Quando faço comentários e cito nomes, sei que muita gente fica indignada por eu não falar de fulano ou de beltrano de Norte a Sul do Brasil. Claro que para fazer uma lista completa dos caras que estão arrepiando, teria que adicionar duas páginas a cada mês.
Muitas vezes vi baterias ou lances de alguns e perdi de outros e, na mente, acaba ficando apenas o que vi… O Toledinho quebra sim, chamou minha atenção, mas e todos os outros? E Vitor Bernardo, Gabriel Medina , Ian Gouveia e o moleque capixaba? Faltou um monte… E o SuperSurf, Heitor Pereira, Diego Santos?
E no longboard? Parei por aí, faltou um monte… e sempre vai faltar, pois a costa brasileira é fértil de talentos. Mas, deixando isso pra lá, o Brasil está forte no WCT, com o início na Austrália. A estreia na Gold Coast mostrou que os poucos brasileiros são pequenos em número e gigantes no potencial. Adriano está soltinho no WCT, largou em segundo e está acelerando cada dia mais.
Desta vez ele arrebentou em Kirra com ondas sólidas, buraco, um point legend, com tradição, e estava difícil e power. Infelizmente, o homem foi mexer com a areia e estragou um presente de Deus, o point cheio de areia está totalmente diferente dos tempos épicos.
Mineiro foi sensacional. A torcida ficou em choque geral… Moleque adulto, surfando e competindo pra caramba!
Heitor é muito bom e foi uma pena ficar somente em 17º. Jihad não está para brincadeira este ano, botando pra quebrar, destruiu Snappers com aéreos e tail slides sem medo de ser feliz. O critério de julgamento peneirou o WCT.
As meninas me chamaram a atenção com um alto nível. As tops do mundo estrearam com muito surf. Stefanie Gilmore, além de ?boa?, compete muito. Silvana Lima está muito estileira. Fiquei impressionado com a velocidade, técnica e a radicalidade dela.
As estreantes Bruna Schimdt e Coco Ho arrepiam. Ambas muito novas já chegaram derrubando gigantes na estreia. Bruna está muito adiantada e já largou na frente. Na evolução que ainda vai seguir, segura essa menina.
A havaiana Coco, filha de Michael Ho e sobrinha de Derek, moradora de Sunset, tem uma base e uma família casca-grossa, além do surf rápido e radical. Jaqueline, com toda a sua experiência, não pegou as ondas para mostrar o seu real reperório.
A novata Fitzgibbons destrói e deu mole na bateria em que sumiu, mas o surf dela é nervoso. A havaianinha Melaine Bartels chegou rasgando, fez finaL e deve seguir nas cabeças.
O que sempre prevalece nas competições é a habilidade do surfista, aguentar a pressão e ter a consistência de sempre dar um jeito de pegar as duas ondas boas e soltar o surf moderno. Está inacreditável ver onde as manobras chegaram.
A mente humana é muito inexplorada. Alguns conseguem ir além na força mental/emocional. Estes são os top10. Em baterias não tem conversa, o cara pode ter muito surf, mas se não tiver o requisito ira/determinação mental, associado à paixão e à profunda vontade de vencer que arde no coração, pode esquecer ou se preparar para pagar uma de figurante ?Michael Jackson? nos campeonatos.
Mineiro é sinistro, desde pequeno sempre se impôs diante dos adversários. Agora, com 22 e todas as qualidades no coração descritas acima, e usufruindo da experiência de suas horas de bateria, ele está deixando seus oponentes ?vendo o bicho?.
Valeu, demais… E a torcida toda clama ? ?sem palavras?.