Fortaleza

Nil Faria supera desafios

0
Nil Faria é o idealizador do Movimento Cultural do Surf. Foto: Denis Sarmanho.

O paraense Nil Faria, locutor oficial dos eventos profissionais de surf no Nordeste e juiz nível dois da CBS (Confederação Brasileira de Surf) e ISA (International Surfing Association), é o idealizador do Movimento Cultural do Surf.

Morador da capital cearense, Nil também foi o vencedor da categoria Melhor Filme de Surf, no Cine Surf Ceará, com o filme Na lata – Uma Viagem pelo Brasil do Surf.

Na entrevista, Nil Faria conta um pouco sobre seus projetos e sobre o sucesso do Movimento Cultural do Surf ocorrido em Fortaleza (CE).

Fazendo um balanço geral, o que você achou destes vinte dias divulgando o surf em um grande shopping center de Fortaleza?

Foi um grande movimento, onde o surf era o tema principal da inspiração dos artistas.

O Movimento Cultural do Surf, levou a milhares de pessoas de Fortaleza um pouco da cultura do universo do Surf, através de exposições de artes, fotografia, moda, música, cinema e vídeo.

Este movimento entrou para a história do surf aqui no estado do Ceará e estou muito feliz. Me sinto realizado em ter produzido e executado este projeto.
 
Quais os benefícios que o surf brasileiro e o surf nordestino obtiveram com esta iniciativa no Ceará?

Acho que divulgar nossa cultura foi um dos maiores benefícios. Nosso esporte possui uma grande indústria que gera bilhões de dólares em todo o mundo, onde vários ‘surfistas artistas’ buscam inspiração no estilo de vida do surf.

Divulgar e fomentar a cultura foram nossos objetivos principais e, graças a Deus, com o apoio de vários amigos conseguimos obter êxito.
 
Conte como foi que surgiu a idéia de fazer um evento como este e quais foram suas grandes dificuldades?

O Movimento Cultural do Surf é um evento que realizo desde o ano de 2000, mas em pequenas edições. Já estive em Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Fernando de Noronha, Fortaleza, Belém, Salinópolis (PA) e em Macapá produzindo exposições de vídeos e fotografias.

Chegamos agora a um novo estágio. Fizemos um grande evento em Fortaleza, cidade onde moro atualmente. Fortaleza saiu na frente, e agora pretendo viajar pelo Brasil. Belém, no Pará, está na nossa lista deste ano ainda.
 
O que o universo do surf e o público podem esperar para 2010? Teremos o Movimento Cultural do Surf em sua segunda versão em Fortaleza ano que vem?

Sim, foi uma grande atração na cidade, e o prêmio Ondas Verdes Mares de Fotografias de Surf chamou bastante atenção da mídia local, nacional e internacional. O caminho é esse, e já estamos trabalhando para 2010.
     
Fale sobre o projeto envolvendo a ida do Movimento Cultural do Surf para Belém?

Já tive algumas experiências no Pará, onde organizamos a exposição Os Caminhos da Pororoca, e em Salinópolis também, com uma grande repercussão e um grande sucesso.

Estarei em Belém ainda este mês para a realização do workshop Surf Pará 2009, onde passarei um pouco do conhecimento que adquiri nestes últimos anos sobre os cursos que fiz na CBS e na ISA, sobre julgamento de baterias de surf e também sobre técnico e instrutor de surf.

Na ocasião faremos o lançamento do Movimento Cultural do Surf no Pará, onde teremos o ‘Prêmio Auêra Auára de Fotografias de Surf’ e o ‘I Cine Surf Pará’.

Temos que nos unir e devemos divulgar nosso esporte da maneira como ele é, ou seja, um caminho saudável para quem o prática.
     
Sabemos que o Ceará é um grande celeiro de campeões, tanto no surf profissional quanto no surf amador, você acha que eventos como este só tendem a melhorar ainda mais o nível de surf e os patrocínios no estado?

Sim, claro. O surf aqui é um meio de vida, muitos jovens procuram uma vida melhor pelo esporte, longe das drogas e de más companhias. Tenho a certeza que unidos formaremos um campeão brasileiro, e dentro de alguns anos um paraense pode estar nesta elite com certeza.
     
Você saberia informar quantas pessoas estiveram presentes visitando a exposição e participando do Movimento direta e indiretamente?

Aproximadamente 200 mil visitantes, com mais de trezentas pessoas envolvidas diretamente no projeto.
     
Quais foram as empresas que apoiaram o Movimento Cultural do Surf e quais as pessoas responsáveis diretamente pelo sucesso do projeto?

Contamos com o patrocínio da Super Film, Pena, Smolder e Greenish e do shopping Benfica. Tivemos também o apoio da D’cofibras, FCS, Bio Board Travel,Pranchas Wally, Cearasurf, Aerivs, Longarina Surf Shop e Açaí do Jojó.
     
O consagrado fotógrafo Francisco Chagas foi um dos grandes destaques, emplacando a exposição de fotos Aloha From Hawai, além de participar da exposição A Esmeralda do Atlântico. Ele foi o vencedor em três categorias, comente um pouco sobre isso?

O Chagas é um ícone da fotografia de surf no Brasil e no mundo, uma fera da fotografia. Foi muito importante para o Movimento Cultural do Surf ele ter participado e vencido com grandes méritos, pois acreditou na proposta do movimento, inscrevendo seus inúmeros trabalhos, que foram premiados.

Muitos talvez não acreditaram no projeto e por isso deixaram de participar. Deram mole, o Chagas ganhou três pranchas e saiu amarradão. Parabéns a ele.
 
Você também concorreu ao melhor filme de surf e foi o grande campeão com o filme Na Lata – Uma Viagem Pelo Brasil do Surf, dentre inúmeros trabalhos de outros profissionais, fale também um pouco sobre isso?

Dedico esta vitória ao meu pai, Argentino Cunha de Faria e a minha mãe, Maria do Socorro de Sousa Faria, foi a vitória da persistência e do talento.

O Na lata teve a felicidade de ter sido editado por um gênio chamado Danilo Carvalho a quem agradeço muito por ter acreditado no projeto e feito um vídeo de surf com teor de comédia e com altas ondas pelo Brasil.

A final foi disputada contra o excelente filme produzido pela empresa Pena, o Spirit Off Freedom, e obtivemos a honra desta grande conquista no primeiro Cine Surf Ceará.

Um sonho que quero dividir com todos aqui no Ceará e com os meus amigos que fazem o surf no estado do Pará, é muito emocionante falar sobre isso.
 
Parabéns pela grande iniciativa envolvendo o esporte no surf no Brasil. Você gostaria de finalizar mandando alguma mensagem?

Açaí com camarão seco e depois um surf na vazante da maré, na praia do Atalaia, em Salinas (PA), com meus amigos, depois tomar varias cervejas lá no Açai Biruta com o Jacaré.

Fonte Craud.net