No melhor estilo “Beatlemania”, Gabriel Medina estreia com vitória no Hang Loose
Pro Contest 30 anos e movimenta uma multidão nas areias da Praia da Joaquina
Era apenas a primeira bateria do segundo round, mas o clima já parecia de uma final. O segundo dia do Hang Loose Pro Contest 30 anos teve um momento de “Beatlemania” nas areias da praia da Joaquina, em Florianópolis/SC, na manhã do feriado de Finados (2). Uma multidão se reuniu próximo ao palanque para aguardar a esperada estreia de Gabriel Medina.
No caminho para o mar o primeiro brasileiro campeão mundial de surf já viu o carinho do público, num grande corredor de torcedores até a beira do mar. E depois de vencer a bateria o assédio foi maior ainda, com centenas de pessoas acompanhando seu retorno ao palanque.
Demonstrando muita receptividade com os fãs, Medina ficou um bom tempo fazendo selfies e dando autógrafos com grande calma. A cena impressionou e o locutor da transmissão ao vivo em inglês, Décio Couto, dava um panorama do alvoroço causado nas areias.
“Temos uma tempestade na areia. Isso é um campeão mundial tentando sair da água e chegar ao palanque. Olhem isso que incrível. Parece o Ayrton Senna saindo de seu carro depois de uma corrida ou o Neymar comemorando uma vitória no futebol. Olhem isso, que maravilhoso! O segurança pessoal dele e os do evento estão de mãos dadas tentando proteger o Medina. Temos uma lenda na Cidade”, vibrava. “E ele tem só 23 anos, que incrível!”, complementou Décio, que trabalhou como tradutor e beach marshall no Hang Loose de 1986.
Gabriel ficou feliz com a vitória em sua primeira apresentação, mesmo com o mar não oferecendo as melhores condições. Teve a melhor nota da bateria, um sete, com três batidas fortes. No final, passou em primeiro lugar, somando 11,03, e o talento da nova geração e “prata da casa”, Mateus Herdy, em segundo lugar, para completar a festa da torcida local.
“Gosto muito de estar aqui em Floripa. O pessoal aqui é sempre muito carinhoso. Já tive grandes resultados aqui, é uma praia que me sinto confortável e é sempre bom estar de volta. Fiquei feliz em passar essa fase com o Mateus, mais um moleque novo que está surgindo e espero seguir longe no campeonato”, destacou Medina.
Sobre o público na areia, Gabriel demonstrou a satisfação e aproveitou para explicar sua presença em Florianópolis. “A galera aqui sempre foi assim e agora temos dois campeões mundiais, eu e o Mineiro, e prova que o Brasil está crescendo cada vez mais no surf e fico feliz em fazer parte disso”, complementou. “Eu tinha de competir dois QS, ou vinha aqui ou seriam dois no Havaí. Preferi vir para cá, até para prestigiar e assim também aproveito para acompanhar os últimos preparativos da apresentação do meu Instituto”, relatou Medina, citando o Instituto Gabriel Medina, que entra em atividade em 2017, na Praia de Maresias, em São Sebastião, onde mora.
Ele também elogiou a iniciativa de celebrar os 30 anos do evento que trouxe de volta o Circuito Mundial ao Brasil. “Esse campeonato foi onde surgiu a nova era do surf brasileiro. Já ouvi muitas histórias e fico feliz de prestigiar esse momento. É um campeonato cheio de história”, afirmou Medina, que também falou do surf na Olimpíada, reforçando o desejo de participar da seleção brasileira em Tóquio 2020. “Quero fazer parte disso e quero brigar pelo ouro, com certeza”, completou.
O Hang Loose Pro Contest 30 anos segue até domingo. Gabriel Medina volta a competir na primeira bateria do round 3, enfrentando o australiano Soli Bailey e outros dois paulistas, Thiago Camarão, também de São Sebastião e Wiggolly Dantas, de Ubatuba, outro integrante brasileiro do CT nesta temporada. As disputas podem ser acompanhadas ao vivo pela internet, no site Worldsurfleague.com.