Ricardo Macario, de férias na Indonésia, na esquerda de Balangan que detonou seu joelho. Foto: Darcy. |
Hoje tive um dia de sonho e pesadelo aqui em Bali.
Fui surfar pela manhã com Martha e Ursula as direitas perfeitas e grandes rolando mais uma vez em Airport Rights, baía de Jimbaram.
Com pouco crowd, ondas grandes e muito fáceis, fizemos um surf muito irado. Pegamos muitos tubos das 10 às 1 da tarde.
Saímos somente quando a maré chegou ao topo e fui descansar um pouco, antes de encarar o fim de tarde.
Depois do sufoco, um momento para apreciar o visual do fim de tarde. Foto: Darcy. |
Depois de um curto descanso no meio da tarde, rumamos para o Bukit em busca das esquerdas, já que ontem estava muito bom e hoje prometia muito.
Escolhemos surfar o Secrets de Balangan, do outro lado da ponta do cliff da praia, indo para o norte, pois a maré estava totalmente vazia e não devia ter muita gente surfando.
Chegando lá o visual era enlouquecedor, picos de 6 pés totalmente glassy e tubulares. Só com a galerinha conhecida de Balangan na água.
Ricardo Macario recupera-se da contusão em Bali. Foto: Darcy. |
No final do banho, Macario pegou uma onda ótima e não voltou para o pico. Peguei uma e fui vê-lo lá no inside.
Quando cheguei perto, a cara não era das melhores e ele já se contorcia em dores com os ligamentos do joelho esquerdo estourados.
A onda o achatou de encontro à prancha na hora de sair do tubo.
Para ir embora tínhamos duas alternativas: subir o alto cliff, sem que ele pudesse andar direito, ou voltar remando com a correnteza contra para Balangan e tentar sair do mar pelo chupa-cabra, o quebra-coco de Balangan, que a aquela altura tinha uns 4 a 5 pés de onda quebrando seco na bancada totalmente sem água.
Decidimos pela segunda opção e tínhamos que remar rápido, o sol já havia se posto e o dia escurecia rapidamente.
Fizemos a volta no cliff para chegar a Balangan e, quando chegamos, vimos o tamanho do sufoco.
Procuramos ficar calmos para ter a melhor e mais produtiva atitude naquele momento de aperto.
Simplesmente não tínhamos como sair do mar. As ondas surravam a bancada sem intervalo para uma remadinha pra cima dela.
Nos posicionamos o mais perto possível da bancada à espera de um refresco das séries, mas com a demora e com tudo já escuro, o pânico foi tomando conta de nós.
Macario dizia que nem poderia pôr o pé no chão e isso me deixava ainda mais apreensivo.
Passamos o maior sufoco e conseguimos, como dois caranguejos, já no escuro, nos arrastar pela bancada tomando ondas de responsa na cabeça.
Finalmente consegui sair do mar com o Macario nas costas, passando por cima do reef seco.
Eu terminei o dia com vários cortes na perna e o pobre do Macario com a perna estourada sem poder andar.
Agora… é cuidar do garoto com muito gelo e anti-inflamatório, contando ainda com a valiosa assessoria via emails do dr. Marcelo Baboghluian.
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