Surf Seco

O ano de 2009

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Gabriel Medina, duas notas 10 no Quiksilver King of the Groms 2009. Foto: Chauché / Quiksilver.

Muitas coisas boas rolaram no ano de 2009 .  Tivemos grandes progressos tanto no mundo afora como aqui no Brasil. O aumento da premiação em alguns eventos para US$ 100 mil e a ameaça do novo circuito para televisão projetado pelo Slater foram os principais catalisadores da transformação que está acontecendo.

 

A decisão da disputa do título mundial de 2009 foi bizarra. A diferença era pequena entre os “parceiros” Fanning e Parko. O cenário era Pipeline. Faltando 20 segundos para terminar a bateria do Parko, ainda nas oitavas de final, quando ele perdendo precisava de uma boa onda para se manter vivo na disputa pelo titulo mundial, ele remou decidido para a onda que era sua ultima chance. 

 

A onda era a primeira da série e o resultado foi um wipe-out cinematográfico e um ponto final na disputa dramática A câmera da ASP mostrava naquele momento a mãe do Mick Fanning na praia e a reação dela foi botar as mãos na cabeça de preocupação.

 

Segundos depois, quando viu que estava tudo ok com o melhor amigo de seu filho, ela foi para a comemoração do segundo titulo mundial de Mick Fanning.

 

As conseqüências do El Nino castigaram diversos lugares do mundo. O nosso Brasil querido foi afetado com enchentes e milhares de pessoas tiveram as casas destruídas. Esse fenômeno para o surf frequentemente   provoca ondas épicas no Hawaii. Temporadas como 1969, 1983, 1998 foram marcados por swells históricos.

 

O início da temporada no mês de Dezembro foi presenteada com muios swells.  Rolou até o campeonato Eddie Aikau em Waimea, com swell de 8 a 10 metros com terral.

 

Aqui no Brasil foram diversas conquistas. A performance do Desousa [Mineiro] no World Tour, terminando em quinto e conquistando a sua primeira vitória na etapa da Espanha, foi o maior destaque. O jovem Gabriel Medina apareceu para o mundo vencendo WQS e roubando a cena em Hossegor no King of Grommets. Essa final dele e do Caio Ibelli, outro novo monstro do surf brasileiro, fez história. Foram duas notas dez na final, mas a facilidade, a leveza e como o Medina surfa se divertindo simplesmente contagiou o mundo inteiro.

 

Essa geração que está chegando está sinistra. Se hoje temos três brasileiros de qualidade no WCT e um no top 5, aposto que daqui a pouco tempo, 2011 talvez, o Brasil deve ter mais que um nos top 10 do mundo.

 

Se o wild-card do Neco me deixou emocionado eu imagino ele, o cara mais emotivo da história da ASP… E o Gato, o Picuruta, que é o legend das competições, levou o décimo titulo brasileiro de longboard. Marco Polo no World Tour 2010 está colhendo hoje o que ele plantou e cuidou a vida toda: o seu surf. Jadson mostrou a radicalidade ao mundo e em 2010 é esse ataque ao World Tour.

 

No início do ano rola o Pro Júnior na Austrália, onde será coroado o campeão mundial sub 20. O time do Brasil está tipo “dream team”: Medina [prodígio] , Alejo Muniz [esse é o novo ´muleque que todos temem´ na ASP. Em Sunset ele surfou  como poucos. Pegou as ondas grandes e pesadas e suas manobras funcionais no lip mostraram que esse garoto é de ouro. Ele ganhou o troféu o ´rookie´ do Triple Crown, sempre entregue ao melhor novato.

 

Miguel Pupo [esse ainda vai surpreender], Frankin Serpa [surf radical e moderno] e o Marco Fernandez [ regularfooter radical] formando a dupla da Bahia. Narrabeen vai balançar, quem sabe nas cores verde-amarela. Há muito tempo um australiano não vence esse campeonato. Para mim, esse campeonato é um dos mais interessantes de assistir.

 

Mais uma década está sendo virada e a evolução continua. Aonde as manobras vão chegar e o tamanho das ondas que serão surfadas até 2020 só Deus sabe…
Aloha e boas ondas em 2010 para todos.