O leitor mais atento certamente já está ciente de que o SUP race tem grandes chances de fazer parte dos jogos Pan-Americanos de 2019, que serão disputados em Lima, Peru. Isso porque, após a entrada do surf entre as modalidades em disputa, são grandes as chances de que o SUP race também entre nos Jogos (leia a matéria aqui).
Para muitos, uma vez confirmada a entrada do SUP, é dado como certo que a modalidade de Sprint Race Olímpico será o modelo adotado. Ainda que as provas de curta distância realizadas nos mundiais da ISA (International Surfing Association, que encabeça a campanha pela entrada do SUP nos Jogos) sejam Técnicas e não exatamente provas de Sprint, dadas as distâncias e características (ondas, contornos de boias), uma série de fatores que vão desde a agilidade da prova, formato de raia igual ao das provas olímpicas, passando pela facilidade da transmissão (dadas as distâncias curtas) e atenção da plateia, apontam para uma forte tendência na direção do modelo de prova que será realizado entre os dias 14 ao 16 de agosto em Foz.
O Brasil, no entanto, tem pouca tradição nesse modelo de prova. Oficialmente, somente um campeonato brasileiro de sprint race foi realizado até hoje, em 2013, na represa de Guarapiranga, em São Paulo, SP, vencido, na categoria Elite, por Luiz Guida “Animal” e Ariela Pinto.
Agora, com a chegada da segunda etapa do circuito brasileiro, em Foz do Iguaçu, o Itaipu River SUP, que será disputada em modelo Sprint Olímplico, teremos a chance de ver quem são os atletas do Brasil com potencial para se destacar nesse modelo de prova. Será a chance, também, para que a semente da equipe brasileira dessa modalidade seja plantada.
Uma vez confirmada a entrada do SUP no Pan-Americano, muita coisa vai mudar. A começar pela visibilidade e incentivos que nosso esporte irá ganhar.
Em conversa com os organizadores do Itaipu River SUP, me foi revelado que eles estão estudando convidar membros do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e ISA para analisarem o modelo de prova, que terá transmissão ao vivo e será gravada.
Acredito que um título e uma boa colocação nessa prova, dadas as possibilidades e momento que o SUP atravessa, podem ir bem além de pontuação para o ranking brasileiro. Talvez, estajamos testemunhando o embrião da primeira equipe olímpica brasileira de SUP, passando por atletas, treinadores e comissão técnica.
Exagero? Pode ser. Esse texto cumpre a função de propor uma análise, uma vez que não temos a certeza da inclusão do SUP na próxima edição do Pan, e muito menos o modelo de prova adotado, ainda que dadas as dimensões e logística empregada na realização de um evento como os Jogos Pan-Americanos, me parece lógico que o modelo Sprint seja o que mais se encaixa.
Na dúvida, eu prefiro ser otimista e acreditar que o SUP estará no Pan de 2019, pois isso é perfeitamente tangível. Tem muito atleta que percebeu isso e está treinando duro para fazer bonito em Foz.
Para saber mais sobre a segunda etapa do circuito brasileiro de SUP race clique aqui.