Damian King é carregado após a vitória em Pipeline. O aussie estragou a festa brasileira do hepta mundial. Foto: Site Ibatour.com. |
Guilherme fez tudo bonito, um show como de costume, com manobras absurdas. Coisa de mega Tâmega. Aéreos para o Backdoor, tubos, fez tudo o que pode, mas a sorte sorriu para Damian King, que pegou as ondas que abriram e surfou muito.
Vou comecar do início do campeonato, que este ano teve duas categorias: bodyboard e vale-tudo.
O evento começou com o vale-tudo. Um surfista “malandro” foi querer pegar onda na área de competição, o seguranca de área pediu que ele se retirasse e não foi atendido. O surfista (muito do prego por sinal) foi e pegou outra onda.
Aí, chamaram o síndico Kainoa MCgee. Ele entrou como um touro na água remando rumo ao outside. Encontrando o surfista, lhe aplicou uma aula de apnéia grátis.
Encheu, mas encheu o surfista de porrada, socos, caldos, e por fim pegou a prancha do indivíduo e fez com que ele saísse da água remando.
Pensam que acabou? Não. O surfista encrenqueiro Kala Alexander esperava na areia e não teve muita conversa. Deu uma “baiana” no coitado e o trucidou, deixando o cara parecendo o “homem elefante” de tão inchada que ficou a cara do sujeito. Montou e foram socos e cabeçadas. Restaram alguns dentes na areia, tudo documentado e fotografado para a posteridade. Mas, voltemos ao campeonato.
As ondas de manhã estavam com 6 a 8 pés plus, com bons tubos e todos extrapolando. Aéreos incríveis ficarão marcados na memória e na pele de muitos. S. Virtue deu um aéreo que parecia mais um salto ornamental de tão alto.
Hubb mandou alguns incompletáveis, menos pra ele. Alyster “um monstro” Taylor surfou muito. Paulo “sem comentários!” Barcellos mostrou estar a cada ano mais insano. Entrou na bateria, pegou as três maiores bombas que entraram, mas nenhuma tinha porta de saída. E, em uma delas ele abriu o cotovelo. Infelizmente, ele não passou mas mostrou disposição incomum para as bombas do Backdoor.
Guilherme veio de uma primeira bateria muito boa. Entrou na segunda apavorando o Backdoor. Cheguei a ver uma onda em que ele tirou um tubo seguido de ARS e dois rolos animais. Na outra, um 360º aéreo para Pipeline e ainda sobrou um aéreo muito alto numa do Backdoor, que devia ter uns dez centímetros de água embaixo.
Na final, a sorte sorriu para Damian King. Digo sorte não desmerecendo seu surf, mas em uma final do Super Tour, com uma onda como que veio nos 10 segundos de bateria, onde o mar tinha ficado ruim devido ao forte vento Kona (o pior que existe aqui), e abriu e armou do jeito que armou… Eu só posso chamar de sorte.
Damian surfou muito e tirou uma nota 9.5. Ele dropou, deu um 360º dentro do tubo, saiu do tubo com um aéreo e deu mais dois rolos.
Mesmo assim, o Guilherme veio na onda seguinte dando um aéreo absurdo para o Backdoor. Logo na outra onda, GT cometeu uma interferência, que dificultou sua situação.
Mas, ele continuou trucidando, só que os tubos não vinham para ele. E para Damian veio outra do jeito e ele não teve muito trabalho. Foi só botar no trilho e sair para o abraço, finalizando o campeonato em primeiro e vencendo o circuito mundial.
Fiquei como muitos ficarão: chateado. Afinal, estamos mal acostumados com todos os anos GT ganhando. Este ano não foi como nós torcedores queríamos. Mas, pelo que conheço o Guilherme, vejo que ele virá ano que vem “mordido” e que sera difícil superar esse maluco.
Sua chama de vitória tenho certeza que nunca se apagou e com esse vice-campeonato jogaram dinamite na fogueira do “homi”. Agora, é aguardar e esperar, porque ano que vem tem mais.