Isabela Sousa

Noronha à flor da pele

Isabela Sousa, Fernando de Noronha (PE)

Passei o último Réveillon em Fernando de Noronha (PE), foi uma barca alucinante. Acompanhada do pessoal da marca Pena: eu (Isabela Sousa), Raimundo Pena, Lima Jr. e o fotógrafo Francisco Chagas, saímos de Fortaleza (CE) no dia 29 de dezembro.

 

Fomos até Natal (RN) de carro, onde nos encontramos com os surfistas Alan Johnes e Rodrigo Jorge. Dormimos na casa de Rodrigo e na manhã do dia 30 pegamos um vôo para o arquipélago.

 

Noronha é um dos lugares mais belos que já visitei. Chegando à ilha, não quis saber de outra coisa a não ser surfar. Minha primeira queda foi na famosa Cacimba do Padre com ondas de 1 metro. Fiquei umas cinco horas na água e posso dizer que “matei o verme” de surfar!

 

No dia 31 o mar estava gigante, com ondas por volta dos 5 metros. Neste mesmo dia aconteceu um caso curioso: havia três pessoas na água: meu amigo e bodyboarder Diego Cabral e mais dois surfistas.

 

Entrei na Cacimba e, por incrível que pareça, não passei nenhum perrengue. Chegando ao outside entrou logo uma morra e gritei: “eu vou!”. Desci uma onda animal! Voltei novamente sem nenhum problema, a não ser a adrenalina, que ficou à flor da pele.

 

Quando eu volto um dos surfistas tinha saído e o Diego não aparecia. Depois de meia hora ele aparece, mas sem cordinha nem pé-de-pato, somente com a prancha e falando que perdeu tudo em uma vaca.

 

Por sorte a prancha estava ali quando ele voltou. Diego perguntou se eu não tinha como emprestar um copinho (objeto de plástico para segurar a cordinha) e foi pegar nas minhas coisas, que estavam na areia. Passado mais uns 15 minutos, outro surfista sai da água e fico sozinha na Cacimba. Detalhe: com ondas de 5 metros vindas depois da Laje.

 

Na hora pensei: “vou sair fora. Não sou doida de ficar aqui sozinha!”. Quando a primeira onda da série veio pensei: “bom, tenho que ir nesta porque a primeira vem certa e as demais têm o problema de quase quebrar na cabeça de quem está no pico.

 

Desci a onda e, no meio do caminho, onde fica o buraco “kamikaze”, botei reto para sair sem passar sufoco. Foi quando eu embiquei. Lembrei de quando estávamos no avião e o Lima me falou: “Isabela, se estiver grande e você “vacar” no meio do caminho, não tente sair porque não dá! Você vai ter que entrar novamente e tentar sair nadando por outro lugar”. 

 

As palavras sábias do Lima vieram como uma luz e eu tentando me tranquilizar pensei: “relaxa Isabela, você ainda tem seus pés-de-pato e o mais importante, a sua prancha”. Foi quando eu subi, veio uma bomba e perdi minha prancha.
 
Neste exato momento uma sombra de medo me cobriu e eu fiquei nervosa, mas sabia que o medo neste instante não ia me ajudar em nada então me acalmei com pensamentos do tipo: “relaxa você vai entrar e depois vai sair remando por outro lado (beirando o Morro Dois Irmãos). Passei um sufoco, mas consegui entrar e remei para perto do horizonte, quanto mais perto do horizonte melhor.

 

Foi então que meu anjo da guarda, vendo que eu estava em um perrengue doido, colocou um barco naquele momento para me ajudar. Remei para depois da Laje e apareceu um barco de passeio, por pura sorte já que não havia possibilidade ancorar já que o porto estava fechado.

 

Subi no barco e fomos para o Porto. Chegando lá uma lancha de resgate nos levou até a praia. Agora, imagina a situação, cheguei à praia do Porto e tive que pegar um táxi para voltar para a Cacimba do Padre: somente de biquíni e os pés-de-pato. Por onde andava havia alguém dando aquele assobio clássico de paquera! Realmente foi uma história memorável.

 

Depois voltei para a Cacimba e ainda tive o privilégio de ver a onda dos big riders Alan Rangel e Aldemir Calunga, a grande vencedora do prêmio Greenish de maior onda surfada.
 
Nesta mesma noite fomos para praia festejar o Réveillon ao som de O Rappa. Um show animal! Um réveillon que vai ficar cravado na memória. 
 
Ainda passamos mais dois dias incríveis na ilha com a ondulação menor, mas ainda com altas. Na volta para casa restou a saudade e a alegria desta semana radical em um paraíso brasileiro.

 

Obrigado Senhor, galera da Pena e amigos que fizeram parte deste momento intenso e feliz.
 

Isabela Sousa, conta com os patrocínios da Pena e Governo do Estado do Ceará (SESPORTE). Co-patrocínios: pranchas Genesis e Hydrofins.

 

Fonte Blog Isabela Sousa

 

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