Noronha está na mira dos mega empreendimentos turísticos

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#Um assunto de muito interesse para a comunidade surfística e para os amantes da natureza em geral é a polêmica sobre a revisão do uso e ocupação do solo na Ilha de Fernando de Noronha, situada no Nordeste do Brasil, que pertence ao Estado de Pernambuco.

Boa parte da ilha faz parte de um parque nacional, estando, por isso, sujeita a uma legislação muito mais severa em relação às construções. Assim, as pousadas existentes possuem infra-estrutura muito pequena para o atendimento ao turista, pois funcionam nas próprias casas dos ilhéus, e os serviços oferecidos são praticamente caseiros.

Do mesmo modo, o único hotel na ilha também oferece condições moderadas de conforto, especialmente se comparado a outros empreendimentos turísticos. Entretanto, e por isso mesmo, a hospedagem em Noronha possui um charme muito especial que só realça as características naturais da ilha.

A beleza incomparável do lugar e o crescente fluxo de turistas têm levado a uma discussão em torno da melhoria das condições de hospedagem, o que pode ser de fato uma coisa bastante benéfica. Desta discussão, surgiram inúmeras idéias, e as mais defendidas parecem ter ideais opostos.

A primeira sugere que o governo de Pernambuco estimule reformas no hotel e nas pousadas já existentes, que assim se tornariam mais confortáveis e adequadas para receber os turistas. Já uma outra linha totalmente contrária à primeira defende que alguns resorts sejam construídos na ilha, defendendo também um aumento no número máximo de turistas na ilha, o que também é discutível.

Esta última parece ser a que possui o maior apoio entre políticos e empresários, ainda que especialistas afirmem que a construção de resorts e o aumento do número de turistas possam causar impactos muito negativos ao meio ambiente e à cultura local.

As discussões continuam, porém, o que é de se estranhar é o fato de quase todas as notícias sobre este assunto estarem sendo abafadas e acobertadas, de modo que a sociedade não está sabendo o que se passa.

Por isso é bom ficarmos de olhos e ouvidos bem abertos, para que a devastação de Fernando de Noronha, um dos locais mais belos do mundo, não seja permitida por lei para beneficiar interesses econômicos de um grupinho que já conhecemos de outros carnavais…