Neco Padaratz pegou altos tubos para vencer a primeira bateria do dia. Foto: Nancy Geringer. |
O evento foi paralisado até às 13 horas, devido as condições difícies do mar. A expectativa era de as ondas melhorarem com a subida da maré, após o meio dia.
Em ondas variando entre 2 e 2,5 metros, o catarinense Neco Padaratz, atual campeão mundial do circuito WQS, o carioca Leonardo Neves, bicampeão brasileiro profissional, o paulista Danylo Grillo, exímio tube rider, e o sul-africano David Weare abriram as disputas do dia.
Como era de se esperar, o duelo foi de alto nível, com os atletas surfando ao extremo para garantir vaga nas quartas-de-final da competição mais tradicional do país. Com isso, além do show de tubos, pode-se ver diversas pranchas sendo quebradas.
Neco Padaratz quebrou duas durante os 25 minutos da bateria. O catarinense contou com o apoio do conterrâneo James Santos, que nos dois momentos levou até ele outras pranchas para que não perdesse a disputa. De volta ao outside, a estrela de Neco continuou a brilhar e ele pegou um tubo difícil nos minutos finais da bateria, garantindo a primeira colocação no confronto.
Neco quebrou duas pranchas em sua bateria. Foto: Nancy Geringer. |
Em segundo ficou o paulista Danylo Grillo na segunda colocação com 12.73 pontos. Grillo também quebrou uma prancha durante a bateria – e a terceira desde que chegou aqui. “As ondas estavam difícies e exigiam muita técnica e sorte. Mudei de tática depois de quebrar a prancha e passei a tentar atrapalhar o posicionamento dos outros adversários”, afirma Grillo.
O sul-africano David Weare acabou em terceiro lugar com 12.53 pontos. Em quarto ficou Leonardo Neves, que não encontrou as ondas e somou 5.43 pontos.
Dos 32 surfistas que competiram nesta sexta-feira, nove eram estrangeiros, sendo cinco sul-africanos. No total de estrangeiros, seis estão classificados para as quartas-de-final.
… e contou com a ajuda do conterrâneo James Santos para substituí-las . Foto: Nancy Geringer. |
“Este é o segundo ano que venho para cá. No ano passado, as ondas estavam maiores e muito fortes, mas agora estão bem melhores, com tubos perfeitos. Estou feliz pela classificação e me divertindo bastante neste lugar maravilhoso”, diz Wright, de apenas 19 anos.
O baiano Wilson Nora também protagonizou um duelo emocionante na quarta bateria. No momento da disputa, as condições do mar estavam ruins e as notas não passavam de cinco pontos.
“Foi uma bateria bem difícil, pois o mar não estava ajudando muito. Parecia que o mar tinha melhorado, mas começou a entrar um vento maral e as ondas ficaram mexidas, não havia tubos. Aí, no final da bateria, nos últimos cinco minutos, o mar deu uma alisada e cada meus adversários pontuaram notas cinco, seis. Pensei comigo que também viria uma onda boa para mim”, comenta Nora.
Sul-africano Warwick Wright é um dos atletas estrangeiros garantidos nas quartas-de-final. Foto: Ivan Storti / Divulgação Hang Loose. |
“É um lugar que estou bastante acostumado e gosto muito. Meu dou bem nas ondas daqui, pois são bastante tubulares. Independente de estar grande, pequeno, fechando ou abrindo, são as ondas que gosto mais”.
A tática de Nora para continuar se dando bem na prova é manter a calma. “Vou continuar calmo, me alimentar bem, comer bastante peixe. Minhas pranchas estão muito boas. É só esperar o momento e entregar a Deus. Estou bastante confiante e só quero passar mais fases”, diz.
O catarinense Davi de Jesus, 22 anos, é a grande revelação do Hang Loose Pro Contest 2004. Competindo desde a triagem, ele fez a mala de diversos atletas de ponta, integrantes e
Davi de Jesus surpreendeu diversos tops e está classificado para as quartas-de-final. Foto: Nancy Geringer. |
Davi está garantido nas quartas-de-final e pega na terceira bateria o cearense Fábio Nunes, o alagoano Marcondes Rocha e o havaiano Jesse Merle Jone.
“Minha intenção era chegar na fase do dinheiro para poder fazer uma viagem ao exterior. Mas, é lógico que conforme você vai passando as baterias, acaba mais empolgado”, comenta o surfista.
“Estou um pouco surpreendido, mas não me considero uma zebra. Sempre acreditei em mim e sabia que poderia chegar aqui”, afirma ele, que virou profissional no ano passado, mas até o Hang Loose Pro Contest não havia conquistado resultados expressivos.
O Hang Loose Pro Contest 2004 distribui um prêmio de US$ 75 mil, sendo US$ 10 mil para o campeão. A prova vale também 1,5 mil pontos para o vencedor. A prova tem até o domingo para ser finalizada, mas tudo indica que será encerrada ainda neste sábado pela manhã.
Confira a galeria de fotos e os resultados parciais do Hang Loose Pro Contest 2004