Kiko Ferreira em busca das grandes

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#O carioca Evaristo “Kiko” Ferreira, 29 anos, partiu para sua oitava temporada havaiana. “Kiko”, como é conhecido faz parte da nova geração de big riders brasileiros e há alguns anos vem ganhando destaque na mídia com sua atuação nas big waves.

“Minha expectativa é a melhor possível. Já fui para lá com patrocinío, sem patrocinío e apenas com apoio. Desta vez, estou indo muito bem amparado e possuo muito mais recursos”, conta Ferreira, que tem o patrocinío da Tavarua, roupas de borracha Mormaii, calçados Drop Shoes e óculos Ruthless.

Kiko começou a pegar onda no Arpoador (RJ). Na época, segundo ele, tinha uma galera carioca muito boa para se inspirar como João o Capilé.

#”Eu tinha esses caras como ídolos. Um dia o Capilé me disse que o bom surfista era o que dominava as ondas grandes. Nessa época, a galera ainda me tirava de maroleiro”, explica.

Em 89, ele partiu para o Hawaii. Chegando lá, encontrou séries de 15 a 18 pés quebrando. “A maioria dos caras não entraram. Eu decidi cair e o pessoal que estava na praia me aplaudiu. Percebi que era isso que queria”, afirma Kiko.

Kiko estava cansado de disputar campeonatos em condições difíceis e ondas pequenas.

O seu objetivo para esta temporada é dropar Mavericks. “Estarei monitorando os swells e quando estiver rolando as ondas, estarei lá para dropa-las”, prevê o surfista, que domará os vagalhões pela primeira vez.

#”Meu sonho é dropar uma onda de 30 pés na remada, possivelmente a minha realização na profissão acontecerá quando eu conseguir isso”.

Kiko já surfou em Teahupoo (Tahiti), Cortez Bank (Califórnia), Baja Califórnia (México), Waimea e Phantons (Hawaii), Todos os Santos (México), Arica (Chile), entre outros picos assustadores.

Para ele, a pós-graduação no surf de ondas grandes rola quando o surfista dropa ondas como Teahupoo, Cortez Bank e Mavericks. “Percebemos que não somos nada, o quanto somos pequenos”, conta.

Sua preparação antes do drops mais cascas se resume em ir para um canto e conversar com Deus. “O que tiver que acontecer está escrito, temos que estar muito bem treinados para enfrentar essas condições de extremo risco”, explica.

Quando está na sua casa em Florianópolis (SC), onde mora atualmente, ele costuma variar os treinos entre a musculação, natação, corrida na areia fofa e ciclismo, além dos exercicíos de apnéia. “O segrefo é ter fé em Deus, um bom preparo físico e equipamento de confiança”, esclarece.

Na sua opinião, o melhor surfista é o Kelly Slater. “Ele surfa bem ondas pequenas e grandes, por isso é o melhor”. Entre os brasileiros, destaca na frente Rodrigo Resende. “Ele é o mais destemido e atirado, nunca o vi puxando o bico, por mais crítica que fosse a situação”.

Em segundo, vem Carlos Burle, que para ele merece todo os frutos que vem colhendo nos últimos tempos. “Ele é superprofissional, dentro e fora d’água, veste a camisa do Brasil do verdade”, afirma Kiko.

As únicas reclamações de Kiko são com algumas empresas do mercado. “Queria pedir para que elas reconheçam nosso trabalho, pois ele é muito perigoso e é feito com amor. Elas tem que investir mais nos atletas, temos vários caras talentosos que não tem apoio, como Gutemberg Goulart, Dê da Barra, Sthephan Figueiredo. Eles tem uma capacidade muito boa, que está sendo jogada fora por falta de reconhecimento”, disse.

Além dos patrocinadores, o atleta conta com as pranchas de Igor Havenga e Newton Andrade, acessórios Wet Dreams e da agência de viagens Lab Tour.