Rip Curl Pro

Mineirinho dita o ritmo

Adriano de Souza, Rip Curl Pro 2011, Bells Beach, Austrália

Adriano de Souza lidera confronto do início ao fim. Foto: © ASP / Kirstin.

O paulista Adriano de Souza avançou direto ao terceiro round do Rip Curl Pro Bells na tarde desta quarta-feira em Bells Beach, Austrália, ao vencer os aussies Chris Davidson e Julian Wilson na penúltima bateria da primeira rodada.


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Alejo Muniz estreia com o pé direito em Bells. Foto: © ASP / Kirstin.

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As ondas continuam bombando sem parar em Bells, porém as últimas baterias aconteceram na maré cheia, com ondas bem diferentes da

parte da manhã.

 

Apesar disso, Adriano de Souza soube posicionar-se e surfá-las da maneira correta, com fortes ataques à parte crítica e bom repertório de manobras de frontside, como rasgadas, batidas, cutbacks e

floaters. Na primeira delas, aproveitou toda extensão da pista até o final e arrancou nota 6.83 dos juízes.

 

“Minha estratégia foi esperar pelas ondas na seção de Rincon, pois com a maré cheia a onda fica melhor por lá. Assisti o Joel Parkinson na bateria anterior e vi que ele estava se afundando no Bowl, mas quando ele foi para lá conseguiu 9.50 e 8.00. Isso confirmou ainda mais minha decisão de ir para lá”, revela Adriano de Souza.

 

O guarujaense ditou o ritmo do duelo e manteve-se na liderança do início ao fim. A menos de cinco minutos para o término, selou definitivamente a vitória com nota 7.77, ao atacar com ainda mais pressão uma boa da série.

 

Com 14.60 pontos somados, Mineirinho manda para a respescagem Chris Davidson e Julian Wilson, que somaram 10.83 e 9.83 respectivamente.

 

“Vi para cá dez dias antes para me preparar e treinar bastante antes do evento. A cada ano que passa o nível do campeonato aumenta mais. Estou feliz por avançar, pois este campeonato comemorativo de 50 anos tem um sabor especial”, finaliza Adriano de Souza.

 

Jadson contundido O potiguar Jadson André não teve a mesma sorte e caiu para a repescagem depois de contundir o ombro logo na primeira onda da bateria.

 

O norte-americano Patrick Gudauskas dominou o duelo. Ele abusou das batidas, rasgadas e completou até aéreo para avançar direto ao terceiro round, com 13.40 pontos somados, contra apenas 8.93 do compatriota Brett Simpson e 9.43 do brasileiro, que mesmo sem condições de competir de igual para igual ainda conseguiu ficar na segunda colocação.

 

“Logo na minha primeira onda já machuquei o ombro. O lip me atingiu e já senti na hora que havia me machucado. Espero ficar bem logo para a próxima bateria”, lamenta Jadson André, que foi atendido pelo médico do evento e já passava por aplicações de gelo no local.

 

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Heitor Alves começa com vitória. Foto: © ASP / Kirstin.

Alejo tem boa estreia Logo na primeira bateria do dia, dois brasileiros já entraram em ação e o catarinense Alejo Muniz começou com o pé direito, para garantir passagem direta ao terceiro round do evento.

 

Já o carioca Raoni Monteiro, não entrou em sintonia com as ondas do pico e acabou caindo na terceira posição, com apenas 7.37 pontos somados, porém terá uma nova chance na repescagem, junto com o aussie Adam Mellling, que somou 11.26.

 

Esta é a primeira vez que o catarinense compete em Bells Beach e as coisas começaram de forma emocionante. Logo no início ele quebrou sua prancha e foi obrigado a trocar de equipamento. Na volta ao

Jadson André contunde o ombro. Foto: © ASP / Kirstin.

outside, já garantiu sua melhor nota (6.83), com uma sequência de fortes e expressivas manobras de frontside. Depois, selou sua vitória com mais uma nota 6.40, para não dar chances aos adversários.

 

“Mesmo quebrando minha prancha boa, minha estreia não poderia ter sido melhor. Eu estava meio indeciso se caía de 5’11” ou 6’0″. Acabei optando pela menor e no fim das contas tive que trocar de qualquer jeito, mas foi com ela que fiz minha melhor nota, logo que cheguei ao outside de volta”, explica Alejo Muniz.

“Cheguei na praia ainda de noite. Quando vi aquelas espumas já percebi que tinham altas. Me troquei e entrei na água ainda no escuro, estava muito frio. Estar aqui neste campeonato tão tradicional e ainda com estas ondas, não poderia estar melhor”, diz o catarinense.

 

Heitor Alves bota pressão O cearense Heitor Alves também começou forte e colocou pressão nos adversários. Ele mandou para a repescagem o norte-americano Bobby Martinez e o australiano Owen Wright.

 

Esta é a primeira vez que o brasileiro vence uma bateria em Bells Beach. Um dos fatores que fez a diferença foi o bom posicionamento, seguido de ataques precisos de backside ao lip e boa leitura de onda, que lhe garantiram notas 7.33 e 7.03.

 

Bobby chegou a assumir a liderança temporariamente, mas nada pôde fazer para deter o inspirado cearense e foi para a repescagem com 14.14 pontos somados, apenas 0.22 a menos do que Heitor. Owen Wright somou 10.60 e também terá uma nova chance.

 

“A onda quebra praticamente no mesmo lugar sempre, então é importante observar antes da bateria onde ela está melhor para manobrar, porque em algumas seções ela fica um pouco gorda. É importante saber lidar com ela”, explica Heitor Alves.

“Graças a Deus desta vez eu passei direito e estou bastante confiante. Quero chegar na final deste campeonato”, finaliza o cearense, que agora irá descansar e só entra em ação novamente no terceiro round.

 

Na bateria seguinte, foi a vez do quarto brasileiro entrar em ação. O jovem Gabriel Medina, que compete como convidado, não teve a mesma sorte de seus compatriotas e caiu para a repescagem, com a última colocação na bateria, vencida por um inspirado Mick Fanning.

 

O australiano bicampeão do mundo, não deu a mínima chance aos adversários e literalmente moeu as ondas de Bells, com muita velocidade e pressão, para somar 15.60.

 

O português caiu para a repescagem com 11.07 pontos somados, e terá uma nova chance junto com o paulista, que não encaixou seu potencial de surf de backside com as ondas do pico e terminou o confronto com 9.27 pontos somados.

 

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Joel Parkinson tem melhor atuação do dia. Foto: © ASP / Robertson.

Melhor do dia A melhor atuação do dia ficou com o australiano Joel Parkinson, que estabeleceu o primeiro recorde do evento, ao somar 17.74 pontos e mandar para a repescagem o norte-americano CJ Hobgood e o também aussie Bede Durbidge.

 

“Comecei mal no Bowl, a seção estava muito difícil. Então, vi o CJ se dar bem em Rincon e resolvi ir para lá também e me dei bem. É muito bom vencer a bateria de abertura, especialmente em Bells. Conseguir um dia de folga e ir direto para o terceiro round é uma vantagem enorme”, comemora Joel Parkinson.

 

Defensor do título O norte-americano Kelly slater também deu trabalho. Com 16.00 pontos somados, não deu chances aos

Gabriel Medina não entra em sintonia com Bells. Foto: © ASP / Kirstin.

australianos Kai Otton e ao local trialista Adam Robertson.

 

Uma nova chamada para reinício da prova acontece nesta quinta-feira pela manhã.


Primeira fase do Rip Curl Pro Bells 2011

 

1 Alejo Muniz (Bra) 13.23, Adrian Buchan (Aus) 11.26 e Raoni Monteiro (Bra) 7.37
2 Adam Melling (Aus) 14.50, Josh Kerr (Aus) 12.30 e Taj Burrow (Aus) 11.00
3 Heitor Alves (Bra) 14.36, Bobby Martinez (EUA) 14.14 e Owen Wright (Aus) 10.60
4 Mick Fanning (Aus) 15.60, Tiago Pires (Por) 11.07 e Gabriel Medina (Bra) 9.27
5 Kennedy Stu (Aus) 11.70, Dusty Payne (Haw) 10.50 e Jordy Smith (Afr) 9.00
6 Kelly Slater (EUA) 16.00, Kai Otton (Aus) 10.13 e Adam Robertson (Aus) 8.53
7 Jeremy Flores (Fra) 13.17, Cory Lopez (EUA) 5.83 e Taylor Knox (EUA) 4.67
8 Michel Bourez (Tah) 12.60, Kieren Perrow (Aus) 10.20 e Gabe Kling (EUA) 5.50
9 Matt Wilkinson (Aus) 14.60, Damien Hobgood (EUA) 11.23 e Daniel Ross (Aus) 11.07
10 Joel Parkinson (Aus) 17.74, CJ Hobgood (EUA) 11.44 e Bede Durbidge (Aus) 8.17
11 Adriano de Souza (Bra) 14.60, Chris Davidson (Aus) 10.83 e Julian Wilson (Aus) 9.83
12 Patrick Gudauskas (EUA) 13.40, Brett Simpson (EUA) 8.93 e Jadson André (Bra) 9.43

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