Espêice Fia

No bico ou na rabeta?

No bico ou na rabeta, o importante é passar a mensagem de que o surfista tem patrocínio

No bico ou na rabeta, o importante é passar a mensagem de que o surfista tem patrocínio. Foto: Arquivo Pessoal.

O tempo passa e as coisas às vezes podem se inverter tal como os aéreos do surf atual. Afinal, do jeito que anda, tem tanto nego invertendo o bico pela rabeta que daqui a pouco os patrocinadores principais vão querer que os atletas botem seus logos na outra extremidade da prancha.

 

Aliás, isso até já acontece, às vezes em duplicidade: logotipia no bico e uma menorzinha na rabeta, entre as quilhas, acima do antiderrapante. Em muitas manobras aéreas atuais, os logotipos da parte traseira saem bem na foto.

 

Ficam visíveis e o que era de ponta cabeça, apruma-se. Mas uma coisa que às vezes acarreta em contratempo, é tambem o tal do adesivo colado na prancha. Tirando o do shaper ou da marca da prancha, hoje em dia são poucos aqueles logotipos que já vem embutidos, na fibra.

 

Os atletas que têm patrocínio no geral carregam seus adesivos quando saem para as trips, em caso de algum extravio. Ou sempre mantém em casa um quiver para as próximas pranchas novas, ou na ocasião de que algum vier a cair.

 

Nesse quesito, é uma lenda! Às vezes a turma não limpa a prancha corretamente, deixa gordura ou algum resíduo de poeira e aí, já viu, bateu na água e descolou. Se bem que adesivo bom (cola boa), fica bem difícil de cair.

 

Mas quando cai em meio a uma trip, quando aquele reserva já não existe mais? A salvação vem na forma de canetinha Permanent Marker. Aí, outro dilema. Alguns procuram ser fiéis ao logotipo em questão. Outros rabiscam de qualquer jeito ou da forma que conseguem e alguns tem criação própria, que muitas vezes pode acarretar em “chamada” da marca que teve a logotipia retratada de outra forma.

 

Algumas empresas numa destas ocasiões, prefrerem os nomes rabiscasdos em vez de ter seu espaço pago em branco. Outras não se queixam e outras até aproveitam o momento, quando aquele desenho feito pelo atleta é publicado e realmente fica “bonito” na foto, pois cria-se ali uma identidade diferente, já que o atleta é formador de opinião.  

 

Já vi empresas dando bronca. Não por mal, mas a maioria tem suas diretrizes. Mas quem não se lembra de alguns logotipos desenhados de diferentes formas por Kelly Slater? Em algumas ocasiões, sua patrocinadora foi além e realmente usou o que o atleta havia criado.

 

Curiosidades à parte, o tal do adesivo às vezes mexe com cabeças de atletas, pois aquele singelo milímetro de expessura quando colado na fibra, no fundo da prancha, faz ela reduzir velocidade pelo atrito.

 

Mas isso é muito pouco! Será que faz tanta diferença? Bom, já tive momentos de ficar encucado e em outros, nem ligar. Mas, realmente é mínimo, da mesma forma em que tempo atrás as pranchas para competidores saiam da lixa seca e grossa direto pra água.

 

Diz a lenda que os riscos da lixa faziam a água passar mais rapidamente. E quando duas pranchas, uma polida e outra na lixa seca, eram colocadas lado a lado, ao jogarmos um pingo, ele escorria mais rapidamente na segunda.

 

De fato, a prancha da lixa seca acabava agregando também mais gordura à prancha, dando em pouco tempo um aspecto de mais uso. Depois a moda passou, voltou ao que era, ou seja, o semi-polido, lixas finas, mas sem o polimento.

 

O melhor mesmo é ir pra água com ondas boas, ir pra uma bateria só penssando em quebrar as ondas, sem se preocupar com coisas milimetricamente insignificantes, pois se o cara ficar encucado, pode até ficar encucado com a quantidade de adesivos na “tábua”, parecendo uma tela de computador, cheia de ícone.

 

Mas se bem que em fórmula 1 tem logotipo até no miolo da roda. E em qualquer lugar, por mínimo que seja, tem seu valor. Será que um dia chegaremos a ter uma prancha tão adesivada quando um carro daqueles?

 

Bom, se vier um “qualquer” agregado, a turma vai estar melhor ainda na “fita”. Vamos assistir ao desenrolar futuro.

 

 

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