Shaper internacional

Leo Miranda expande horizontes

Shaper carioca Leo Miranda

Leo Miranda já está com data marcada para voltar ao Peru. Foto: Arquivo Pessoal.

O shaper carioca Leo Miranda, 33, que já trabalha com as plainas há 13 anos, acaba de voltar de uma viagem a negócios no Peru. Ele passou cerca de 35 dias no país e retornou ao Brasil no início de junho.

 

O objetivo desse tempo em terras estrangeiras foi expandir o mercado para exportar suas pranchas e divulgar seu trabalho.

 

Leo, que já manda seus foguetes para a Austrália desde 2004, espera poder manter o mesmo trabalho com o nosso vizinho da América do Sul.

 

Na entrevista abaixo ele conta como foi o tempo que ficou no Peru, fala da experiência adquirida por lá, o que achou do nível das pranchas e surfistas no país e qual sua expectativa para a nova parceria com o dono de uma fábrica local, Ricardo Peschiera.
 
Você já envia pranchas para Austrália há quanto tempo?
 
Desde 2004. Tenho um parceiro que recebe e revende as pranchas no país. Já enviei mais de 400 pranchas desde que comecei essa exportação.
 
Como surgiu a idéia de começar a mandar pranchas também para o Peru?


Bem, primeiro porque estou com uma nova fábrica, em parceria com o Paulo Mancha (laminador) e queria abrir um mercado para escoar as pranchas produzidas. Sei da necessidade do mercado local para boas pranchas, além do sucesso que as pranchas brasileiras fazem lá.
 
Quanto tempo você ficou no Peru?
 
Fiquei no país 35 dias shapeando, fazendo contatos e aprendendo as necessidades das pranchas para as ondas de lá. Marquei de voltar lá em Outubro para fazer uma série de pranchas. Já tenho um bom número de encomendas. O retorno dos clientes em relação aos foguetes foi muito bom.
 
O que muda mais na hora de fabricar uma prancha para o Brasil e para o Peru?
 
Muda um pouco. Na verdade, para o surfar no Peru é necessário uma prancha um pouco mais dura, que tenha um pouco mais de área e com mais remada também. Não necessita de muito concave e as curvas podem ser bem mais suaves.
 
Onde você shapeou enquanto estava lá?
 
Trabalhei em uma fábrica chamada Ox., que o propietario é Ricardo Peschiera e fica situda em San Bartolo.
 
Você morou perto do trabalho?
 
Na verdade fiquei na casa do meu amigo Oscar Morante, que é o dono do Pico Alto Surf Camp, em Punta Hermosa.
 
Mesmo trabalhando deu para curtir os picos do país? Chegou a ir para as ondas do norte do Peru?
 
Surfei quase todos os dias, mas não fiz nenhuma trip e acabei ficando nas ondas da região sul. Surfei bastante em Señoritas, que foi um dos picos que quebrou com mais qualidade e constância enquanto estava lá, além de Puerto Viejo e Caballeros.
 
Na sua opinião, quem é o melhor shaper do Peru? Por quê?
 
Na minha opinião o shaper que está desenvolvendo um bom trabalho e investindo bastante é o Rodolfo Klimax. Não conheço profundamente o seu trabalho, mas as melhores pranchas que vi lá eram dele.
 
Ele seria o grande destaque que surge no mercado de shapers no país?
 
O surf no Peru está ganhando força a cada dia, isso faz com que apareçam novos nomes constantemente. Não tive tempo de pesquisar muito, mas têm alguns que estão se destacando por fazer um bom trabalho. É o caso do próprio Rodolfo Klimax, além de Ricardo Peschiera e Rodrigo Gamarra.
 
E os atletas tem seguido a mesma evolução que os shapers?
 
Com certeza. Já tem um grupo que está correndo o circuito mundial WQS e que teriam condições de ingressar na elite mundial. O Gabriel Villaran para mim é o mais preparado para esse desafio.
 
Você pensa em apoiar algum atleta no país?
 
Existem muitos atletas que merecem apoio. Na verdade fiz pranchas para alguns atletas de lá e pude divulgar o meu trabalho. Isso foi bom para eu ter um feedback do produto. Fiz pranchas para surfistas como Sebastian Alarcon e Javier Swayne.
 
Em que você pôde evoluir nas suas pranchas durante a viagem?
 
O bom foi que pude testar novas linhas e fundos em situações diferentes, em outros tipos de onda. Isso ajuda na evolução e te dá mais base para criar modelos para os mais diversos tipos de mares.
 
O que foi mais difícil profissionalmente e pessoalmente nessa estadia em um país estrangeiro?
 
Profissionalmente é a adaptação ao método de trabalho e aprender a fazer as pranchas de acordo com as necessidades locais. Mas o mais difícil mesmo foi a saudade da família. Graças a Deus estava em casa, já que tenho grandes amigos aqui que me deram o suporte necessário.
 
Qual a situação mais inusitada que passou por lá?
 
Tive muitas dessas. Mas a que marcou mais foi quando eu estava com o Rafael Contini, um amigo brasileiro, andando pela rua por volta das 23 horas. Foi quando surgiu um louco, completamente drogado, e começa a jogar pedras na gente. Tivemos que correr muito mesmo. Foi muito engraçado.
 
Agora pode dar o seu recado para a galera.
 
Eu gostaria de agradecer a todos que me deram essa oportunidade. Caras como Alexandre Russo, Oscar Morante, Jiovana, Jesus, Ito, Thierry Michel, ao Ricardo Pischiera (Ox), por ter me cedido seu shaperoom, e a todo povo de Punta Hermosa. Gracias.

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