Depois da matéria que li sobre a Juliana Freitas no Tahiti, caiu mais uma vez a ficha! Temos uma geração de meninas aí quebrando!
Isso é irado, porque tirando a mulherada das antigas, como a Ferrari, Dani, Ney, que ainda estão no top e sendo perigo imediato a qualquer pseudo nova geração, não tínhamos uma troca de guarda.
Tivemos etapas em Pipeline totalmente sem brilho há alguns anos, com as japonesas passando baterias com um surf medíocre!
Estava até fácil chegar a uma final durante um tempo por aqui, pensei ensinar minha esposa até a dar rolo pra ver se rolava uma grana de premiação aqui, mas tudo bem.
Fiquei no pé, algumas atletas tomaram uma atitude e este ano foi uma sensacional surpresa!
Jessica Becker, Isabela de Souza, Juliana e Lorraine quebraram! Sem babação: Jessica surfou anos luz em Maui! Se tivesse pego metade do que pegou, teria ganho o evento. No free surf, caía nos mares com a galera e representava muito bem o Brasil.
Em sua primeira queda em Pipe, Isabela de Souza já me pega logo um trem, uma onda iradíssima! Um tubo de verdade, estava cansado de ver cavada fugindo do lip e invertido. Ela segurou, botou pra dentro, adiantou e saiu! Iradíssimo, nota 100 a ela!
Lorraine tem surpreendido a todos, tem se tacado em ondas até cabulosas em dias não muito surfáveis para a maioria das bodyboarders!
Juliana Freitas: vi várias quedas dela em Pipe, sempre buscando um posicionamento “mais pra dentro”, dropando altas ondas, pegando tubos irados!
Na minha posição de telespectador, cada uma tem uma qualidade. Jessica é uma competidora com potencial de sobra para ser campeã do mundo em, no máximo, cinco anos!
Isabela: talvez o maior talento nato de bodyboard feminino brasileiro em ondas pesadas, com potencial também para ser campeã mundial!
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Lorraine está com uma linha cada vez melhor em ondas com tamanho e força. Caiu em um mar em Log Cabins muito perigoso, praticamente sozinha.
Juliana está com uma linha e um faro de tubo muito bons. Acredito que será uma especialista em Pipeline, muito em breve podendo vencer essa tão cobiçada etapa, em condições reais, chegando a uma final em uma etapa de nível, porque este ano, com as condições pesadas do mar, deu pra ver que a mulherada está instigada.
Leila Ali foi um monstro. Atirou-se, entubou e é uma ?pipe master?, não precisa provar isso já há muito tempo.
Dani Freitas surfou a final como uma kamikase. Deu um rolo numa bomba, surfou muito.
Ney Carvalho deu as caras aqui este ano e nos presenteou com aquele surf que dá gosto de ver, tudo pra conseguir quantos títulos mais ela quiser. Um monstro do esporte e exemplo de atleta e mãe.
Ferrari passou o trator em várias meninas da nova geração. Surfou muito, cheguei a ver uma session dela em Off the Wall com uns rolos muito bons. Leve e fluida ainda e será por muito tempo um perigo se o mar tiver um tamanho.
Enfim, este foi um balanço das meninas aqui nesta temporada. Algumas atletas se acham injustiçadas porque não escrevo sobre elas e coisa e tal.
Escrevo sempre sobre quem eu vejo surfando, é um prazer comunicar, passar pra galera no Brasil o que rola aqui, inclusive queria deixar aqui um tubo que vi de uma bodyboarder de alma, a Alexandra Kaguaia.
Presenciei um tubo dessa atleta em Rock Point que nunca tinha visto uma atleta feminina pegar ali. Onda pesada, atrasou, entubou e saiu. Parabéns, Kaguaia.
Torço para que mais meninas venham nesta temporada e acredito que, com o trabalho muito irado das musas bodyboarders, o esporte deu um novo salto e a categoria feminina já é o futuro do esporte. Teremos muitos motivos de orgulho com essas atletas.