Surf seco

O ciclo não pode parar

Jadson André

A praia de Pitangueiras, Guarujá, já lapidou muitos talentos do surf brasileiro. Foto: Paulo Kid / Wavescheck.
A cidade do Guarujá definitivamente respira surf. A proximidade de São Paulo e a facilidade de locomoção para o surf são pontos que a tornam convidativa para um surfista profissional.

 

Da janela do meu apartamento pude acompanhar algumas gerações de atletas, além de ter surfado e visto (ultimamente) muitas ondas e diversos surfistas em diferentes épocas.

 

O que me estimulou a falar sobre esse assunto foi assistir a novíssima geração brasileira representando e surfando muito na praia das Pitangueiras.

 

 

 

O jovem potiguar Jadson André é uma das promessas nordestinas que frequentam as ondas do Guarujá. Foto: Chico Padilha.
Há dez anos também assisti daqui de cima a geração de Fábio Silva, Danilo Costa e cia, ainda moleques, quando moravam por aqui.

 

Eles começaram a era das manobras inovadoras como aéreos muito altos e porradas na junção desgarrando a rabeta e rodando um 360. Essa galera tinha um nível bem alto e acertava quase todas essas manobras. Alguns deles foram e ainda são destaques até hoje.

 

Nomes como Fábio Silva, Joca Jr, Danilo Costa, Fabio Gouveia e outros embaixadores do nordeste influenciaram e mostraram o caminho para muitos surfistas que atualmente estão conquistando um espaço importante no cenário.

 

Alguns membros desse enorme contingente de talentos, como o cearense Charlie Brown e o potiguar Jadson André, têm surfado ultimamente por aqui. Fiquei impressionado com a facilidade do Charlie Brown em dar aéreos 360 com estilo e fluidez.

 

Somando a essa tropa talentos do Sudeste como Nathan Brandi, Jessé Mendes, Miguel Pupo, Matheus e Felipe Toledo, Caio Ibelli e a galerinha “animal” do Sul como Peterson Crisanto, Alejo Muniz e cia, além de muitos outros que estão por aí, temos tudo para sonhar com um futuro promissor.

 

A busca de uma carreira de nível top 45 do WCT vai depender da evolução do surf deles nos fundos de pedra e coral, e quanto mais cedo investir nesse projeto de longo prazo, melhor. Tem que ir pro Hawaii e Indonésia direto.

 

Um bom exemplo é o Neco Padaratz. Eu o vi bem novinho na Joaquina em 87. Naquela época eram poucos surfistas daquela idade arrepiando como ele. Ontem, esse monstro do surf internacional arrebentou com uma nota dez em um tubo em Teahupoo, Tahiti, daqueles longos, profundos e power.

 

Ele sumiu e, de repente, saiu como uma bala… Pra quem quase morreu ali, ele mostrou para o mundo a superação que aquele tubo (garanto que ele jamais vai esquecer) significou.

 

Aloha e boas ondas.

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