Começa nesta terça-feira e vai até domingo o primeiro grande evento do ano no Circuito Mundial de Surfe Profissional.
Cerca de 150 surfistas de 16 países disputam o Hang Loose Pro Contest 2008, que nasceu em 1986 em outra ilha, Florianópolis (SC), e desde o ano 2000 é realizado nas ondas mais potentes do país, que muitos comparam com as do Hawaii.
Os brasileiros ganharam cinco das oito edições em Fernando de Noronha e o placar histórico de vitórias está empatado em 12 a 12 com os estrangeiros.
O tira-teima é nesta semana na ondas tubulares da Cacimba do Padre, principal palco do esporte na ilha, que certamente vai apresentar grandes momentos num dos lugares mais paradisíacos do mundo.
Os brasileiros praticamente vão iniciar a corrida por vagas na elite do ASP World Championship Tour no Hang Loose Pro Contest, terceira etapa do World Qualifying Series ? WQS 2008 e primeira e única da temporada com nível 5 estrelas classificada como ?prime location? pela Association of Surfing Professionals.
A indicação que apenas oito praias do mundo receberam vale um bônus de 500 pontos e em Fernando de Noronha o campeão leva 2.500 pontos como uma etapa 6 estrelas, contra 2.000 do 5 estrelas normal que abriu a temporada na Califórnia. A diferença é a qualidade da onda de Trestles para os tubos da Cacimba do Padre, pois a premiação total oferecida é a mesma de US$ 110 mil, que começa a ser distribuida na fase que marca a estréia dos principais cabeças-de-chave na rodada composta por 96 competidores.
O catarinense Diego Rosa foi o único representante do Brasil nos Estados Unidos e chegou às oitavas-de-final na Flórida.
A segunda etapa no Hawaii era de nível 3 estrelas e só valia mesmo pelo prazer de surfar os tubos de Banzai Pipeline com apenas mais três surfistas dentro d?água.
O jovem paulista Wiggolly Dantas fez bonito e só parou nas quartas-de-final, quando caíram os últimos estrangeiros. Campeão em casa no 5 estrelas dos Estados Unidos, Patrick Gudauskas defende a liderança do ranking no Hang Loose Pro Contest e é um dos 48 cabeças-de-chave que já entram com a premiação mínima garantida.
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O número 1 deste ano em Fernando de Noronha era Neco Padaratz, mas ele cancelou sua participação no evento e deixou o posto para o sul-africano Greg Emslie. Neco era o único integrante da elite do WCT 2008 que estava inscrito, mas acabou decidindo seguir a maioria e ficar concentrado na abertura da temporada que foi antecipada neste ano para o próximo dia 23.
Buscando encontrar melhores condições de ondas na Gold Coast australiana e o Carnaval no Brasil, terminou aproximando os dois campeonatos neste ano e isso impediu a participação dos brasileiros que vão defender o país na divisão de elite do esporte.
O irmão de Neco, Teco Padaratz, também bicampeão mundial do WQS como ele, falou da decisão: ?Ele disse que sente muito por não estar presente neste evento, afinal ele tem várias boas lembranças de lá, mas diz que está se preparando para encarar o WCT deste ano. Por uma questão de foco, acha melhor se recolher neste momento, guardando as energias para a etapa de Snapper Rocks (Austrália)?.
Com a saída do catarinense, o sul-africano Greg Emslie, que perdeu para o próprio Neco uma final em Fernando de Noronha em 2003, é o novo cabeça-de-chave número 1 do Hang Loose Pro Contest 2008.
O pernambucano Bernardo Pigmeu passa a ser o número 2, o carioca Raoni Monteiro o 3 e o cabofriense Victor Ribas o número 5. Entre eles, o australiano Shaun Cansdell, com o 5 e o 6, Gabe Kling dos EUA, iniciando nesta semana a caminhada para recuperarem as vagas na elite mundial perdidas no ano passado.
O mesmo motivo, a proximidade da primeira etapa do WCT 2008, tirou o atual campeão do evento mais antigo da América do Sul, que estreou em 1986 na Ilha de Santa Catarina e no ano 2000 chegou para ficar no Arquipélago de Fernando de Noronha.
O espanhol Aritz Aranburu, do País Basco, também lamentou não poder defender o título do Hang Loose Pro Contest no Brasil, que tem maioria absoluta entre os cerca de 150 surfistas de 16 países que vão participar do primeiro grande evento do ano no calendário da ASP.
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Alguns ganharam o privilégio de convidados dos organizadores para entrar nas fases mais avançadas, junto dos atletas mais bem ranqueados.
A Hang Loose escolheu surfistas da sua equipe, Danylo Grillo para a última fase das triagens e para a rodada dos cabeças-de-chave o também paulista Junior Faria e o surfista de Fernando de Noronha, Patrick Tamberg.
Já a ASP South America indicou o paulista Miguel Pupo para a fase dos 144 competidores e, para estrear direto no round 96 junto com as principais estrelas do Hang Loose Pro Contest 2008, o catarinense Marco Polo e o cearense Dunga Neto.
?O critério utilizado para definir os wild cards da ASP South America é técnico, pelo desempenho dos surfistas da nossa região no circuito mundial?, destaca Roberto Perdigão, diretor-regional da ASP na América do Sul.
?É uma chance para aqueles que tiveram uma boa colocação no ranking do ano passado, mas que acabam ficando de fora das fases mais avançadas. Sempre por ordem de ranking e por critério técnico. As exceções poderão haver, mas serão apenas em casos extremos?, complementou Perdigão.
A 23ª. edição do Hang Loose Pro Contest tem patrocínio exclusivo da Hang Loose, co-patrocínio da REEF, Supatech Tecidos, Brisbane e Santa Inês e conta com a importante parceria do Governo do Estado de Pernambuco e Administração de Fernando de Noronha, além do apoio da Gráfica Formag’s, Revista Fluir, site Waves.Terra e das lojas de surfe Star Point, Uluwatu, Central Surf, Overboard, Bleat, Hot Water, Sthill, KYW, WQSurf, 900 Graus, Bali Surf Shop, Surf X-Press, Star Surf, Pro Esporte, Tchuk Thones e Surfstore.
O evento homologado pela ASP South America tem apoio da Federação Pernambucana de Surf e Associação Nordestina de Surf (ANS).