A previsão não falhou e o quarto dia contou com ondas de 1,5 metros e série maiores nos bancos de Piha, com um vento maral com menor intensidade que os dias anteriores.
O dia para a delegação brasileira começou com Luan Wood na repescagem da sub-16. Luan não caiu na água nessa bateria por desistência de dois atletas, e com isso passou para a segunda fase da repescagem, onde já se encontrava o atleta Lucas Silveira.
Lucas, diferente de Luan, não teve a mesma regalia. Caiu na água e teve de partir para cima dos gringos com tudo. Em momento de mudança de maré, sua bateria seguiu em um ritmo de garimpo para achar as ondas.
Lucas e o atleta da África do Sul, Jarrad Veidhuis, foram os grandes felizardos nesse garimpo e conseguiram achar ouro nele. Lucas surfou com muita personalidade e atitude nas bombas e mostrou que quer ver a bandeira brasileira no topo do pódio.
Mas nem tudo foram flores para a guerreira delegação. A primeira baixa foi o atleta Sidney Guimarães, que não conseguiu vencer o duelo com o amigo Santiago Muniz, representante da Argentina na prova.
Em condições piores do que as da bateria de Lucas, talvez o pior momento do mar do dia inteiro, Sidney e Santiago encontraram pela frente o havaiano Ezekiel Lau e o atleta local Blake Myers.
Sidney lutou e tentou repetir a sua performance do dia anterior. Chegou a revezar as três primeiras colocações, até Santiago achar a onda salvadora. Santiago seguiu para o terceiro round e agora enfrenta os atleta da França, Dimitri Ouvre, e o atleta local JC Susan.
No final do dia, a repescagem da Sub-16 voltou para a água, aí sim pegou fogo. Luan foi convocado para cair na bateria de número 6 e desta vez não teve moleza.
O pequeno guerreiro parecia estar numa final de campeonato, faltando ainda quatro dias pela frente. Depois de um começo tímido e de escolha das maiores ondas, Luan desencantou e dropou uma bomba no crítico, mandando suas primeiras manobras para começar a aquecer.
A bateria foi muito equilibrada, com muita troca de posições. Faltando cinco minutos para o final da bateria, Luan precisava de uma nota na casa dos 4 pontos para passar e pegou uma onda que não lhe rendeu essa nota.
Tempo era precioso num momento tão crucial da bateria. Piha tem como característica sua forte correnteza e isso salvou a pátria. Com muita sabedoria, Luan tomou o rumo da correnteza, que lhe jogou para o outside faltando apenas um minuto para o final da bateria.
Chegando ao outside, a onda salvadora apareceu e o catarinense não perdeu a chance e não perdoou seus adversários. Com uma linha de surf muito polida e muita agressividade, Luan carimbou seu lugar na próxima fase, pulando do quarto para o segundo com um 6.15 sob muitos aplausos do público presente.
A nota triste do campeonato foi a atitude anti-desportiva do atleta dos Estados Unidos, Conner Coffin. Conner era considerado um dos favoritos ao título junto com Gabriel Medina e o francês Maxime Huscenot.
Depois de perder na segunda fase do Sub-18, Conner foi mandado para a repescagem. Numa bateria dura contra um havaiano, um argentino e um inglês, a estrela americana caiu e deu vexame na praia.
Xingou os juízes e provavelmente deverá ser punido, mas quem pagou o pato mesmo foram suas pranchas. Conner foi visto no estacionamento tratando suas pranchas de uma forma não muito elegante, além dos murros que foram desferidos no saco de pancadas que virou seu carro alugado.
O quinto dia será cheio para os brazucas. Logo na primeira bateria do dia, Gabriel Medina encara uma bateria forte contra um francês e um australiano. O segundo a cair na água é Jessé Mendes, que não terá uma tarefa fácil contra o taitiano Tamaroa McComb e o francês Ian Fontaine.
Para finalizar a Sub-18, Ian Gouveia terá como adversário duas pedras duras – o australiano Jordin Watson e o americano Evan Geiselman.
Seguindo o cronograma, também acontece ao vivo a repescagem da Sub-16 com Lucas Silveira e Luan Wood.
O brasileiro radicado no Hawaii, Ian Gentil, também terá que trabalhar duro e o hermano brasileiro amigo Santiago Muniz, continua sua corrida pelo título.
A previsão é de o mar perder força, ficando com 1 metro e séries maiores. O vento finalmente dará uma trégua, ficando ainda maral, mas com fraquíssima intensidade.
Kia Ora!