Já faz alguns anos que penso em resgatar a história do surf catarinense. A ideia formou-se durante as exibições da mostra de filme de surf – Surfe Agosto e Surférias, que realizei durante anos na década de 80 e 90 e nos anos 2000 no cinema do CIC, em Florianópolis (SC).
Os filmes exibidos eram na sua maioria estrangeiros. Naquela oportunidade não existiam produções de filmes nacionais e que reportassem a nossa história. Sempre pensei em produzir um filme e escrever um livro que contasse aos mais jovens o que foi e o que significa o surf na nossa cidade e para o estado.
Em 1998, em parceria com o fotógrafo Basílio Ruy, montamos o informativo Resgate editado pela Officio Comunicação. Ali, de uma certa forma, era o embrião de todo esse processo. Produzimos quatro edições, com impressão em preto e branco, com belas reportagens e entrevistas com a família Sefton, e outras personalidades do surf catarinense como Jair Machucho Fernandes, André Freysleben e Xandi Fontes.
Também resgatamos os primeiros eventos que aconteceram no estado, como o Rock Surf & Brotos, na Joaquina em 1976 e 1977 e também o Festival Gledson, em 77, na praia da Atalaia, Itajaí. Tivemos naquela oportunidade, uma ótima aceitação do mercado e também dos leitores. Uma pena que o projeto acabou não vingando por questões financeiras, pois tínhamos também o Surf Guia Brasil e os anunciantes eram os mesmos.
Preferimos então dar atenção especial ao Surf Guia em função da importância do material e quantidade de dados e informações em um projeto grande e pioneiro no país. O Surf Guia Brasil será lançado no final de 2012 com todas as praias do Brasil.
Envolvido com o surf há 35 anos, tive o privilegio de acompanhar a evolução do esporte, as mudanças de comportamento e a influência que o esporte exerceu na cultura da nossa cidade e país. Os primeiros campeonatos, as primeiras lojas, a transformação dessas lojas em surf-shop e a sua explosão com a realização dos tradicionais festivais brasileiros e internacionais OP Pros e Hang Loose Pro Contest que transformaram Florianópolis em Floripa.
Nas últimas semanas, mexendo nas minhas caixas, encontrei muita coisa interessante. Além de fotos antigas, encontrei credenciais de eventos, pôsteres dos campeonatos, fichas de inscrição e relações de baterias das etapas internacionais que aconteceram por aqui.
Naquele momento minha ideia era de dividir aquelas imagens com todas as pessoas ligadas ao surf. Criei então na minha página no Facebook um álbum com esse material e de uma hora pra outra a coisa engrenou, com muita gente comentando as fotos e querendo também participar com suas fotos e relíquias.
Nestes últimos dias tenho recebido farto material. São fotos de amigos e até de pessoas que não tenho nenhum contato. O mais legal é saber que todo mundo tem sempre uma foto interessante para postar no álbum.
Eu na verdade sou apenas o curador desse álbum. Minha ideia é manter o material sempre de forma organizada e que ele sirva inclusive como fonte de pesquisa. Sempre peço pra que a pessoa me conte algo sobre aquele momento da foto, afinal não posso contar uma história que não vivi. E isso é o mais interessante, e todos de alguma maneira se empolgam em participar.
São fotos em praias ainda praticamente virgens, em ondas solitárias num litoral que se transformou rapidamente nestes últimos anos por conta da especulação imobiliária. Sinto sempre um ar de saudade em cada foto, onde a amizade e o companheirismo falavam mais alto. O surf era mais um estado de espírito do que qualquer outra coisa.
Nos próximos dias estréia um hot site dentro do site S365 com todas essas fotos além de muito material inédito que venho recebendo dos amigos e colaboradores. Quem sabe em breve uma exposição com esse material ou até um livro? Quem sabe.
Ajude a escrever a história do surf catarinense
Mande o seu material para [email protected] contendo as seguintes informações: ano da foto, nome do fotógrafo e de preferência conte algo sobre aquele momento.
Clique aqui para ver as fotos já publicadas no Facebook.
