Um ataque aéreo espetacular de Gabriel Medina levou a plateia à loucura no Postinho, palco da terceira fase do Oi Rio Pro 2016.
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Neste sábado, a prova voltou a entrar em cena no Rio de Janeiro, desta vez em ondas de meio a 1 metro e boa formação.
Depois de esquentar as turbinas no duelo contra Alex Ribeiro, Medina cresceu de produção e passou a investir nos aéreos de frontside.
Primeiro ele mandou um voo com rotação completa para arrancar 9.40 pontos. Em seguida, Medina ampliou vantagem com 8.27, dificultando ainda mais a situação de Alex, que tinha 6.17 na melhor nota.
Não satisfeito, o campeão mundial de 2014 mandou um flip sensacional para descolar a primeira nota 10 do Oi Rio Pro. Até hoje, a manobra havia sido completada por pouquíssimos atletas, inclusive Medina, mas nunca numa competição.
“Foi demais aquilo. Eu tenho treinado bastante essa manobra e quase consegui acertar no Havaí, mas hoje saiu perfeita”, contou Gabriel Medina. “Estou amarradão por ter recebido uma nota 10 e de ver toda a torcida aqui na areia que ficou enlouquecida. É sempre bom vencer uma bateria, mas essa infelizmente foi contra o Alex (Ribeiro), que é um amigo meu. Só que estamos numa competição e um precisa avançar, então fico feliz que tenha sido eu”, comemora Medina.
O recordista do Oi Rio Pro falou também sobre o início de temporada abaixo da expectativa. “É bom estar em casa depois de uma longa perna na Austrália. Estou amarradão por avançar. Tenho aprendido muito, mesmo perdendo. A Austrália foi muito difícil para mim. Em todo evento estou pensando positivamente. Sei que preciso encarar um evento de cada vez e, se o resultado não veio na Austrália, de repente será aqui, e se não for aqui será no próximo. Hoje eu tive uma bateria divertida e amanhã é outro dia”, diz o atleta.
Mineiro vence duelo de campeões
Antes do show de Medina, o atual campeão mundial Adriano de Souza superou o campeão brasileiro Bino Lopes.
Em uma bateria com poucas emoções, Adriano abriu vantagem com 6.33, ampliou o placar com 5.50 e trocou por 6.67.
Bino não conseguiu entrar em sintonia com as ondas e caiu em dois aéreos de frontside, ficando em situação delicada. A partir daí, Adriano passou a vigiar o adversário e administrou bem a vitória.
“Todas as baterias para mim são importantes. O nível dos surfistas aumenta a cada ano e é por isso que estou feliz por ter passado essa bateria”, disse Adriano de Souza. “É chato competir contra um amigo, como o Bino (Lopes), que é o atual campeão brasileiro e conhece bem todas as condições das ondas no país. Eu só procurei fazer o meu melhor e consegui aquelas duas ondas no início que fizeram a diferença. Eu não sinto pressão por estar defendendo o título mundial. Eu procuro sempre melhorar e cada vez que visto a lycra de competição, já sei que preciso dar o meu 100% sempre”.
Deivid faz a festa
Já a segunda bateria do dia foi marcada por muitas emoções, principalmente nos minutos finais. Atual líder do Tour, o australiano Matt Wilkinson saiu na frente no placar com uma direita bastante valorizada pelos juízes (7.67).
Também de backside, Wilko abriu grande vantagem com 6.83 na segunda melhor onda, complicando a vida do convidado Deivid Silva.
Melhor brasileiro no ranking do Qualifying Series, Deivid não se intimidou e passou a investir nos alley oops para tentar reverter a situação.
Primeiro ele obteve 6.43, mas a última onda foi ainda melhor. Depois de completar a manobra, Deivid mandou uma boa rasgada e deixou a decisão nas mãos dos juízes.
Em clima de suspense, o locutor anunciou a virada de Deivid, autor de 8.43 na onda da virada.
“Eu sabia que não ia ser fácil enfrentar o Matt Wilkinson, pois ele surfa muito, já tinha vencido duas etapas esse ano e eu assisto todas as baterias dele”, revelou Deivid Silva. “Estou muito feliz por ter vencido ele, ainda mais em frente desse público todo. Eu nunca tive uma sensação dessas depois de ter virado a bateria naquele aéreo nos últimos segundos. É uma honra estar competindo no CT e até peço desculpas ao Matt (Wilkinson) por ter vencido, mas só quero mostrar o meu surfe e ir o mais longe possível no evento”.
Mais reforços
Mais dois brasileiros avançaram à terceira fase neste sábado. Em batalha muito acirrada, Caio Ibelli levou a melhor sobre Jadson André por uma pequena diferença (10.73 a 10.67). Com a classificação à terceira fase, Ibelli ganhou duas posições no ranking e aparece provisoriamente na quarta posição.
Logo na sequência, Miguel Pupo lutou muito pela virada e conseguiu bater o australiano Adrian Buchan pelo placar de 13.30 a 11.73 pontos.
Já Wiggolly Dantas deu adeus ao Oi Rio Pro. O ubatubense não conseguiu deter o australiano Stuart Kennedy, autor de 8.00 e 6.17, contra 7.17 e 4.27 do brasileiro.
Round 3 (por João Carvalho) Os confrontos brasileiros vão continuar na terceira fase do Oi Rio Pro. O primeiro será entre o campeão mundial Adriano de Souza e o carioca Lucas Silveira, que o derrotou na primeira fase disputada terça-feira, nas ondas de Grumari. Eles voltam a se enfrentar na sexta bateria da terceira fase e agora só um prosseguirá na disputa pelo título.
Na disputa seguinte, Italo Ferreira – agora com chance de assumir a ponta do ranking se vencer o Oi Rio Pro – enfrenta o baiano Marco Fernandez, o primeiro a derrotar Matt Wilkinson no Rio de Janeiro este ano. O segundo foi o paulista Deivid Silva, que eliminou o australiano no sábado e agora vai fechar a terceira fase com o recordista absoluto e dono da primeira nota 10 da etapa brasileira da World Surf League esse ano, o campeão mundial Gabriel Medina.
A terceira fase já vai começar quente, com o defensor do título do Oi Rio Pro, Filipe Toledo, enfrentando ao italiano Leonardo Fioravanti, que no momento lidera o ranking do WSL Qualifying Series que classifica dez surfistas para a elite dos top-34 da World Surf League. Outro vencedor da etapa brasileira nas ondas do Postinho, o havaiano John John Florence, entra na segunda bateria com o catarinense Alejo Muniz. Na quarta, Caio Ibelli enfrenta outro novato na elite deste ano, Ryan Callinan, da Austrália. E Miguel Pupo pega mais um estreante na oitava, o norte-americano Kanoa Igarashi.
Próxima chamada Ao término da segunda fase masculina, ainda no sábado foi iniciada a quarta rodada feminina do Oi Rio Pro, mas só aconteceram duas baterias até a comissão técnica paralisar a competição devido ao forte vento sudoeste que acabou com a boa formação das ondas no Postinho da Barra da Tijuca. A chamada então para a terceira bateria e penúltima batalha pelas vagas nas quartas-de-final da categoria feminina foi marcada para as 7 horas do domingo, novamente na arena do Postinho.
Terceira fase
1 Filipe Toledo (BRA) x Leonardo Fioravanti (ITA)
2 John John Florence (HAV) x Alejo Muniz (BRA)
3 Nat Young (EUA) x Dusty Payne (HAV)
4 Caio Ibelli (BRA) x Ryan Callinan (AUS)
5 Stuart Kennedy (AUS) x Davey Cathels (AUS)
6 Adriano de Souza (BRA) x Lucas Silveira (BRA)
7 Italo Ferreira (BRA) x Marco Fernandez (BRA)
8 Kanoa Igarashi (EUA) x Miguel Pupo (BRA)
9 Sebastian Zietz (HAV) x Adam Melling (AUS)
10 Jordy Smith (AFR) x Jack Freestone (AUS)
11 Michel Bourez (PLF) Matt Banting (AUS)
12 Gabriel Medina (BRA) x Deivid Silva (BRA)
Veja a comemoração de Deivid Silva