Musa paranaense

Lorraine Lima aposta no futuro

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Paranaense Lorraine Lima é exemplo de dedicação ao esporte. Foto: Ricardo Junji.

Morar longe de casa e das pessoas queridas fez Lorraine Lima amadurecer e aprender a lidar com a saudade. Em compensação, sua linha de onda está tinindo! Algo muito valioso para uma bodyboarder que vive em busca das melhores das séries.

 

Em apenas um ano morou no Hawaii e Austrália e também esteve no México, Espanha, Portugal e outros picos, onde treinou, lapidou sua técnica e o estilo ?go for it?. A atleta tem dedicado treinado com o legend Marcello Pedro e busca chegar cada vez mais perto do título mundial.

 

Patrocinada pela Roxy e com apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba, Genesis, Gul e Intuity, Paranaense Lorraine Lima tem 28 anos de idade e conta, em entrevista exclusiva, um pouco da experiência na busca pelas melhores ondas.

 

Lorraine está de malas prontas para a etapa final do Women World Tour. Foto: Luis Claudio Duda.

Qual lugar você visitou com condições são perfeitas ao bodyboard?

 

Viajei por vários países nos últimos anos e quase todos com excelentes condições. Morei por cinco meses na Gold Coast, Austrália, pegava onda em Stredy, um lugar muito frio e com acesso através de um canal lotado de tubarões nadando. Remava forte para chegar logo e sempre valia a pena todo esforço, o pico tem ondas tubulares e fortes.

 

No México, Puerto Escondido é barato e as ondas são alucinantes. Dei mole e não levei o equipamento certo. Poderia ter aproveitado muito mais a trip. Na Europa peguei boas ondas também: Crazy Lefts na Ericeira, Portugal, boas esquerdas que rendem ótimo treino.

 

Nem preciso comentar as ondas do Hawaii e Tahiti, preciso? Ondas fortes, perigosas e tubulares. Simplesmente perfeitas para a prática do nosso esporte!

 

No último ano quais foram os picos visitados?

 

Em 2006, estive na Austrália, México e Europa. Neste ano, fiquei cinco meses no Hawaii, um  mês na Austrália e um mais no Tahiti.

 

Onde pegou as melhores ondas?

 

Hawaii e Tahiti.

 

E os piores caldos?


Pipeline e Puerto Escondido.

 

Algum lugar chamou atenção pela quantidade de bodyboarders?

 

Sim, a Austrália é um país com muitos praticantes. No Tahiti também fiquei impressionada com a quantidade de bodyboarders, 99% são homens. Lá (no Tahiti), competi como convidada num campeonato masculino.

 

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Lorraine prepara o tubo na famosa direita havaiana de Off the Wall. Foto: Luis Claudio Duda.

Depois de seis meses no Hawaii, você gosta mais das ondas grandes do que antes?

 

Sempre gostei de ondas grandes, a galera sempre brinca e me chama de big rider, mas não me considero big rider. Esse título é pra quem pega 20 pés de onda, coisa que nunca fiz na vida.

 

Fui convidada a participar de um curso de tow-in e fazer parceria com a surfista Francisca Pereira, mas meu calendário ainda não possibilitou

esse encontro. Aguardo ansiosamente, adrenalina é uma palavra que está no vocabulário, mas sempre acompanhada de treinamento, dedicação e responsabilidade. Só imagino o quanto vou quicar.


Como foi morar na meca do surf?

 

Hawaii é o paraíso, mas a vida por lá é sofrida e difícil. Sempre digo 

Lorraine Lima é bem mais que um rosto bonito. Foto: Arquivo pessoal.

que sou uma sobrevivente no esporte. Isso porque além de treinar e pegar onda, tenho que agilizar outros trabalhos para continuar vivendo meus sonhos.

 

Foi melhor morar na Austrália ou Hawaii?

 

Tanto o Hawaii quanto a Austrália são paises de primeiro mundo e contam com excelentes ondas. Quando morei na Austrália, na Gold Coast, me identifiquei apenas com as ondas de um pico, portanto, prefiro morar no Hawaii, onde existem vários locais perfeitos.

 

Água quente e o clima também ajudam, além da estrutura econômica ser melhor pelo fato do arquipélago havaiano ser parte dos Estados Unidos.

 

Qual a maior dificuldade longe de casa?

 

Ficar longe dos parentes e dos verdadeiros amigos é muito difícil. Vivo essa vida há alguns anos e estou acostumada. Mas continuo sentindo falta.

Alimentação também é fator muito importante. Estar perto do conforto de casa, rodeado de amigos e comendo bem. Dá uma saudades!

 

Quem você apontaria como futuro destaque do esporte?

 

Isabela Souza me impressionou muito na última temporada havaiana. Chegou de primeira e encarou Pipe com ondas de três metros. Não contente, manobrou forte por lá.

 

Foi até as semifinais na etapa do Women World Tour (WWT) e só não avançou por estar com equipamento inadequado para aquelas condições. Mostrou técnica e muita atitude.

 

Jéssica Becker também merece elogio, também passou alguns meses no Hawaii e mesmo com muitas dificuldades, sempre se concentrou e treinou muito. E possui uma técnica invejável.

 

Quais os planos para esse resto de 2007?

 

Estou indo para São Paulo decidir o futuro junto aos patrocinadores. Não tive um bom ano no circuito mundial devido a uma lesão no tornozelo no início do ano. Perdi a etapa australiana e, as vésperas de embarcar para Europa, tive uma lesão na córnea e quase fiquei cega do olho direito.

 

Nesse meio tempo fiz final da etapa do circuito americano no Hawaii e ainda tenho chances de ser campeã. No tour mundial, tudo pode acontecer nas Ilhas Canárias. As ondas se parecem com as do Hawaii, com isso as chances de um bom resultado aumentam.