Neco Padaratz segue na luta pelo bi em Noronha

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Neco Padaratz perdeu duas pranchas nesta sexta, entre elas a prancha mágica que o acompanhava havia quatro anos. Foto: Ivan Storti / Divulgação Hang Loose.
Além de produzir tubos espetaculares nesta sexta-feira, a força das ondas de mais de 2,5 metros na Cacimba do Padre destruiu muitas pranchas nas oitavas-de-final do Hang Loose Pro Contest 2004.

 

Logo na primeira bateria do dia, iniciada às 13 horas quando a maré começou a encher, o catarinense Neco Padaratz e o paulista Danylo Grillo tiveram suas pranchas partidas nas primeiras tentativas de domar os tubos gigantes da Cacimba do Padre.

 

Neco ainda quebrou outra, mas conseguiu vencer a disputa e Danylo superou por uma pequena diferença o sul-africano David Weare na briga pela segunda vaga. Foi um dos confrontos mais emocionantes de toda a segunda etapa do Circuito Mundial WQS (World Qualifying Series)

Neco Padaratz lamenta a perda da prancha show. Foto: Ivan Storti / Divulgação Hang Loose.
de 2004, cujo prazo termina no domingo, mas pode até ser encerrada neste sábado em Fernando de Noronha (PE).

 

O atual campeão mundial do WQS, Neco Padaratz, continua na busca do bicampeonato e a vitória no Hang Loose Pro Contest vale um prêmio de US$ 10 mil, além de 1.500 pontos que garantem a liderança no ranking que completa a elite mundial do ASP World Championship Tour (WCT).

 

Prancha campeã – Logo após quebrar sua segunda prancha, Neco completou a bateria com uma emprestada pelo também catarinense James Santos. Ele saiu do mar e ficou um tempo

Marcelo Nunes também avançou na competição pegando bons tubos. Foto: Ivan Storti / Divulgação Hang Loose.
lamentando a perda do seu equipamento preferido e que lhe deu muitas vitórias, para depois atender aos jornalistas.

 

“Só espero que todos entendam este momento difícil para mim. É a mesma coisa do que você quebrar o seu laptop com todas as informações necessárias para a realização do seu trabalho. É triste, porque é uma prancha que estou há quatro anos trazendo ela para cá, foi com ela que venci aqui no ano passado, que conquistei a vitória no WCT da França (em 2002) e que me consagrei campeão mundial do WQS no Hawaii em dezembro”, lamentou Neco, que não tem mais pranchas apropriadas para a condição do mar, com ondas fortes e tubulares, em Fernando de Noronha.

 

Sul-africano Warwick Wright foi destaque entre os atletas estrangeiros nesta sexta-feira. Foto: Ivan Storti / Divulgação Hang Loose.
“Foi um dos tubos mais bonitos que peguei aqui na Cacimba. Acho que atravessei um período muito difícil e longo para receber a nota que ganhei, por ter acontecido tanta emoção e os juizes não tem noção do que significa isso. Então, é triste para as duas partes e agora só Deus sabe o que vai acontecer. Eu ainda tenho prancha, só que ela não é adequada para estas ondas que estão rolando aqui. Mesmo assim, a gente tem que ser inteligente o suficiente para saber usar o que tem na mão e continuo acreditando que posso superar todos os problemas. Não vai ser isso que vai derrubar a minha concentração, apesar de que eu amava estas duas pranchas e ia viajar com elas durante um bom tempo ainda”, contou Neco.

 

A bateria foi disputadíssima e só o bicampeão brasileiro Leonardo Neves (RJ) não conseguiu acompanhar o ritmo dos outros três surfistas, que acabaram ficando na casa dos 12 pontos. Assim como na estréia de Neco no Hang Loose Pro Contest 2004, o paulista Danylo Grillo, da Equipe Hang Loose, brigou bastante para conquistar a segunda vaga na bateria.

 

Neco totalizou 12,77 pontos e Danylo marcou 12,73 pontos, com o sul-africano David Weare terminando eliminado com 12,53 pontos. “As ondas estavam muito difíceis e exigiram muita técnica e sorte também. Eu mudei de tática depois de quebrar a prancha e passei a tentar atrapalhar o posicionamento dos outros adversários dentro do mar. Foi a terceira prancha que quebrei aqui neste ano e agora só tenho uma. Vou ter que pegar uma emprestada ou com o (Bernardo) Pigmeu ou com o Marcondes (Rocha) para ficar na areia na próxima bateria. Ainda assim, meu objetivo de chegar no pódio continua firme”, prometeu Danylo Grillo.

 

Se David Weare acabou eliminado por pouco na primeira bateria, na segunda o também sul-africano Warwick Wright dominou o confronto internacional contra o australiano Kirk Flintoff, o franco-brasileiro Eric Rebiere e o niteroiense Bruno Santos, que na quinta-feira surfou o maior tubo do campeonato e que lhe rendeu o recorde de maior nota – 9,43 – do Hang Loose Pro Contest 2004.

 

“Este é o segundo ano que venho para cá. No ano passado, as ondas estavam maiores e muito fortes, mas agora estão bem melhores, com tubos perfeitos. Estou muito feliz pela classificação e me divertindo bastante neste lugar maravilhoso”, falou Wright, de apenas 19 de idade, que avançou junto com Flintoff para enfrentar os brasileiros Neco Padaratz e Danylo Grillo na primeira quarta-de-final.

 

Dos 32 surfistas que competiram na sexta-feira, apenas nove eram estrangeiros e mesmo assim seis se classificaram para as quartas-de-final do Hang Loose Pro Contest 2004.

 

A segunda bateria terá os nordestinos Marcelo Nunes (RN) e Wilson Nora (BA) enfrentando o havaiano Dustin Barca e o sul-africano Travis Logie. Na terceira, o havaiano Jesse Merle-Jones pega três brasileiros: Fábio Nunes (SP), Marcondes Rocha (AL) e Davi de Jesus (SC).

 

E na última quarta-de-final, o sul-africano Paul Canning também vai encarar três brasileiros: Vitor Faria (SP), Pedro Henrique (RJ) e Daniel Hardman (RJ).

 

As grandes surpresas são Davi de Jesus (SC), Vitor Faria (SP) e Daniel Hardman (RJ), que não têm muita experiência no Circuito Mundial e vêm competindo desde a segunda fase das triagens.

 

O primeiro barrou duas estrelas com nível de WCT, Renan Rocha (SP) e Armando Daltro (BA), na sexta oitava-de-final. Vitor Faria venceu o confronto seguinte e Hardman despachou mais dois fortes candidatos ao título do Hang Loose Pro Contest: Paulo Moura (PE) e Fábio Gouveia (PB).

 

Com apresentação da Nova Schin, o Hang Loose Pro Contest 2004 conta com o patrocínio da Hang Loose e Nova Schin, co-patrocínio da Reef, Arnette e da Têxtil Picasso, apoio das surf shops Bali, Overboard, Central Surf, Uluwatu, Surf Trip, Ophicina, Bleat, Styllos, Star Point e Hot Water, além do Governo do Estado de Pernambuco, Administração da Ilha de Fernando de Noronha, Gráfica Formag’s, Revista Fluir, Waves.Terra e Nivana Turismo.