Noronha: um estúdio a céu aberto

Danilo Costa - Fernando de Noronha 2004

Visual da Cacimba do Padre. Foto: Alexandre Gennari.
Noronha sempre foi um sonho, desde quando comecei a fotografar, com 20 anos, lá em Ubatuba. Nas conversas com a galera só ouvia as histórias de tubos e mais tubos. A cabeça ia para longe, viajando, imaginando, sonhando. Às vezes chegava em casa e ia  para as revistas ver fotos do pico mais lindo do Brasil.

 

Agora posso dizer que é mesmo. Depois de mais ou menos 10 anos destas viagens imaginárias, resolvi que iria para lá de qualquer jeito e no fim do ano de 2003 comecei a agilizar tudo. Na verdade acabei fazendo boa parte do nordeste do Brasil: Paraíba, Pernambuco, etc. E finalmente me vi no aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte.

 

Danilo Costa conhece como ninguém os tubos de Noronha. Foto: Alexandre Gennari.
Cheguei umas duas horas antes do embarque e minha cabeça só visualizava os tubos que tanto me falavam. Mas um comentário feito pelo meu camarada Erick Miyakawa não saía da cabeça: ele me disse que quando viajou para Noronha com o fotógrafo Ted Grambeau e este disse que nunca tinha trabalhado em um estúdio fotográfico ao ar livre tão perfeito como o arquipélago.

 

Embarquei nos famosos e pequenos aviões que levam turistas nessa época do ano, na sua maioria surfistas e fotógrafos com destino ao arquipélago. Embaixo dos meus pés só água, durante uma hora e 20 minutos. Quando estávamos para visualizar a ilha, o avião virou e o sonho tão planejado estava por se completar. Vi de verdade o morro Dois Irmãos e, acredite, vi uma onda alucinante quebrando na Cacimba do Padre, que depois soube que levava o Costinha, atleta de Ubatuba, outro grande amigo meu.

 

Fábio Gouveia também é frequentador assíduo da ilha. Foto: Alexandre Gennari.
No dia seguinte, saímos logo cedo, eu Eric, Danilo Costa e seu irmão e fomos direto para a Cacimba. O caminho em si já é alucinante, os morros, aves, a luz perfeita e muito surf no ar. A única coisa negativa é que é tudo muito caro, mas com razão, pois a ilha é bem preservada e sua distância da costa é grande.

 

Com isso, tudo fica caro, inclusive para os moradores da ilha, que aliás são muito hospitaleiros. Até mesmo o envio do lixo custa muito para a administração da ilha, pois vai tudo para Recife, que fica a 545 km do arquipélago. Chegamos na Cacimba e já vi quebrando 1,5 metros de onda tubulares e perfeitas, com terral, exatamente como eu sonhava.

 

Depois foi só curtir, dia após dia, filmes e mais filmes e muito sol. Por ser bastante afastada da costa, o clima varia a todo momento, de repente está sol e de repente chove, depois de cinco minutos faz sol de novo.

 

Até o músico Gabriel Pensador marcou presença no pico. Foto: Alexandre Gennari.
À noite sempre íamos comer a melhor tapioca que já provei e sempre encontrávamos vários atletas, como Fabio Gouveia e sua família. Além da Cacimba, existem picos como o Cachorro, que também possui uma onda muito boa, e a Conceição, que na hora certa é perfeita, para onde íamos de tarde.

 

Outro lance inesquecível foi o show da banda Nação Zumbi numa noite de lua cheia. Os locais da ilha não viam um show ao vivo há mais de oito anos e ficaram alucinados, foi um show com muita vibe. Entre todas as histórias vividas em Noronha, o que mais levo desta  trip é que realmente os sonhos são para ser conquistados.

Sonhe, acredite e realize!

 

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