SuperSurf Internacional

Medina espetacular na Vila

Gabriel Medina, SuperSurf Internacional 2011, praia da Vila, Imbituba (SC)

Gabriel Medina abusa dos aéreos e vence com atuação histórica na praia da Vila. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.
Vice-campeão, australiano Tom Whitaker reconhece superioridade do brasileiro. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

De maneira sensacional, o brasileiro Gabriel Medina, 17, sagrou-se campeão do SuperSurf Internacional 2011 neste domingo na praia da Vila, Imbituba (SC).

 

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Em ondas de 2 metros e excelente formação, o atleta derrotou o experiente australiano Tom Whitaker pelo placar de 19.10 a 10.66 na decisão do evento válido como etapa Prime da divisão de acesso para o World Tour. 

 

Pela vitória, Medina fatura 6.500 pontos no ranking unificado da ASP, entra no seleto grupo dos 32 surfistas que se classificam para o World Tour, além de levar o cheque de US$ 40 mil para casa.

 

“Estou amarradão, sem palavras. Venci na praia Mole há dois anos, quando eu tinha 15 anos, e não sei o que falar. Queria agradecer a todo mundo que veio na praia e torceu por mim”, comemora o atleta.

 

A final foi uma repetição do que o brasileiro fez durante todo o domingo gelado e de extensas esquerdas na praia da Vila. Sem dar chances ao aussie Tom Whitaker, ele somou notas 9.10 e 10 com sequências impressionantes de batidas, rasgadas, rabetadas e aéreos.

 

Na onda em que tirou 9.10, ele primeiro voou com as mãos na borda, mandou algumas batidas até o inside e finalizou com outro aéreo, desta vez rodando, para deixar Whitaker em situação complicada logo nos primeiros minutos.

 

Na segunda metade da bateria, o brasileiro preparou outra sequência de rasgadas, batidas e aéreos para cravar nota 10 unânime em uma esquerda. Medina ainda descartou um 8.77 para ser o grande campeão com oito das dez melhores ondas surfadas de todo o campeonato. 

 

“É primeira vez que eu surfo aqui na Vila. Queria surfar bem esta onda e graças a Deus deu tudo certo. Trouxe toda minha família e acabei me sentindo em casa, surfei confortável. Queria agradecer ao público daqui de Imbituba e também meus patrocinadores, se não fosse eles eu não estaria aqui”, completa o surfista, agora vigésimo sétimo colocado do ranking mundial.

 

Já o vice Tom Whitaker pulou para a trigésima sexta posição e fez questão de cumprimentar o brasileiro ao sair da água. “Gabriel foi o melhor surfista do evento, sem a menor dúvida. Ele estava com tudo, ninguém conseguiria ganhar dele hoje. É um surfista jovem e tem um grande futuro pela frente, só tenho que parabenizá-lo. O brasileiro tem que estar muito orgulhoso por ter um surfista como ele”, afirma o aussie, que recebeu US$ 20 mil de premiação e 5.200 pontos no ranking mundial.

O dia decisivo do Super Surf Internacional foi marcado por pontuações altas e um excelente nível apresentado pelos atletas. Depois da passagem de um ciclone no último sábado no litoral Sul catarinense, o mar proporcionou excelentes condições em tarde de fortes emoções em Imbituba.

 

Gabriel Medina quebrou todos os recordes do evento. Na bateria das quartas-de-final contra o norte-americano Damien Hobgood, ele conseguiu o primeiro 10 unânime do dia em um aéreo rodando logo na primeira manobra. Depois o paulista ainda teve fôlego para cravar o maior somatório da competição com pauladas e rasgadas bem definidas até o inside de nota 9.73.

 

“Eu nem sei direito como foi. Quando dei a cavada vi que dava para mandar o aéreo 360º. Era uma onda com tamanho e deu certo. Por isso que eu gosto de bateria homem-a-homem, dá para arriscar mais. Graças a Deus deu tudo certo e ainda achei outra onda boa, um 9.73”, conta Medina, que venceu o norte-americano por 19.73 a 13.74.

 

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Sequência nota 10 de Gabriel Medina. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.
Hizunomê Bettero termina em quinto. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

Na fase anterior, ele já havia anotado a maior nota do dia até então, um 9.50, no duelo brasileiro válido pela quinta fase contra Miguel Pupo. Gabriel arrancou o high score com uma batida e uma sequência impressionante de rasgadas em uma longa esquerda da série.

 

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“Foi uma bateria difícil contra o Miguel, mas me senti em casa. Como a gente surfa junto todo dia acho que aliviou um pouco a pressão. Surfei como estivesse em um free surf e consegui achar aquele 9.50 para avançar”, relata o campeão, que derrotou o colega pelo placar de 14.67 a 11.50.

 

Já na semifinal, Medina abusou mais uma vez e explodiu a torcida brasileira em Imbituba. A vítima foi o neozelandês Richard Christie, que nada pôde fazer contra o inspirado repertório do atleta de Maresias. Gabriel mandou snaps, batidas, cutbacks, rasgadas, aéreos e chegou até a dar um aéreo superman para delírio do público. O atleta somou notas 9.87 e 9.73 e ainda se deu ao luxo de descartar notas 9.00, 9.36 e 7.83.

 

Medina saiu da água emocionado, chorando muito. Ali já parecia saber que seria o campeão do SuperSurf Internacional de maneira histórica. “Eu queria muito estar na final, mas não tinha muito que fazer lá fora, o Gabriel estava com tudo. Vi a bateria dele anterior e ele estava mandando um aéreo mais louco que o outro. Sabia que ele ia fazer o mesmo contra mim. Medina está de parabéns”, afirma Richard Christie, que soma 4.225 pontos no ranking mundial e leva US$ 11 mil de premiação.

 

Na outra semifinal, Tom Whitaker derrotou o norte-americano Gabe Kling em um duelo apertado, com séries demoradas na Vila. Gabe saiu na frente com duas ondas 7.10 e 6.00 e Whitaker demorou longos 16 minutos para pegar sua primeira onda.

 

Mas o aussie se recuperou no final e garantiu sua vaga na decisão com notas 7.70 e 6.03 em boas sequências de batidas de backside. Gabe Kling quase virou no finalzinho, mas anotou 5.27 e precisava de nota 6.64.

 

“É um bom resultado sim, foi uma bateria muito difícil. Achei que tinha virado naquela minha última onda, mas acho que faltou uma manobra mais forte no outside. Foi por pouco, de qualquer forma estou amarradão. O importante é que consegui um bom resultado e as ondas estavam muito boas o dia todo, talvez uma compensação pelas difíceis condições do mar de ontem”, diz Gabe, que somou os mesmos 4.225 pontos de Richard Christie e levou US$ 11 mil para os EUA.

 

Outro destaque brasileiro foi o paulista Hizunomê Bettero. Depois de derrotar o carioca Raoni Monteiro com uma grande atuação na quinta fase, Bettero acabou barrado nas quartas-de-final pelo australiano Tom Whitaker, dono de um surf sólido de backside nas potentes ondas da Vila.

 

Tom ditou o ritmo no início e abriu o placar com nota 8.93 em duas fortes pauladas de backside. Bettero respondeu rápido, e rasgou no crítico da onda para somar 6.50 em uma esquerda de frontside. 

 

O brasileiro assumiu a liderança com nota 7.77 depois de mirar o lip e rasgar forte de frontside. Mas Whitaker confirmou a vitória com 8.17 em uma esquerda bem trabalhada no outside e finalizada com duas batidas fortes no inside.

 

“Vacilei na minha primeira onda. Peguei a primeira da série e a segunda veio perfeita. Queria ter ido mais longe, nos últimos tempos tenho sempre parado nas quartas-de-final. Às vezes isso chateia um pouco, mas de uma forma geral foi um bom resultado. Estou feliz com minha atuação aqui na Vila”, declara Hizunomê, que agora parte para a primeira etapa do Brasil Surf Pro entre os dias 8 e 12 de junho em Porto de Galinhas (PE).

 

“Agora vou disputar a primeira etapa do Brasil Surf Pro em Pernambuco. Depois tem uma etapa Prime do circuito mundial lá em Portugal. Espero me dar bem nestas duas etapas”, finaliza Bettero, que com o resultado somou 3.120 pontos no ranking mundial e levou o cheque de US$ 7 mil para casa.


A próxima etapa Prime do circuito mundial acontece entre os dias 14 e 19 de junho em Ericeira, Portugal. O evento distribui 6.500 pontos no ranking e US$ 250 mil de premiação total.

 

Resultado do SuperSurf Internacional 2011


1 Gabriel Medina (Bra)

2 Tom Whitaker (Aus)

3 Richard Christie (Nzl)

3 Gabe Kling (EUA)

5 Hizunomê Bettero (Bra)

5 Mason Ho (Haw)

5 Damien Hobgood (EUA)

5 Dylan Graves (Pri)

9 Raoni Monteiro (Bra)

9 Ricardo dos Santos (Bra)

9 Miguel Pupo (Bra)

9 Royden Bryson (Afr)

13 Yuri Sodré (Bra)

13 Jessé Mendes (Bra)

13 Bernardo Pigmeu (Bra)

13 Benn Dunn (Aus)

13 Wiggolly Dantas (Bra)

13 Granger Larsen (Haw)

13 Austin Ware (EUA)

13 Yadin Nicol (Aus)

13 Tomas Hermes (Bra)

13 Leo Neves (Bra)

13 Neco Padaratz (Bra)

13 Jay Quinn (Nzl) 

 

Ranking  unificado da ASP depois de 18 etapas

1 Kelly Slater (EUA) – 66.200 pontos
2 Jordy Smith (Afr) – 52.000
3 Mick Fanning (Aus) – 43.648
4 Taj Burrow (Aus) – 43.177
5 Bede Durbidge (Aus) – 39.370
6 Adriano de Souza (Bra) – 38.557
7 Jeremy Flores (Fra) – 38.016
8 Owen Wright (Aus) – 37.400
9 Adrian Buchan (Aus) – 36.492
10 Damien Hobgood (EUA) – 35.370
11 Michel Bourez (Tah) – 33.650
12 Dane Reynolds (EUA) – 31.707
13 Joel Parkinson (Aus) – 31.457
14 Brett Simpson (EUA) – 29.000
15 Kieren Perrow (Aus) – 26.545
16 Matt Wilkinson (Aus) – 26.200
17 Chris Davidson (Aus) – 25.607
18 Tiago Pires (Por) – 25.423
19 C. J. Hobgood (EUA) – 25.200
20 Jadson André (Bra) – 25.182
21 Heitor Alves (Bra) – 25.095
22 Adam Melling (Aus) – 24.957
23 Alejo Muniz (Bra) – 23.841
24 Raoni Monteiro (Bra) – 23.001
25 Patrick Gudauskas (EUA) – 21.957
26 Dusty Payne (Haw) – 21.500
27 Gabriel Medina (Bra) – 21.364
28 Julian Wilson (Aus) – 21.346
29 Taylor Knox (EUA) – 21.000
30 Miguel Pupo (Bra) – 20.866
31 Daniel Ross (Aus) – 19.905
32 Willian Cardoso (Bra) – 19.549
46 Jessé Mendes (Bra) – 13.574
50 Hizunomê Bettero (Bra) – 12.365
56 Junior Faria (Bra) – 11.195
60 Wiggolly Dantas (Bra) – 10.865
62 Leonardo Neves (Bra) – 10.448
68 Thiago Camarão (Bra) – 9.969
76 Bernardo Pigmeu (Bra) – 8.956

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