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Kelly Slater reina em Trestles

Kelly Slater conquista sua 50ª vitória em etapas do WCT.


Kelly Slater, 40 anos, conquistou a sua quinquagésima vitória no ASP World Tour, com o tricampeonato consecutivo no Hurley Pro Trestles. Foi a segunda nesta temporada e a sexta em oito finais nas ondas de Lower Trestles, na Califórnia, EUA. A primeira vez que ele decidiu um título nesta etapa em San Clemente foi em 2004 e perdeu para o mesmo Joel Parkinson, 31, que enfrentou na bateria final nesta quinta-feira nos Estados Unidos.

Com a segunda vitória no ASP Tour 2012, Slater sobe para terceiro no ranking que continua liderado por Mick Fanning, 31. Se vencesse, Parkinson assumiria a ponta, mas permaneceu em segundo lugar. Adriano de Souza, 25, perdeu para Parko nas semifinais e retornou ao seleto grupo dos top-5 do ranking mundial, que é completado pelo havaiano John John Florence, 19, na quarta posição. A próxima etapa da corrida do título começa em 28 de setembro na França.

"Eu entrei na final sentindo que não tinha nada a perder, porque o Parko (Joel Parkinson) era o cara do campeonato", disse Kelly Slater. "Ele era o destaque em cada rodada, parou o Medina (Gabriel Medina) de forma incrível e hoje também tirou grandes notas. Eu consegui pegar boas ondas para me soltar um pouco, mas achei que ele ficou muito quieto lá fora. Talvez por aquela direita que passou por ele e eu peguei mais embaixo. Esse foi o ponto decisivo para mim. Cada campeonato que eu ganhei, sempre teve algum momento em que as coisas saíram do meu jeito".

Slater usou a tática de sair pegando ondas para construir uma boa vantagem no início da bateria, enquanto Parko escolheu aguardar pelas maiores das séries que demoravam bastante para entrar na grande final. Kelly já tinha 14,33 pontos quando Joel remou para a sua primeira onda boa na metade da bateria. Mas, Slater estava mais embaixo e destruiu a direita jogando muita água nas batidas e rasgadas, invertendo a rabeta para ganhar 7,83 e aumentar a diferença para 9,83.

Faltando dez minutos, Parkinson repete o seu ataque mortal de frontside nas direitas de Lower Trestles, lincando as manobras com velocidade usando todo o espaço da onda com grandes arcos, para arrancar a maior nota da bateria até ali, 8,33. Só que Kelly logo dá o troco em outra direita perfeita para aplicar uma série de seis manobras até finalizar com um lindo 360, recebendo 8,67 para fechar em 16,50 a 14,00 pontos o placar da sua quinquagésima vitória em etapas do WCT.

"Foi legal ganhar minha vitória número 50 aqui. Foi aqui que eu ganhei o meu primeiro evento como profissional e foi ótimo obter mais uma vitória", disse Slater. "Eu sabia que essa bateria era fundamental para mim. Se perdesse, o Parko ficaria com 2.000 pontos a mais e isso faria muita diferença na classificação. Agora vamos para a Europa ver como serão as etapas lá para saber quem vai brigar pelo título no Hawaii".

Vitória que vale título – A vitória em Lower Trestles tem um sabor especial, enigmático. Desde 2008, o vencedor desta etapa acaba se tornando o campeão mundial da temporada. Foi assim com o próprio Kelly Slater quando recuperou o caneco de melhor do mundo em 2008, com Mick Fanning em 2009 e de novo com Slater no bicampeonato em 2010 e 2011, quando aumentou para onze o seu recorde de títulos mundiais na ASP.

E a performance de Slater em Lower Trestles é impressionante. Nos últimos dez anos, incluindo 2012, só não subiu ao pódio em 2003. Depois, fez cinco finais seguidas. Perdeu a primeira para o próprio Joel Parkinson em 2004, no ano seguinte a primeira vitória na final contra Phillip Mc Donald, em 2006 foi superado de novo por Bede Durbidge, mas derrotou o havaiano Pancho Sullivan em 2007 e o australiano Taj Burrow em 2008.

Em 2009, parou na semifinal contra Mick Fanning, que venceu naquele ano. Na quinta-feira, o maior ídolo do esporte conseguiu duas vinganças. Passou por Mick Fanning na semifinal e bateu Joel Parkinson na reedição da sua primeira decisão em 2004. O tricampeonato foi iniciado com outra vingança, desta vez contra Bede Durbidge que o derrotou em 2006. No ano passado ganhou de Owen Wright e agora de Joel Parkinson.

"Fazer final é sempre um bom resultado", disse Joel Parkinson. "A derrota no Taiti doeu muito, porque foi no fim da bateria. Eu estava surfando bem esta semana aqui. Estava indo tudo bem. Toda vez que eu remava lá para fora, vinha um monte de ondas pra mim, mas na final o mar deu uma parada. Foi uma daquelas baterias que você sente que depende exclusivamente da natureza e não há nada mais que se possa fazer".

Melhor do dia – Adriano de Souza não conseguiu fazer sua segunda final neste ano, mas foi o recordista de pontos no último dia do Hurley Pro Trestles. Ele totalizou 18,30 pontos de 20 possíveis com as notas 9,30 e 9,00 que recebeu na primeira metade do duelo brasileiro com Gabriel Medina na repescagem. A bateria chegou a ser interrompida quando restavam 17 minutos para o término, por causa de uma forte neblina que impedia a visualização dos juízes. Quando retornou, não entrou mais nenhuma onda boa para Medina tentar a virada e Mineirinho seguiu para a revanche contra John John Florence nas quartas de final.

"Eu fiz uma bateria muito boa contra o Gabriel (Medina). Alguns meses atrás, ele me bateu no US Open e agora consegui vencê-lo", disse Adriano de Souza, após a vitória sobre Medina. "O Gabriel surfa muito e é um bom competidor. Ele vai estar disputando o título mundial em breve e isso é bom para o Brasil. Eu usei a tática de pegar várias ondas no início para colocar pressão sobre ele e deu certo".

Mineirinho derrotou John John Florence e garantiu seu retorno ao grupo dos Top-5 do WCT com a classificação, seguindo com chances de título mundial. Na semifinal, Parkinson achou as melhores ondas da bateria e surfou no critério que os juízes queriam ver, variando as manobras sempre executadas nos pontos mais críticos nas direitas perfeitas de Trestles. Parko logo computou duas notas na casa dos nove pontos para chegar a sua segunda final consecutiva.

Vice-campeão de novo – Porém, pela terceira vez o australiano terminou como vice-campeão. Perdeu a decisão do Billabong Rio Pro para John John Florence no Brasil, para Mick Fanning nos últimos segundos da final do Billabong Pro Tahiti nos tubos de Teahupoo e agora para Kelly Slater na etapa que abriu a segunda metade da temporada 2012 do ASP Tour nos Estados Unidos. Se vencesse, tirava a liderança de Mick Fanning, porém só conseguiu diminuir a vantagem para menos de 3.000 pontos.

Hurley Pro Trestles 2012

1 Kelly Slater (EUA)
2 Joel Parkinson (AUS)
3 Mick Fanning (AUS)
3 Adriano de Souza (BRA)
5 John John Florence (HAW)
5 Jordy Smith (AFR)
5 Taj Burrow (AUS)
5 Adrian Buchan (AUS)
9 Julian Wilson (AUS)
9 Jeremy Flores (FRA)
9 Josh Kerr (AUS)
9 Gabriel Medina (BRA)
13 Heitor Alves (BRA)
13 Alejo Muniz (BRA)
25 Miguel Pupo (BRA)
25 Jadson André (BRA)

Campeões do Hurley Pro

2012 – Kelly Slater (EUA)
2011 – Kelly Slater (EUA)
2010 – Kelly Slater (EUA)
2009 – Mick Fanning (AUS)
2008 – Kelly Slater (EUA)
2007 – Kelly Slater (EUA)
2006 – Bede Durbidge (AUS)
2005 – Kelly Slater (EUA)
2004 – Joel Parkinson (AUS)
2003 – Richie Lovett (AUS)
2002 – Luke Egan (AUS)
2001 – Não aconteceu
2000 – Andy Irons (HAW)

Top-22 do ASP World Tour 2012 – 6 etapas

1 Mick Fanning (AUS) – 41.250 pontos
2 Joel Parkinson (AUS) – 39.700
3 Kelly Slater (EUA) – 35.450
4 John John Florence (HAW) – 32.650
5 Adriano de Souza (BRA) – 30.650
6 Taj Burrow (AUS) – 30.150
7 Josh Kerr (AUS) – 25.700
8 Jeremy Flores (FRA) – 23.200
9 Owen Wright (AUS) – 23.150
9 Jordy Smith (AFR) – 23.150
11 Julian Wilson (AUS) – 22.900
12 Gabriel Medina (BRA) – 19.950
13 C. J. Hobgood (EUA) – 18.450
14 Adrian Buchan (AUS) – 16.150
15 Heitor Alves (BRA) – 13.750
16 Michel Bourez (TAH) – 12.500
17 Brett Simpson (EUA) – 11.500
18 Alejo Muniz (BRA) – 11.450
18 Kai Otton (AUS) – 11.450
20 Damien Hobgood (EUA) – 11.250
21 Miguel Pupo (BRA) – 10.250
22 Tiago Pires (PRT) – 10.200
———-outros brasileiros:
30 Raoni Monteiro (BRA) – 5.500 pontos
33 Jadson André (BRA) – 4.250
36 Willian Cardoso (BRA) – 1.500

Vídeo das finais
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