Ondas Sonoras

Natiruts conta história do reggae

Gravação do DVD Natiruts Reggae Brasil, Salvador (BA)

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Natiruts conta com a presença de lendas do reggae nacional em mega show de gravação de DVD ao vivo. Foto: Ivan 13P

Em 2015, a Natiruts decidiu erguer as bandeiras, as lonas e os lençóis do reggae brasileiro para a união de diferentes tribos, etnias e nacionalidades. No dia 08 de Janeiro, a cidade de Salvador foi o ponto de encontro de uma nação unida pelo respeito mútuo ao reggae feito em nosso país.

Nesta noite de verão, a sempre acolhedora capital baiana celebrou a gravação do DVD Natiruts Reggae Brasil, no qual a banda Natiruts chamou ao palco os grandes nomes do reggae e da música pop feita no país, para um show composto por relevantes composições que bateram e ainda batem forte no peito de quem curte um bom reggae.

Subiram ao palco: Gilberto Gil, Edson Gomes, Ivete Sangalo, Toni Garrido (Cidade Negra), Saulo, Armandinho, Marcelo Mira (Alma Djem), Zeider Pires (Planta & Raiz), Hélio Bentes (Ponto de Equilíbrio), Tati Portella e Sander Fróis (Chimarruts), Duda Diamba, Marceleza (Maskavo), Edu Ribeiro e Sine Calmon.

Teaser do DVD Natiruts Reggae Brasil:

Para deixar o show esteticamente arrebatador, ainda foram convidados os VJs do coletivo Embolex e os artistas plásticos da Galeria A7MA para a criação e concepção das artes de um poderoso cenário de LED.

A união inédita deste time de respeito aconteceu num show único, para mais de 30 mil pessoas, no parque aquático Wet’n Wild de Salvador. O resultado foi uma uníssona homenagem audiovisual ao reggae brasileiro, um lançamento nacional em DVD e CD.

O intuito deste registro é a preservação legítima da memória das grandes composições brasileiras, os hits de um passado recente que servem como uma constante reverência poética para o público e para a história de muitas bandas. Um encontro seminal em favor da energia positiva!

Escute agora os maiores sucessos do Natiruts:

Depoimentos dos convidados

“Me chamaram para vir estar junto, e eu vim. Sou uma espécie de tio mais velho da turma”, Gilberto Gil.

“Foi incrível participar dessa celebração, junto com a nova geração do reggae. E mais incrível ainda é dar de cara com essa energia altamente positiva dessa galera que segurou e absorveu o reggae”, Edson Gomes.

“Natiruts tem canções que fazem parte da história da minha família. Essa família que se formou: marido e filho. Então, hoje eu tava ouvindo e meu filho perguntou: Mãe você vai cantar essa? Eu falei: Eu vou cantar essa aí. Que massa mãe”, Ivete Sangalo.

“Na verdade, é uma coisa que está acontecendo pela primeira vez, fruto do sonho de todos. A atitude da galera do Natiruts vai mostrar pro Brasil que a gente tá aí para fazer a diferença, com música que tem o conteúdo, que tem uma expressão artística e espiritual. Então ? um negócio realmente fenomenal”, Zeider Pires – Planta & Raiz.

“Fazer parte desse movimento todo da reggae music brasileira e ainda mais na Bahia, com esse povo muito ligado às raízes africanas, eu acho que vai dar um curso muito grande pro reggae fortificar”, Tati Portella – Chimarruts.

“Falei pro Alexandre e agradeci a oportunidade dele fazer este show aqui (Salvador). Porque aqui é a terra do reggae, né? Baiano é regueiro mesmo, principalmente Natiruts aqui, a galera ama de coração. É foda. E foi um dia histórico também dividir o palco com Edson. Rapaz! Gilberto Gil e tal”, Saulo.

“Eu quero que DVDs como esse, em que artistas e músicos estejam juntos por afinidade, por estilo musical, enfim, aconteçam mais, mais e mais”, Armandinho.

“Uma noite de luar, de muita vibe positiva porque o reggae leva essa vibração. Bless all, isso aí”, Hélio Bentes – Ponto de Equilíbrio.

Natiruts – Deixa o Menino Jogar:

Biografia Natiruts

A banda nasceu em Brasília com o nome Nativus. Foi fundada em 1996 por Alexandre Carlo que, na época, era estudante. Figurou no circuito universitário da Capital Federal e destacou-se na cena local, até que surgiu a oportunidade de gravar o primeiro CD no Rio de Janeiro. Daí pra frente, a história da banda rumou para caminhos que os próprios integrantes jamais imaginaram trilhar.

Atualmente, com nove CDs e três DVDs lançados, o Natiruts tem uma história de sucesso que pode ser contada a partir de sua discografia. É o que faremos a seguir, passando por todos os álbuns da banda e relembrando todas as canções que figuraram entre as mais tocadas nas rádios do Brasil e que estão na cabeça e no coração da galera.

O disco que carregava o antigo nome da banda, Nativus, saiu em 1997, de forma independente. E foram três faixas que abriram as portas para o mercado fonográfico e tornaram o grupo cohecido em todo o Brasil: “Liberdade Pra Dentro da Cabeça”, “Deixa o Menino Jogar” e “Presente de um Beija-Flor”. A gravadora EMI se interessou pelo disco e tratou de lançar a banda de reggae do cerrado a nível nacional, com força total. O resultado: vendeu tanto que alcançou número de disco de platina e vieram as primeiras turnês, de norte a sul.

Em 1999 – já rebatizada de Natiruts – saiu o disco Povo Brasileiro, que veio para confirmar que a banda não seria apenas um sucesso passageiro. A produção foi assinada por Liminha e, mais uma vez, o Natiruts conseguiu emplacar canções entre as mais tocadas nas rádios brasileiras. Os hits “Eu e Ela”, “O Carcará e a Rosa”, “Meu Reggae é Roots” caíram na boca do povo e o álbum conquistou o disco de ouro.

No ano de 2001, o lendário Tom Capone assinou a produção do disco Verbalize. A faixa título, assim como “Andei Só”, ficaram no topo das paradas das rádios brasileiras durante muito tempo. Com este disco também vieram os primeiros shows fora do país.

Mais um disco produzido por Tom Capone e que vendeu igual ao anterior, Quatro, de 2002, marcou a fidelização dos fãs do Natiruts. A estética e a sonoridade do reggae roots somado a elementos da música popular brasileira marcaram a identidade musical do grupo. “Bob Falou”, “Naticongo” e “Leve com Você” foram as faixas mais estouradas.

Em 2005, a banda encerrou o contrato com a EMI e voltou a ser independente. A cultura underground jamaicana foi saudada no disco Nossa Missão, que trouxe a sonoridade do dub. A produção foi assinada pelo próprio Alexandre Carlo, vocalista e principal compositor do Natiruts. E mesmo sem uma grande gravadora por trás, a faixa “Quero Ser Feliz Também” foi para o primeiro lugar nas rádios brasileiras. E o clipe de “Não Chore Meu Amor”, com a participação de Lirinha foi um enorme sucesso de visualizações.

Para comemorar 10 anos de Natiruts, em 2006, a banda lançou seu primeiro CD e DVD Ao Vivo, gravado no Credicard Hall, em São Paulo. “Natiruts Reggae Power”, a única faixa inédita do repertório, virou mania nacional e o lançamento conquistou o prêmio “DVD de Ouro”. A turnê de divulgação do Natiruts Reggae Power bateu recordes de público no Brasil e no exterior.

O álbum Raçaman saiu em 2009, produzido novamente pelo Alexandre Carlo e mixado em Londres pelo lendário Mad Professor, um dos maiores representantes do dub jamaicano. A sonoridade chegou mais moderna aos ouvidos dos fãs.

Em 2012 a banda voltou com mais um projeto ao vivo: o CD e DVD Acústico no Rio de Janeiro. Este lançamento celebrou os 15 anos de carreira da banda com um registro num visual de tirar o fôlego – o Mirante Dona Marta – e foi indicado ao Grammy Latino 2013 na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro e alcançou o DVD de platina.

Em 2014, a banda se manteve forte na estrada, tendo passado por todo o Brasil, Argentina, Chile e Portugal com o repertório do Acústico. No mesmo ano, lançou o DVD/CD #NoFilter, gravado ao vivo e que trouxe a espontaneidade de um registro não programado.

Em 2015, uma grata surpresa: a famosa listagem da Billboard notificou que a Natiruts está na frente de Tom Jobim na lista de artistas mais escutados no exterior. Enquanto os gringos caem na gandaia com a Natiruts, a banda se prepara para o lançamento do DVD e CD Natiruts Reggae Brasil e se prepara para marcar um novo capítulo no reggae nacional.

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