Marcelo Nunes completa trio brazuca no Billabong Pro

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Estrutura do Billabong Pro 2004, em frente a famosa seção de Supertubes, em Jeffreys Bay, África do Sul. Foto: © ASP Karen.
Apesar das boas ondas de 1,5 metros em Jeffreys Bay, os organizadores do Billabong Pro decidiram apenas encerrar a repescagem nestaa quinta-feira e deixar a terceira fase para os próximos dias, já que está prevista a entrada de um novo swell na África do Sul.

 

Dois brasileiros competiram e o catarinense Neco Padaratz acabou eliminado pelo norte-americano Cory Lopez, mas o potiguar Marcelo Nunes derrotou o australiano Michael Campbell para se juntar ao paranaense Peterson Rosa e ao carioca Raoni Monteiro na terceira rodada da competição.

 

Os dois confrontos envolvendo os brasileiros foram definidos por pequenas diferenças. O catarinense Neco Padaratz foi o primeiro a entrar no mar e cometeu um erro ao deixar passar uma onda que praticamente decidiu a vitória de Cory Lopez. Nela, o norte-americano arrancou a maior nota – 9,67 – do Billabong Pro 2004 ao pegar três tubos numa longa direita que atravessou a sessão Supertubes em Jeffreys Bay.

 

Neco Padaratz deu mole e acabou eliminado do evento pelo norte-americano Cory Lopez. Foto: © ASP Karen.
O brasileiro ainda pegou uma boa onda em que recebeu nota 7,33, mas ficou precisando de outra onda para tentar reverter o resultado, que acabou encerrado com o placar de 13,34 x 12,66 pontos.

 

“O Neco tinha a prioridade, mas deixou a onda passar e eu fui” recordou Cory Lopez. “E fui amarradão porque virou realmente uma boa onda. Eu entrei na direita já dentro de um bom tubo, sai e entrei em outro e então outro (risadas). Estou com uma prancha muito boa para estas condições e muito confiante em conquistar um bom resultado aqui para melhorar minha posição no ranking, que não é boa”, falou Cory.

 

Na disputa seguinte, o potiguar Marcelo Nunes teve mais sorte para superar Michael Campbell com o apertado placar de 11,67 x 11,13 pontos. O brasileiro só pegou três ondas durante toda a bateria, contra oito do australiano que largou na frente com uma nota 5,33.

 

Marcelo Nunes venceu o aussie Michael Campbell e se juntou a Raoni e Peterson no round 3. Foto: © ASP Karen.
Nunes começou com um 5,17 e assumiu a ponta com um 6,50 na segunda onda. Campbell ficou precisando de 5,88 pontos para garantir a vitória e chegou bem perto disso ao receber nota 5,80 na melhor das oito ondas que surfou.

 

“Acho que tive um pouco de sorte na bateria, pois não vieram muitas ondas”, disse Nunes. “Eu surfei bem, mas a disputa foi bem difícil. Estou muito feliz com a classificação e vou continuar trabalhando para ter o meu melhor ano no WCT nessa minha terceira temporada na elite mundial”, falou Marcelo Nunes, que agora vai enfrentar uma pedreira na 14a bateria da terceira rodada do Billabong Pro, o experiente havaiano Sunny Garcia.

 

Mas, o primeiro brasileiro a disputar classificação para as oitavas-de-final será o carioca Raoni Monteiro, que foi escalado na quinta bateria com o australiano Michael Lowe. Já o paranaense Peterson Rosa pega Tom Whitaker na décima bateria e se passar pelo australiano terá como adversário nas oitavas-de-final provavelmente o defensor do título do Billabong Pro, Kelly Slater, isso se o hexacampeão mundial também tiver superado o convidado Bede Durbidge no confronto anterior.

 

As baterias dos maiores favoritos ao título em Jeffreys Bay são as grandes atrações da terceira fase, principalmente a que envolve o bicampeão mundial Andy Irons contra o sul-africano Sean Holmes. Nos dois últimos anos, Holmes eliminou o havaiano justamente nessa rodada e isso fez com que Irons chegasse uma semana antes para treinar nas direitas mais longas do mundo.

 

Aproveitando sua estada na África do Sul, o havaiano participou do WQS 6 estrelas de Durban e venceu o Mr. Price Pro no último domingo. Com isso, acabou com uma supremacia brasileira construída com três vitórias consecutivas em North Beach, conquistadas pelo paranaense Peterson Rosa em 2000, o paulista Beto Fernandes em 2001 e o catarinense Neco Padaratz em 2002.
 
Billabong Pro – repescagem

 

12 Richard Lovett (Aus) 15.16 x 5.17 Beau Emerton (Aus)
13 Kalani Robb (Haw) 12.50 x 10.57 Tim Curran (EUA)
14 Cory Lopez (EUA) 13.34 x 12.66 Neco Padaratz (Bra)
15 Marcelo Nunes (Bra) 11.67 x 11.13 Michael Campbell (Aus)
16 Tom Whitaker (Aus) 16.50 x 13.00 Trent Munro (Aus)

 

Baterias da terceira fase
 
1 Damien Hobgood (EUA) x Luke Hitchings (Aus)
2 Jake Paterson (Aus) x Kalani Robb (Haw)
3 Lee Winkler (Aus) x Cory Lopez (EUA)
4 Mark Occhilupo (Aus) x Shane Beschen (EUA)
5 Michael Lowe (Aus) x Raoni Monteiro (Bra)
6 Dean Morrison (Aus) x Nathan Webster (Aus)
7 Richie Lovett (Aus) x Phil MacDonald (Aus)
8 Andy Irons (Haw) x Sean Holmes (Afr)
9 Kelly Slater (EUA) x Bede Durbidge (Aus)
10 Peterson Rosa (Bra) x Tom Whitaker (Aus)
11 Joel Parkinson (Aus) x Chris Davidson (Aus)
12 Nathan Hedge (Aus) x Troy Brooks (Aus)
13 CJ Hobgood (EUA) x Shane Powell (Aus)
14 Sunny Garcia (Haw) x Marcelo Nunes (Bra)
15 Taj Burrow (Aus) x Greg Emslie (Afr)
16 Daniel Wills (Aus) x Toby Martin (Aus)