Neco Padaratz faz estréia matadora em Fiji

Neco Padaratz fez uma estréia matadora no Quiksilver Pro Fiji e marcou 19 pontos de 20 possíveis, novo recorde da competição. Foto: ASP World Tour/Tostee.

Depois de cinco adiamentos consecutivos, o Quiksilver Pro finalmente recomeçou ontem com as baterias da repescagem em ótimas condições, com ondas de até 2,5 metros na bancada de Restaurants, na Ilha de Namotu, em Fiji.

 

O Brasil foi muito bem nesta fase, com o catarinense Neco Padaratz registrando um novo e incrível recorde de 19 pontos de 20 possíveis, ao tirar duas notas 9,5 nos tubos fantásticos de Restaurants. O pernambucano Paulo Moura já tinha despachado um australiano e o niteroiense Guilherme Herdy venceu o confronto brasileiro contra Raoni Monteiro.

 

Com isso, seis brasileiros vão disputar a terceira rodada, que foi iniciada ainda nesta terça-feira em Fiji, mas após a primeira bateria desabou um temporal na Ilha de Namotu e a competição foi suspensa na disputa verde-amarela que começaria em seguida, entre Paulo Moura e Neco Padaratz, adiada para às 8 horas desta quarta – 5 da tarde desta terça no horário de Brasília.

 

O veterano Mark Occhilupo é o primeiro atleta a se garantir para as oitavas-de-final da prova. Foto: ASP World Tour/Tostee.

As ondas foram melhorando durante o dia e, mesmo com o vento ainda forte, Restaurants apresentou condições clássicas para a realização da repescagem. O hexacampeão mundial Kelly Slater tirou a primeira nota alta da terça-feira logo na primeira bateria, recebendo 9,33 pontos em seu melhor tubo na tranqüila vitória sobre o atleta local Isei Tokovou.

 

A maioria dos cabeças-de-chave confirmou o favoritismo, mas algumas baixas merecem destaque, como a do número 3 do ranking, Taj Burrow, por décimos de diferença – 9,70 x 9,60 pontos – para o veterano e bicampeão mundial Tom Carroll e a do vencedor do Quiksilver Pro Fiji 2002, Michael Lowe, barrado em outro confronto australiano por Shane Powell – 16,90 x 11,57 pontos – na segunda e quarta baterias, respectivamente.

 

Uma disputa caseira também marcou a estréia do Brasil na repescagem e o niteroiense Guilherme Herdy igualou o recorde de Slater em sua primeira onda, quando também recebeu 9,33 pontos em mais um tubo espetacular em Restaurants.

 

Convidado do evento, Tom Carroll despachou o top Taj Burrow e segue no evento. Foto: ASP World Tour/Tostee.

Em sua segunda apresentação, Herdy tirou uma nota 6 que definiu o placar de 15,33 x 9,43 sobre o carioca Raoni Monteiro, o único que acabou eliminado e terminou em 33.o lugar na prova, recebendo um cachê de US$ 3,4 mil pela participação e apenas 288 pontos no ranking do WCT.

 

O pernambucano Paulo Moura também começou bem com uma nota 7,5 no confronto com Darren O’Rafferty, mas com duas ondas na casa dos 5 pontos o australiano assumiu a ponta. Moura ficou precisando de somente 2,57 pontos e falhou na primeira tentativa – nota 2,23 – mas nos minutos finais arrancou uma nota 4,4 para confirmar a vitória por 11,90 x 10,17 pontos.

 

Depois desta bateria, as condições melhoraram bastante, as séries ficaram mais constantes e os recordes do Quiksilver Pro Fiji 2004 começaram a cair. Com notas 9,60 e 9, o norte-americano Damien Hobgood superou os 18,57 pontos da maior pontuação da primeira fase registrada pelo australiano Trent Munro. Na disputa seguinte, o australiano Lee Winkler recebeu notas 9,80 e 9 em mais dois tubos incríveis para ampliar a maior marca para 18,80 pontos.

 

Mas, o dono do recorde de maior pontuação trocou de dono de novo no confronto mais espetacular da repescagem. O australiano Michael Campbell pegou o primeiro tubo e abriu a bateria com uma nota 8,17.

 

O catarinense Neco Padaratz, que chegou atrasado em Fiji no primeiro dia e perdeu por WO sua bateria na primeira fase, estreou em grande estilo num tubo ainda maior e mais profundo para tirar uma nota 9,5 em sua primeira onda. As condições estavam épicas e Campbell pega outro ótimo tubo e responde com uma nota 9, abrindo 7,67 pontos de vantagem.

 

Neco aguarda pacientemente por uma outra onda boa e é premiado com um belo tubo, fica entocado na primeira sessão, sai e entra em outro tubo, some lá dentro e reaparece batendo palmas, levantando os braços e vibrando com o momento mágico que lhe rendeu mais uma nota 9,5 e o incrível recorde de 19 pontos de 20 possíveis. Os 17,17 pontos totalizados por Campbell dariam para ele vencer treze das dezesseis baterias da repescagem, mas ele acabou em último lugar na prova.

 

Logo em seguida foi iniciada a terceira fase e o australiano Mark Occhilupo conquistou a primeira vaga nas oitavas-de-final do Quiksilver Pro Fiji ao vencer o havaiano Bruce Irons. A previsão era continuar a competição, mas um temporal desabou na Ilha de Namotu quando iria ocorrer o segundo confronto brasileiro em Restaurants, pois o recordista Neco Padaratz foi colocado junto com Paulo Moura na segunda bateria.

A escalação da terceira fase não foi boa para o Brasil. Além de Neco e Moura, uma outra disputa verde-amarela foi marcada entre Victor Ribas e Peterson Rosa na sétima bateria. Pelo menos, teremos dois atletas garantidos nas oitavas-de-final, mas dois acabarão eliminados em 17o lugar na competição, que dá direito a US$ 4.225 e 480 pontos.

 

Baterias da terceira fase do Quiksilver Pro Fiji

 

1 Mark Occhilupo (Aus) 11.84 x 10.83 Bruce Irons (Haw)

2 Paulo Moura (Bra) x Neco Padaratz (Bra)

3 Pat O’Connell (EUA) x Sunny Garcia (Haw)

4 CJ Hobgood (EUA) x Alain Riou (Tah)

5 Luke Egan (Aus) x Beau Emerton (Aus)

6 Jake Paterson (Aus) x Marcelo Nunes (Bra)

7 Victor Ribas (Bra) x Peterson Rosa (Bra)

8 Andy Irons (Haw) x Tom Carroll (Aus)

9 Kelly Slater (EUA) x Fred Pattachia (Haw)

10 Lee Winkler (Aus) x Richard Lovett (Aus)

11 Daniel Wills (Aus) x Tim Curran (EUA)

12 Guilherme Herdy (Bra) x Trent Munro (Aus)

13 Taylor Knox (EUA) x Shane Powell (Aus)

14 Damien Hobgood (EUA) x Kieren Perrow (Aus)

15 Mick Fanning (Aus) x Cory Lopez (EUA)

16 Dean Morrison (Aus) x Phillip MacDonald (Aus)