Depois de dois dias de disputas intensas na praia de Maracaípe (PE), o cearense Messias Félix, 25, comemorou o título de campeão do Mahalo Pro Challenge, apresentado pela Kenner.
Em ondas de excelente qualidade, de cerca de 1,5 metros, o público foi presenteado com um verdadeiro show de surfe, protagonizado pelos melhores atletas da região Nordeste e alguns participantes do Sul do país.
Com 14.50 pontos, Félix não foi páreo nem para o inspirado Marcelo Nunes, integrante da elite do surfe mundial por cinco anos, e faturou R$ 8 mil, dos R$ 30 mil oferecidos no evento.
O cearense fez 7.00 e 7.50 pontos nas suas melhores ondas, com um repertório de manobra composto de aéreos, rasgadas, batidas e tubos, jogando sempre muita água apara cima.
Edvan Silva e Bino Lopes, que vinham destruindo nas fases anteriores, perderam o gás na final, mas também saíram muito aplaudidos pela galera, pela garra e pelo talento que demonstraram.
“Perseverei muito para chegar a este título e agradeço a Deus por ele. Perdi muito durante o ano e recebi muita força da família e dos amigos. As coisas deram certo desde a minha estreia na competição e achei sempre as ondas certas”, comemora.
Félix havia ido a Portugal disputar uma prova do mundial e, depois de ser derrotado na primeira fase, resolveu voltar às pressas para Maracaípe.
“Deus sabe a hora de cada um. Só pude vencer aqui porque perdi logo em Portugal. Maracaípe é especial, pois foi para cá que fiz minha primeira viagem para competir fora do Ceará. Foi há 10 anos, quando tinha 15 anos de idade”, explica.
“Minha última vitória tinha sido na praia do Cupe (Seletiva Petrobras), aqui perto, no ano passado. Agora ganhei aqui. Vou comprar um terreno na região”, brinca o campeão.
Retorno Integrante da elite mundial por cinco anos, Marcelo Nunes, 31, era só felicidade com a segunda colocação no Mahalo Pro Challenge, apresentado pela Kenner.
Foi justamente em Maracaípe, em 1997, que ele ganhou projeção no cenário internacional do surfe, quando tinha apenas 17 anos de idade e venceu o Hang Loose Pro Contest. A competição foi uma das provas mais importantes do circuito World Qualyfing Series (WQS) daquele ano.
“Estava precisando muito de um bom resultado, pois o último título que conquistei foi em uma etapa do circuito cearense. Aqui é um lugar muito especial, pois foi onde comecei a conquistar todos os meus sonhos. Agora espero me qualificar no circuito brasileiro e depois voltar ao mundial. Esta é uma meta e vou brigar muito por ela”, disse.
Nunes foi um dos atletas que proporcionaram os melhores momentos da competição. Na semifinal, por exemplo, fez uma das melhores ondas do evento. Em uma esquerda ele fez fortes rasgadas e finalizou com um tubo seco e longo, e obteve nota 8,66 pontos, levando o público ao delírio.
Encostando nos líderes Com o quarto lugar em Maracaípe, Bino Lopes chegou à sua terceira final, em quatro provas disputadas. Ele saltou de 15º para o quarto lugar no ranking, sendo que as duas etapas restantes foram provas do cearense, de pontuação menor, que serão descartadas no final do circuito.
“Dei tanto gás nas fases anteriores que, quando cheguei à decisão, estava desgastado. Fiquei meio perdido e não consegui fazer boas escolhas de onda. Os meninos estavam com todo gás e mereceram chegar na frente”, elogia Lopes. “Eu me sinto muito lisonjeado por ter feito a final com esses grandes atletas e por competir na etapa do meu patrocinador”.
Presenças ilustres Quem compareceu para prestigiar o domingo de disputas do Mahalo Pro Challenge foi o surfista de ondas grandes, internacionalmente conhecido, Carlos Burle.
O pernambucano, que mora do Rio de Janeiro, foi a Maracaípe matar saudades dos amigos e fez muitos elogios à estrutura do campeonato e ao nível de disputas dos atletas nordestinos.
A secretária dos Esportes do Estado de Pernambuco, Ana Cavalcanti, também compareceu em Maraca para entregar a premiação a Messias Félix.
Sempre presente nos eventos de surfe de Pernambuco, a secretária enalteceu o trabalho da Associação Nordestina de Surf (ANS) e da Federação Pernambucana de Surf (FPSurf) e o investimento do Grupo Mahalo no esporte da região.
O Kenner Apresenta: Mahalo Pro Challenge tem patrocínios da MAHALO, Kenner e Mahalo Press e conta com os apoios da Prefeitura Municipal de Ipojuca, Eberle Fashion, Lucas Aplique Process e do Governo de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Esportes.
As supervisões técnicas são da Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP), Federação Pernambucana de Surf (FPS) e da Associação Nordestina de Surf (ANS).
A divulgação é dos canais ESPN e Woohoo; das revistas Fluir e Ceará Surf Press; e dos portais Waves, SurfBahia, e Ceará Surf, Ceará Surf Press e Wave Wind Sports.
Resultado
1 Messias Félix (CE)
2 Marcelo Nunes (RN)
3 Edvan Silva (CE)
4 Bino Lopes (BA)