O sol brilhou durante todo o sábado, o vento parou e as ondas subiram em Itacimirim, Camaçari (BA). E os melhores atletas do país no pranchão não deixaram por menos. Nas oitavas-de-final da quarta etapa do brasileiro da categoria não faltaram disputas emocionantes, altos scores e viradas espetaculares.
Os maiores destaques foram para as vitórias do atual vice-líder, Danilo Rodrigo, sobre o líder Phil Razjman (RJ) e o triunfo apertado do defensor do título da prova, Marcelo Freitas, sobre o melhor brasileiro no mundial do ano passado, Rodrigo Spaner (RJ).
O jovem paulista Jefson Silva fez a melhor performance do dia ao derrotar o baiano radicado no litoral paulista Carlos Bahia. Silva fez a maior nota do evento, 9,27 pontos, e estabeleceu também o maior score, com 17,77 pontos.
O sábado contou ainda com algumas disputas das categorias amadoras de longboard e com baterias do Stand Up. As provas de Stand Up Race aconteceram na lagoa do Aruá, praia do Forte.
Neste domingo aontecem as quartas-de-final, semi e final do Longboard Pro, além das decisões das demais categorias. No Amador, o baiano Rogério Vasconcelos fez bonito e está nas semifinais da Adulto e Super Master. Na Pro, ele parou hoje, nas oitavas, diante do paulista Amaro Mattos.
Defesa do título A abertura das oitavas-de-final do Longboard Profissional contou com a disputa mais acirrada do dia em confronto carioca. De um lado, o defensor do título da prova de Itacimirim do ano passado, Marcelo Freitas. Por outro lado, o quarto colocado no ranking mundial de 2011, Rodrigo Spaner.
Freitas venceu nos detalhes, 16,83 x 16,00 pontos. Spaner vendeu muito caro sua eliminação na prova.
Na briga pelo topo do ranking, os amigos Phil Rajzman, 30 anos, e Danilo ‘Mulinha’ Rodrigo, 27, se enfrentaram na última bateria da fase.
Rodrigo se impôs logo no início com uma onda 8,33. Razjman ainda fez um 7,77, mas não conseguiu uma onda superior a 5,64 pontos.
Num dos confrontos mais aguardados do dia, os surfistas não decepcionaram e deram um show de manobras modernas e clássicas, arrancando aplausos do público. Agora, para tomar a liderança do ranking, Danilo Rodrigo precisa passar às semifinais. Se vencer a prova, iguala-se ao concorrente em número de vitórias – duas.
“Fiz a primeira nota boa e procurei ficar perto do Phil, pois sei que ele é muito perigoso. Foi uma disputa difícil, de alto nível, mas deu certo. Vou fazendo meu surf pra ver no que vai dar”, explica Danilo, atual campeão brasileiro.
Um detalhe curioso é que ele foi vice-campeão mundial em 2007, mesmo ano que Rajzman conquistou o primeiro e único título mundial para o Brasil.
Superação e nova geração O melhor do dia estava reservado para a quinta bateria. Em uma apresentação espetacular, Jefson Silva, surfista de São Sebastião (SP), bateu todos os recordes da prova, sobre Carlos Bahia, que também vive no litoral paulista.
Jefson, 24 anos, fez uma apresentação completa, unindo manobras modernas com clássica e foi recompensado pelos juízes.
“Estou muito feliz, principalmente por ter competido com um dos surfistas que mais respeito e me inspirou desde pequeno, o Bahia. O nível da prova é muito alto e espero que consiga manter o ritmo e a boa escolha de onda. Hoje o mar estava muito bom e consegui tirar proveito”, comemora Jefson Silva.
Outro confronto emocionante foi a vitória de uma das sensações da prova, o cearense Geraldo Lemos, sobre o fluminense Jeremias Silva.
Na disputa repleta de reviravoltas, Lemos, que é portador de uma deficiência no braço direito, liquidou a fatura em uma virada espetacular nos últimos minutos. Precisava de uma nota acima de 7 pontos e fez 8,10 em uma onda iluminada.
“Graças a Deus a estrela vem brilhando e venho achando as ondas e fazendo minha parte. Espero que seja assim até o final”, desabafou Geraldo Lemos. “Tenho treinado forte e está dando certo. Quero chegar no topo amanhã”, disse o cearense.
Por fim, a nova geração do surf brasileiro tem mostrado sua cara no Mahalo Bahia. Em confronto pernambucano, o jovem Rafael Cavalcanti, 21, bateu Haley Batista, 26, numa disputa entre amigos.
O placar foi de 14 x 13,80 pontos e a melhor nota de Cavalcanti foi um 8,10 pontos. “É a segunda vez que vou fazer quartas-de-final neste ano e espero chegar à decisão. É uma pena que foi logo em cima de meu amigo e conterrâneo Haley”, pondera Cavalcanti.