O ex-bodyboarder profissional Henrique “Pinguim”, 29 anos, vem fazendo bonito com a câmera. Estudante de Publicidade e local da praia do Leme e Copacabana, Henrique começou a fotografar há pouco mais de um ano e já teve a oportunidade de conhecer lugares paradisíacos e fazer grandes amizades.
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Em entrevista concedida a Bruno Lemos, o fotógrafo comenta sua carreira e exibe imagens do seu belo trabalho.
Como e por que decidiu tentar a carreira de fotógrafo de surf?
Comecei a fotografar usando a Go Pro de maneira egoísta, pois comprei para fazer minhas próprias imagens. Comecei a tirá-la da prancha e fotografar meu amigos.
Fui tomando gosto pelas fotos e resolvi investir no equipamento profissional. Aos poucos as minhas fotos começaram a render frutos e serem publicadas nas mídias.
Sempre estive em contato com os fotógrafos, como, por exemplo: Beto Paes Leme e Pedro Tojal, amigos e companheiros de profissão. Pude tirar dúvidas e estar sempre aprendendo com eles. Logo na sequência, fiz o curso com Sebastian Rojas, outro monstro das fotos aquáticas. Um ponto que posso destacar é que o fato de pegar onda de bodyboard onde me deu uma boa leitura de onda e possivelmente um posicionamento na água.
Qual a sua motivação e o que espera do mercado e do futuro dessa carreira?
Todo dia que vou fotografar ganho mais motivação, seja um ângulo novo, um tubão ou uma manobra irada. Isso me motiva muito – estar em contato com o mar, principalmente. O que espero do mercado é o melhor possivel. Sei que não é fácil e muita coisa tem que ser mudada, mas otimismo acho que pode ser a palavra certa.
Sobre o futuro da minha carreira, é me manter em constante produção, poder continuar conhecendo lugares alucinantes, aprendendo mais sobre fotografia e colher os frutos que estão surgindo. Só tenho a agradecer no momento, tô amarradão.
Onde você costuma fotografar?
Cara, isso é difícil responder. Tô sempre na busca, costumo ir onde tem onda tubular, onde acredito que vá render fotos boas de dentro d’água. Tenho dois lugares que me amarro em fotografar. O primeiro é o meu quintal de casa, pico onde surgi e sou local, a praia do Leme, localizada no começo da praia de Copacabana. Onda triangular, forte e bem constante, pois funciona com ondulações de Leste e Sudeste, predominantes aqui no Rio. Em seus dias clássicos, pode-se falar que o Leme lembra Pipeline. Aí, funciona o famoso PipeLEME!
O outro pico é o Shore Break, uma laje de pedra localizada na outra ponta da praia de Copacabana. Pra chegar ao pico, é necessário remar durante uns 15 minutos, beirando o forte de Copacabana. A onda é dominada por bodyboarders, muito rasa e forte, passou de 1,5 metros já fica meio over. Costumo falar que o Shore é um estúdio, pois a onda é um quadrado, muito tubular, e a água é sempre muito clara por lá. É um bom lugar pra se treinar a fotografia aquática, posicionamento, cuidado com a laje e a natação. Nunca tive a oportunidade de fotografar uma session com a galera do surf, mas já escutei que alguns loucos conseguem fazer o drop na onda.
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Como foi essa vinda para o North Shore? Essa foi a sua primeira temporada no Hawaii?
Foi a minha segunda temporada e primeira como fotógrafo. Essa ida foi absurda, cheguei a North Shore já no possivel dia do Eddie Aikau, ou seja, o bicho tava pegando na ilha. Depois não parou de dar onda, literalmente cheguei com o swell. Foram vários dias de Pipeline, Backdoor, Off-The-Wall e Rocky Point épicos . Consegui produzir bem e aprender como os melhores do mundo nas condições perfeitas.
Foi muito diferente do que imaginava?
Cara… Foi! Quando saí do Rio, não sabia como seria fotografar Pipe, Backdoor e OTW. O frio na barriga dominava!
A força da onda é absurda, coral raso, crowd de fotógrafos no line up e clima tenso toda hora. Pra minha primeira ida como fotógrafo, foi muito melhor do que eu imaginava, sem dúvidas. Com o tempo e aos poucos, fui me acostumando às situações e me adaptando ao power das ondas.
Quais as dificuldades e as facilidades que achou em fotografar aqui?
Dificuldade? Várias! Tamanho e força da onda, crowd…. Literalmente você está ali pra fazer a foto da sua vida e nadar pela sua vida. É uma adrenalina monstra fotografar em Pipeline. Facilidade é, sem dúvida, o estúdio ao ar livre que é o North Shore – luz, cor da água, tudo em perfeita sintonia para a composição de uma foto irada.
Quais os momentos que mais te marcaram nessa temporada?
Sessions épicas, como, por exemplo, um dia com Slater, O’Brien, Tom Carroll, entre outros. Era um filme de surf ali ao vivo, no maior palco do mundo. Pipeline quebrava épico, com séries de 12 pés. Todos os meus amigos curtindo esse “moment”, tanto na areia, descansando da caída, ou no outside disputando uma onda. Dia irado, sem dúvidas.
O outro foi no mesmo dia da luta entre o Anderson Silva e o Belfort. Pipeline clássico, pesado, uns 15 pés, crowd máximo. Quando entrei pra fotografar, fiquei sabendo que meu amigo, o bodyboarder e fotógrafo Paulo Barcellos, tinha tomado cerca de seis bombas na cabeça e havia se machucado gravemente. Nesse dia dominamos Pipeline com um churrascão na cara do gol, literalmente do lado da Volcom House.
Como descreveria o North Shore?
Selva! Clima tenso, onda pesada e perfeita (risos). Do céu ao inferno em questão de segundos!
O que pretende fazer com o material captado?
Tive altas fotos publicadas dessa temporada, fiquei amarradão com o retorno. O material captado foi exclusimante para as revistas e para publicidade.
Quais os próximos projetos?
Continuar fotografando todos os dias! E focar nas trips futuras, como México, Indonésia e Hawaii no fim do ano.
O que acha do site Waves? Deixe um recado para os internautas.
É o veículo que fala aquilo que a comunidade o surf quer ouvir – noticias sem atraso, galerias de fotos alucinantes e muita informação. Gostaria de agradecer a todos aqueles que curtem o meu trabalho, aqueles que me apoiam e vibram com as minhas vitórias. Um abração a todos os internautas. Aloha!!