em um dos melhores momentos do mar. A briga foi boa, com ambos surfando com força e velocidade, mas Pedra mostrou mais determinação e venceu, além de marcar a maior nota da competição (9.67) e a maior média do evento – 18.67, contra 16.57 de Gilmar.

 

A cearense é uma das maiores revelações do surfe brasileiro. Foto: Ricardo Macario.
A segunda semi teve Daison contra o carioca Pedro Henrique, que continuou apostando nos aéreos para se dar bem. Porém, ele não encontrou boas ondas e acabou desperdiçando algumas oportunidades de pontuar ao tentar voar e não completar as manobras. O gaúcho fez um surfe lipe-base e confirmou a final 100% gaúcha na Joaquina.

 

Durante a final o vento aumentou e acabou estragando as ondas, além de dificultar o trabalho dos competidores. Desse jeito, a escolha de ondas se tornou a arma fundamental para alcançar a vitória, e Pedra soube aproveitar melhor as ondas da série para pontuar e se distanciar de Daison.

 

Daison Pereira ficou em segundo lugr na decisão 100% gaúcha. Foto: Ricardo Macario.
Com duas notas bastante altas, um 8.67 e um 9, ele deixou o amigo precisando de uma combinação de notas para reverter o resultado. O tempo foi passando e Daison não encontrou ondas que proporcionassem boas manobras, mas no final a torcida iria comemorar de qualquer jeito a vitória de Torres no circuito brasileiro profissional.


“O Pedra (Dornelles) pegou as melhores ondas na final e não me deu qualquer chance”, reconheceu Daison Pereira. “Mesmo assim, estou amarradão com o segundo lugar e agora vou com tudo brigar pelo título brasileiro. O campeonato foi show pra mim, foi show pro Pedra, foi show pro Rio Grande e foi show principalmente para Torrica, que merecia um resultado irado assim”, vibrou Daison, que faturou R$ 9.600 pelo vice-campeonato.


Pedro Henrique abusou das manobras aéreas durante todo o evento e terminou na terceira posição. Foto: Ricardo Macario.
Sem patrocínio, Pedra disse que vai investir o premio de R$ 22 mil na carreira. “Estou sem patrocínio desde o ano passado e esse dinheiro veio em ótima hora para a viagem que farei para a Austrália, onde vou competir em três etapas seguidas do WQS”, contou o atleta de 30 anos, muito emocionado com a vitória inédita para o estado do Rio Grande do Sul no SuperSurf.


O próximo confronto da elite do surfe nacional será nos dias 21 a 25 de abril na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

 

O SuperSurf 2004 é uma realização do Grupo Abril e da Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP) e têm como patrocinadores principais a Volkswagen, a Skol e a TIM, além do co-patrocínio da Garnier Fructis e apoio da Suncoast by C&A. Esta primeira etapa em Santa Catarina também contou com a importante parceria da Prefeitura Municipal de Florianópolis, da Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e da Rede Atlântida FM.

 

Resultados do SuperSurf da Joaquina

 

1 Rodrigo Dornelles (RS) – R$ 22 mil

2 Daison Pereira (RS) – R$ 9,8 mil

3 Gilmar Silva (SP)

3 Pedro Henrique (RJ)

 

Feminino

 

1 Silvana Lima (CE) – R$ 5 mil

2 Suelen Naraísa (SP) – R$ 2,5 mil

3 Alessandra Vieira (RJ)

3 Andréa Lopes (RJ)

 

SuperSurf 2004 – ranking brasileiro após 1 etapa

 

1 Rodrigo Dornelles (RS) 1000

2 Daison Pereira (RS) 860

3 Pedro Henrique (RJ) 730

3 Gilmar Silva (SP) 730

5 Leonardo Neves (RJ) 610

5 Beto Fernandes (SP) 610

5 Jojó de Olivença (BA) 610

5 Jihad Kohdr (PR) 610

9 Anselmo Correia (RJ) 500

9 Flávio Costa (BA) 500

9 Dunga Neto (CE) 500

9 Lucinho Lima (CE) 500

9 Tânio Barreto (AL) 500

9 Fábio Gouveia (PB) 500

9 Fabrício Júnior (RN) 500

9 André Silva (CE) 500

 

Ranking brasileiro feminino

 

1 Silvana Lima (CE) 1000

2 Suelen Naraisa (SP) 860

3 Andréa Lopes (RJ) 730

3 Alessandra Vieira (RJ) 730

5 Taís de Almeida (RJ) 610

5 Francisca Pereira (SP) 610

5 Juliana Guimarães (RJ) 610

5 Juliana Quint (SC) 610

 

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