Neco Padaratz perto do bicampeonato mundial

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Neco Padaratz está muito próximo de conseguir o inédito título de bicampeão mundial consecutivo do WQS. Foto: Ricardo Macario.

O catarinense Neco Padaratz busca um inédito bicampeonato mundial no WQS e confirma o título se conseguir um quinto lugar na tradicional World Cup of Surfing, batalha final do circuito que começa nesta sexta-feira e vai até o dia 7 de dezembro em Sunset Beach, Hawaii.

 

Enquanto isso, seus três únicos adversários têm que ficar no mínimo entre os dois primeiros colocados para superar os 11.400 pontos de Neco computados no ranking.

 

O evento também é decisivo para outros treze brasileiros que ainda têm chances matemáticas de brigar pelas últimas vagas na relação dos quinze surfistas que serão indicados para o milionário ASP World Championship Tour (WCT).

Aos 21 anos, Bernardo Pigmeu é o mais forte candidato brasileiro por uma vaga na elite mundial do WCT em 2005. Foto: Bruno Lemos / Hawaii Surf Pix.

 

Com o brilhante terceiro lugar na etapa que inaugurou a Tríplice Coroa Havaiana de 2004, em Haleiwa, o jovem pernambucano Bernardo Pigmeu, 21 anos, passou a ser o mais forte candidato entre os que estão fora da lista.

 

Menos de 200 pontos separam ele e o baiano Armando Daltro do franco-brasileiro Eric Rebiere, que defende o último lugar no grupo do WQS que vai completar a elite mundial do WCT em 2005.

 

O paulistano Renan Rocha é o penúltimo e também aparecem praticamente empatados com os dois brasileiros na entrada da zona de classificação o havaiano Roy Powers e o australiano Chris Davidson.

 

Com a troca do pior resultado, caso cheguem nas oitavas-de-final em Sunset, os quatro já ultrapassam Eric Rebiere e Bernardo Pigmeu passa a defender a vaga. A partir daí, quem avançar mais na O’Neill World Cup of Surfing vai confirmando seu nome no WCT, com Renan também tendo que mostrar serviço para garantir seu retorno à elite do surfe mundial.

 

Em Haleiwa, ele perdeu logo em sua primeira apresentação no Hawaiian Pro e continuou perigosamente em penúltimo lugar na lista dos 15. Não só Renan, mas todos os que estavam mais próximos da briga direta pela classificação também não passaram das suas estréias nas ondas irregulares do Alli Beach Park.

 

Agora, o gaúcho Rodrigo Dornelles e o potiguar Danilo Costa têm no mínimo que alcançar as semifinais em Sunset para superar os 7.778 pontos do carioca Eric Rebiere. O niteroiense Guilherme Herdy e o cabo-friense Victor Ribas, que também estão fora dos Top 27 que são mantidos pelo WCT, precisam chegar na grande final da World Cup.

 

Vitinho ainda vai ter que ficar entre os três primeiros colocados, mesma condição do paraibano Fábio Gouveia, que conquistou um excelente quinto lugar na primeira prova da Tríplice Coroa Havaiana, e do jovem campeão mundial Pro Junior, Adriano “Mineirinho” de Souza.

 

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O experiente Renan Rocha é o penúltimo na lista do WQS e terá que trabalhar duro para tentar o retorno aos Top 45, posição que ocupou por muito tempo. Foto: Nilton Santos / Divulgação Onbongo.

Já para os outros quatro brasileiros que ainda podem chegar no WCT, a situação é bem mais complicada.

 

O carioca Marcelo Trekinho e o paranaense Jihad Kohdr só atingem a zona de classificação do WQS se ficarem entre os dois primeiros colocados em Sunset e para os cariocas Pedro Henrique e Leonardo Neves só interessa a vitória. Essa é a condição mínima, mas todos ainda vão depender dos resultados de atletas até de outros países.

 

Já na outra ponta da tabela, o catarinense Neco Padaratz só depende dele mesmo para conquistar um bicampeonato mundial consecutivo e trazer o sétimo título em treze edições do WQS para o Brasil.

 

Se ele chegar nas semifinais, precisará apenas

Mesmo com talento de sobra, Marcelo Trekinho precisa ser vice em Sunset para sonhar com o inédito ingresso na primeira divisão do circuito mundial. Foto: Bruno Lemos / Hawaii Surf Pix.
ficar na frente de um dos três adversários na bateria para confirmar o feito inédito na história do circuito mundial.

 

Mas, Neco ainda pode comemorar a conquista antecipadamente caso seus três únicos concorrentes sejam barrados pelo caminho, já que o sul-africano Greg Emslie e os australianos Luke Stedman e Phillip MacDonald precisam no mínimo chegar na final e ainda terminar entre os dois primeiros colocados para ultrapassarem a pontuação atual do catarinense.

 

Stedman assumiu a vice-liderança do ranking ao chegar nas semifinais em Haleiwa e MacDonald entrou na briga depois do segundo lugar no pódio da mesma prova. Mas durante todo o ano, a disputa pela ponta no ranking foi contra Greg Emslie. Neco recuperou o primeiro posto com uma fantástica vitória em Margaret River, com o carioca Raoni Monteiro completando uma dobradinha verde-amarela no alto do pódio do 6 estrelas “prime” da Austrália.

 

Emslie voltou a liderar em casa, na etapa sul-africana de Durban. Neco defendia o título desta prova, mas perdeu de cara e Emslie ficou em terceiro lugar. No 6 estrelas do Japão veio uma nova troca, quando Neco só ficou abaixo do baiano Armando Daltro no pódio 100% verde-amarelo do Tahara Pro.

 

Depois desse evento, ele voltou ao Brasil e não foi competir na etapa seguinte, na França. Como penalidade pelo WO, teve que enfrentar as triagens em Hossegor e, mesmo passando várias baterias, acabou eliminado antes da fase em que estrearia se fosse um dos cabeças-de-chave da competição.

 

Foi nela que Greg Emslie começou sua caminhada para retomar a primeira colocação no ranking, conseguida com a classificação para as semifinais. Porém, no Brasil foi a vez do sul-africano fracassar antes e com o quarto lugar na final do Onbongo Pro Surfing em Florianópolis (SC), Neco já chegou no Hawaii de novo como o número um.

 

Uma curiosidade marca a primeira bateria da competição: a presença do bodyboarder havaiano e casca-grossa Kainoa McGee, que também surfa de prancha e costuma competir em alguns eventos no Hawaii. Além dele, abrem a disputa o campeão brasileiro Renato Galvão, os havaianos Raymond Reichle, Jason Frederico, Marcus Hickman e o portoriquenho Brian Toth.

 

Ranking WQS 2004 


1 Neco Padaratz (Bra) 11.400
2 Luke Stedman (Aus) 10.322

3 Greg Emslie (Afr) 10.206
4 Phillip MacDonald (Aus) 9.950
5 Chris Ward (EUA) 9.443
6 Raoni Monteiro (Bra) 9.415
7 Toby Martin (Aus) 9.213

8 Travis Logie (Afr) 9.185

9 Richard Lovett (Aus) 9.116
10 Troy Brooks (Aus) 8.990
11 Kirk Flintoff (Aus) 8.788

12 Marcelo Nunes (Bra) 8.715
13 Bede Durbidge (Aus) 8.690
14 Tim Reyes (EUA) 8.658
15 Paulo Moura (Bra) 8.431
16 Frederick Patacchia (Haw) 8.405
17 Trent Munro (Aus) 8.248

18 Renan Rocha (Bra) 8.055
19 Tom Whitaker (Aus) 7.931
20 Darren O?Rafferty (Aus) 7.806
21 Eric Rebiere (Fra) 7.778

22 Bernardo Pigmeu (Bra) 7.636

23 Armando Daltro (Bra) 7.620