Luiz Blanco

O bom no ruim

Michel Bourez fica nervoso ao saber da mega ondulação que atinge o Tahiti. Esse tubo alivia um pouquinho

 

Muito se falou sobre a qualidade das ondas no Rio de Janeiro, colocando em cheque a capacidade da cidade para sediar um evento de porte da elite mundial.

 

Afinal, depois do início do conceito de Dream Tour, ficou mais difícil botar lado a lado as ondas da Barra da Tijuca com lugares como Fiji, Teahupoo ou Pipeline.

 

Há de se convir, a etapa brasileira está entre as piores do ano. E, mesmo se ela fosse remanejada para outro pico de nosso vasto litoral brasileiro, dificilmente fugiríamos da condição de ondas fechando, inconstantes ou mar pequeno.

 

No máximo uma valinha mais em pé ou um tubo abrindo um pouco mais, mas nada que pudesse surpreender os gringos. Essa é a tônica do surf no Brasil. 

 

Só que mesmo em um mar de fechadeiras, existem dois lados, ou dois pontos de vista. Analisando de uma forma otimista, e também mais pessoal, essa etapa é muito interessante por termos a oportunidade de ver os melhores do mundo em condições pra lá de adversas.

 

Condições que conhecemos bem em nosso cotidiano de surfistas brasileiros. Podemos ver o melhor no pior, e os caras realmente tiram leite de pedra.

 

Em um mar em que o maioria de nós, mortais, consideraríamos ruim e fechando, vemos alguns tubos dignos de página dupla em qualquer revista do mundo.

 

Às vezes, fico pensando se reclamamos demais dos mares que temos por aqui, mas depois de olhar bem a linha dos tops, acho que eles é que surfam muito mesmo.


Luiz Blanco é fotógrafo

 

 

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