Red Nose Pro

Kymerson inspirado

Krystian Kymerson , Red Nose Pro 2015, praia do Santinho, Florianópolis (SC).

1999x1332
Capixaba Krystian Kymerson totaliza 16,64 pontos em 20 possíveis. Foto: © WSL / Smorigo

 

Uma quarta-feira de muita chuva, ventos fortes e frio na Ilha de Santa Catarina, mas com a Praia do Santinho bombando ótimas ondas de 3 a 4 pés durante todo o segundo dia do Red Nose Pro Florianópolis SC. Foram realizadas vinte baterias, as oito que restavam para fechar a rodada inicial e metade das 24 da segunda fase, quando entram os principais cabeças de chave da etapa do QS 6000 apresentada pelo Costão do Santinho Resort. O número 1, Alex Ribeiro, foi batido pelo catarinense Caetano Vargas na primeira bateria, mas se classificou em segundo lugar para a terceira fase. Já o destaque do dia foi mais uma vez o capixaba Krystian Kymerson, com seus aéreos arrancando duas notas na casa dos 8 pontos para totalizar 16,64 pontos de 20 possíveis.

Clique aqui para ver as fotos

“Estou muito feliz porque mais uma vez eu consegui achar as ondas certas para mandar os aéreos de novo como ontem (terça-feira)”, disse Krystian Kymerson, que despachou um dos surfistas que defendiam vaga na lista dos dez indicados pelo WSL Qualifying Series para a elite dos top-34 do WCT, Ryan Callinan. O australiano estava se classificando até o último minuto, quando o pernambucano Ian Gouveia destruiu uma longa esquerda para passar em segundo lugar. “Foi uma bateria muito disputada, com todos surfando boas ondas, então estou contente com minha atuação e por ter passado em primeiro. Mesmo com a chuva o dia inteiro, tem altas ondas e vamos com tudo pra próxima fase para tentar passar mais baterias até conseguir um bom resultado aqui, que é o meu grande objetivo”.

1999x1332
Alex Ribeiro também avança no Red Nose Pro 2015. Foto: © WSL / Smorigo

Os outros integrantes do G-10 que competiram na quarta-feira foram o paulista Alex Ribeiro e o norte-americano Kanoa Igarashi, que se classificaram em segundo lugar nas suas baterias. O número 5 do ranking e cabeça de chave número 1 do Red Nose Pro Florianópolis SC abriu a segunda fase perdendo para o catarinense Caetano Vargas, com ambos eliminando o francês Diego Mignot e outro catarinense, Beto Mariano. Caetano já havia vencido a primeira bateria do campeonato na terça-feira e ficou feliz por Alex Ribeiro também continuar na disputa do título na Ilha da Magia, que vale 6.000 pontos e um prêmio de 25 mil dólares.

“Estou feliz por ter vencido mais uma bateria e feliz por ele (Alex Ribeiro) ter passado também para a próxima fase”, disse Caetano Vargas. “Eu tive bastante paciência para escolher as ondas certas, fiquei analisando o mar desde manhã cedinho e consegui encontrar boas ondas para avançar mais uma fase. Bom que o Alex (Ribeiro) passou também, porque estou torcendo para ele trocar resultados aqui no Brasil para garantir mesmo a vaga dele no WCT, pois merece estar lá e estou feliz por continuar competindo nesse evento’.

Alex Ribeiro já ultrapassou a barreira dos 20.000 pontos no ranking nas etapas portuguesas da “perna europeia” do WSL Qualifying Series, mas prefere não comemorar a classificação ainda: “Eu só vou acreditar quando acabar o ano e eu ver meu nome na lista. Até lá eu tenho que trabalhar bastante ainda, pois tem esse evento aqui, depois outro QS 6000 na Bahia e o QS 10000 em Maresias (SP), sem falar nas duas últimas etapas do Havaí. Então tem muita coisa pra rolar, muitos pontos em jogo e prefiro aguardar o anúncio oficial da minha vaga, pois só aí eu vou acreditar mesmo que entrei no WCT”.

1999x1332
Caetano Vargas tem ótimas atuações na praia do Santinho. Foto: © WSL / Smorigo

ATLETA RED NOSE – Já o norte-americano Kanoa Igarashi teve que disputar a segunda vaga na sua bateria com o ainda recordista absoluto do Red Nose Pro Florianópolis SC, o catarinense Willian Cardoso, que na terça-feira ganhou uma nota 9,37 e totalizou imbatíveis 17,17 pontos de 20 possíveis. Kanoa liderou a bateria até o paulista Deivid Silva disparar na frente escolhendo boas ondas para mostrar o seu repertório de manobras modernas. Ele é um dos grandes valores da nova geração do surfe brasileiro, conquistou o título sul-americano Pro Junior da WSL South America em 2014 e 2015 e é patrocinado pela Red Nose.

“Eu acabei errando no começo da bateria, deixando passar uma onda muito boa pro Kanoa (Igarashi), aí tive que correr atrás e estou feliz por ter começado o campeonato do meu patrocinador (Red Nose) com vitória”, disse Deivid Silva. “Eu tive que ficar tranquilo para escolher as ondas certas. Consegui tirar um 6,93 e depois entrou aquela direita pra mim que rendeu um 8,60 para passar para primeiro. Eu ainda fiquei na expectativa até o fim porque o Willian (Cardoso) surfa muito forte e eu sabia que se ele pegasse uma onda boa poderia virar o resultado. Mas, deu tudo certo e estou feliz por ter passado para a terceira fase”.

1999x1332
Deivid Silva estreia muito bem no campeonato do seu patrocinador. Foto: © WSL / Smorigo

O jovem americano Kanoa Igarashi também ficou satisfeito pela classificação e não escondeu que o seu objetivo é a vitória no Red Nose Pro Florianópolis SC: “Estava difícil de achar as ondas boas e eu fiquei bem nervoso durante a bateria. O vento aumentou e as ondas ficaram mexidas, mas ainda bem que consegui avançar para a próxima fase. Meu objetivo é vencer esse evento. Eu não fico pensando em passar baterias para melhorar meu ranking, estou só pensando em vencer. Acho que essas ondas se encaixam bem com o meu estilo de surfe, as pranchas estão boas, então vou fazer o meu melhor para chegar na final e vencer”.

VICE-CAMPEÃO – Quem também estreou bem na quarta-feira e quer a vitória na etapa do QS 6000 apresentada pelo Costão do Santinho Resort foi o argentino Santiago Muniz. Ele foi vice-campeão da etapa catarinense disputada na Praia da Joaquina no ano passado, vencida pelo cearense Michael Rodrigues e é irmão de Alejo Muniz, que foi o primeiro a conquistar classificação pelo WSL Qualifying Series e compete como brasileiro por morarem em Santa Catarina desde crianças. Santiago estreou no penúltimo confronto do dia e mostrou a força do seu backside nas esquerdas do Santinho com manobras potentes de backside. Ele ainda arriscou os aéreos para superar principalmente o norte-americano Conner Coffin, que também surfou bem para passar em segundo lugar.

“Eu amo o Santinho. É um lugar que eu venho desde criança, as ondas são bem parecidas com as de onde eu moro (Bombinhas-SC) e realmente foi uma bateria bem difícil. As ondas estavam demorando a entrar, mas consegui achar duas boas para vencer a bateria”, disse Santiago Muniz, que ainda sonha com a classificação para o WCT. “No ano passado eu fiquei em segundo lugar nesse evento e quero ver se consigo repetir a atuação, mas só que com a vitória esse ano. No momento estou em quadragésimo no ranking, com grandes chances de me classificar, mas o foco tem que ser bateria por bateria para no final tudo dar certo”.

1999x1332
Santiago Muniz mostra total sintonia com as ondas do pico. Foto: © WSL / Smorigo

DESTAQUES GRINGOS – Entre os estrangeiros, o australiano Davey Cathels e o japonês Hiroto Ohhara também se destacaram nas ondas da quarta-feira na Praia do Santinho, com direitas e esquerdas apresentando boa formação para manobras de borda e aéreas também, que arrancaram as maiores do dia. Davey Cathels está bem perto da zona de classificação para o WCT, três posições abaixo do francês Joan Duru, que fecha a lista dos dez indicados pelo WSL Qualifying Series no momento. Ele ainda precisa chegar nas oitavas de final do Red Nose Pro Florianópolis SC para trocar os 1.100 pontos do seu pior resultado na Praia do Santinho.

“No momento estou em 16.o no ranking, então tenho que avançar mais algumas baterias nesse evento para poder melhorar minha posição”, disse Davey Cathels. “As condições mudaram muito durante o dia e na minha bateria a chuva aumentou, mas tinha boas ondas para todos surfarem. É sempre bom passar a primeira bateria e com vitória é melhor ainda, mas sei que preciso manter a concentração nas próximas fases para conseguir meu objetivo”.

O japonês Hiroto Ohhara também dominou sua bateria, liderando de ponta a ponta desde a sua primeira onda, uma direita detonada com várias manobras executadas com pressão e velocidade. Ele surpreendeu o mundo ao se tornar o primeiro surfista do Japão a vencer um evento importante da World Surf League, o QS 10000 US Open of Surfing, derrotando o americano Kanoa Igarashi na final em Huntington Beach. Com notas 8,20 e 8,00, Hiroto registrou o segundo maior placar da segunda fase, com seus 16,20 pontos só sendo batidos pelos 16,64 que Krystian Kymerson atingiu duas baterias depois da vitória do japonês.

“Eu comecei bem com uma nota 8,0, mas a bateria foi bem difícil porque não entraram muitas ondas”, disse Hiroto Ohhara. “Fiquei mais de 10 minutos esperando por outra onda boa e aí consegui a nota 8,2 que me deixou mais tranquilo. Eu venci o US Open na Califórnia e subi bastante no ranking. Cheguei aqui em 25.o lugar, mas preciso de outros bons resultados, então espero ir bem nesse campeonato e nos próximos que também vão acontecer aqui no Brasil para buscar minha classificação para o WCT, o que seria inédito para o meu país”.

1999x1332
Francês Nomme Mignot decola no Santinho. Foto: © WSL / Smorigo

QUINTA-FEIRA ÀS 7H30 – Na quarta-feira foi realizada até a 12.a bateria da segunda fase e outros 24 cabeças de chave ficaram para estrear na quinta-feira. A primeira chamada para a 13.a bateria, entre o francês Maxime Huscenot, penúltimo colocado no G-10 do QS, o australiano Garrett Parkes e os brasileiros Luel Felipe e Renato Galvão, foi anunciada para as 7h30 na Praia do Santinho. A expectativa é realizar mais vinte baterias no terceiro dia da etapa que prossegue até domingo na Ilha de Santa Catarina.

O QS 6000 Red Nose Pro 15 Florianópolis SC tem o patrocínio master da Red Nose, com apresentação do Costão do Santinho Resort Golf & Spa, patrocínio do Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte e FUNDESPORTE, copatrocínio da Prefeitura de Florianópolis e Fundação Municipal de Esportes e apoio de Mini Kalzone. O evento é homologado pela WSL South America e organizado pela Federação Catarinense de Surf (FECASURF) com apoio da Associação de Surf Ingleses e Santinho (ASIS), divulgação oficial do site Waves e Revista Fluir.

Exit mobile version