Depois de ser eliminado por Jadson André em New York, Adriano de Souza voltou a enfrentar o amigo no World Tour, desta vez em Lower Trestles, Califórnia (EUA), palco do Hurley Pro 2011.
Como era esperado, a bateria pegou fogo do início ao fim. Encaixado nas direitas, Adriano fez uma belíssima atuação e imprimiu forte ritmo no outside.
Por sua vez, Jadson escorregou em duas ondas e não conseguiu repetir a performance impressionante da repescagem, quando registrou o maior somatório do Hurley Pro até o momento.
Autor de 7.50 e 8.00 nas duas melhores ondas, Adriano deixou o adversário a 8.90 da vitória. Além de vencer a revanche contra o amigo, o guarujaense acaba com uma sequência de três derrotas consecutivas em duelos contra brasileiros.
Depois de ser eliminado por Alejo Muniz em Jeffrey’s Bay, ele caiu diante de Raoni Monteiro no Tahiti e perdeu para Jadson em New York.
“Antes de tudo, quero falar que brasileiro também surfa bem, também quebra, também está dentro do jogo. Eu respeito os brasileiros como se fossem meus irmãos, mas, na água, não tem mais essa, vira rivalidade. Quando perco para brasileiro, é como se tivesse perdido para um cara melhor do que eu. Ele foi melhor do que eu naqueles 30 minutos e por isso ele mereceu vencer. Depois da derrota, todas as minhas energias ficam a favor dos brasileiros que continuam no evento”, diz Adriano.
“Fico triste de ter enfrentado Jadson novamente. Na minha opinião, ele era um dos principais favoritos aqui em Lower e ontem (segunda-feira) ele mostrou isso com muita facilidade. Ao mesmo tempo, foi uma felicidade pra mim porque estou precisando muito do resultado pra continuar dentro dos top 5 e na briga pelo título mundial. Se os caras perderem agora, vou ter grandes chances de chegar junto”, continua o atleta.
“Ainda não estou morto. Estou treinando, fazendo tudo certo, super focado, moro aqui há três anos e sempre estou surfando essa onda. Tenho um conhecimento e acho que isso faz um pouco a diferença”, conclui Adriano.
Apesar da derrota, Jadson demonstrou um grande espírito esportivo ao abraçar o amigo e conversar sobre a bateria.
“Acredito que poderia ter escolhido um pouco melhor as ondas, mas ficou uns 10 minutos sem quebrar nenhuma onda e às vezes Trestles fica bem lento, flat, então achei que deveria pegar logo uma onda, mas Adriano fez logo um 7.50. Agora é ficar na torcida pelos brasileiros”, lamenta o potiguar.
“A gente não tem como escolher com quem vai competir, mas sem dúvida preferimos não competir um contra o outro. São poucos brasileiros no circuito e sempre está tendo uma coincidência de grande de a gente se enfrentar, mas é isso mesmo; você precisa estar tranquilo, numa boa, pois isso vai acontecer muitas vezes e desta vez Adriano levou a melhor”, finaliza o atleta.
Heitor na briga Agora, o Brasil tem apenas dois representantes na quarta fase. Além de Adriano, o cearense Heitor Alves segue na batalha pelo título do Hurley Pro.
Heitor não deu mole ao taitiano Michel Bourez e soltou fortes batidas de backside para vencer o confronto por 11.63 a 11.43.
Michel tentou a virada na última onda e chegou perto. Ele precisava de 6.40 e fez 6.20, saindo da água furioso.
Medina cai no final Por muito pouco o paulista Gabriel Medina não reforçou o ataque canarinho na próxima fase. O garoto de São Sebastião até surfou bem, mas caiu da prancha nas finalizações e viu o aussie Josh Kerr virar a bateria no final com uma longa direita.
Kerr teve a rabeta da prancha quebrada logo na primeira onda e não conseguiu mostrar o que sabe com a prancha reserva.
Mesmo sem acertar nenhuma manobra muito expressiva em toda a bateria, o australiano conseguiu barrar o brasileiro com notas 5.83 e 6.50, contra 5.43 e 6.40 de Medina.