Formado em biologia, o baiano Heloy Júnior, 27, encarou as temidas ondas de Jaws no braço logo em sua primeira temporada havaiana.
Na companhia dos conterrâneos Danilo Couto e Lapinho Coutinho, Heloy foi bem orientado e desceu as ondas da vida no pico localizado na ilha de Maui.
Heloy também destacou-se em sessions em Waimea Bay e em alguns outer-reefs do North Shore de Oahu. O baiano chegou a ganhar destaque no site Surfline.
Mas não foram só alegrias que marcaram a passagem de Heloy Júnior pelo Hawaii. Com um caldo sinistro em Jaws, ele passou um grande sufoco e agora concorre ao prêmio XXL na categoria Pior Vaca.
Confira abaixo a entrevista com o big rider, que conta suas impressões de sua primeira temporada no arquipélago.
O que te motivou a vir ao Hawaii e quais as suas impressões da sua primeira temporada?
Eu sempre gostei de pegar ondas grandes. Meu pai sempre me orientou para pegar as maiores. Assistia muitos filmes, com aquelas ondas grandes de Jaws e ele me falava: “Será que dá para pegar no braço”.
As minhas impressões são as melhores possíveis, graças a Deus tudo deu certo e fui bem recepcionado pelos baianos Danilo Couto e Lapinho Coutinho.
Como foi o momento da sua chegada?
Um swell estava prestes a chegar e já estávamos na maior adrenalina. Foram anos de dedicação e esperei muito por este dia. Pegamos altas ondas em vários picos do North Shore e depois fomos para a temida onda de Jaws. Lá eu peguei as maiores ondas da minha vida e tomei o pior caldo também (risos). Foi muito bom, uma experiência de vida inesquecível.
Antes do Hawaii, onde você já havia surfado ondas grandes?
Na Bahia, em picos como farol de Itapuã, Terceira Ponte e vários outros lugares pelo Brasil. Em 2007 ganhei o campeonato de ondas grande Mauricio Abubakir e uma passagem para o Hawaii como prêmio. Tentei o visto, mas negaram.
Com esta passagem fui para o Tahiti. Passei um mês e teve uma semana que surfei com Kelly Slater, Shane Dorian e Raimana Van Bastolaer. Eles faziam a produção do primeiro filme do Kelly em 3D e eu estava amarradão em pegar altas ondas com aqueles caras no paraíso.
Quando foi que você decidiu ir surfar Jaws na remada com os seus conterrâneos?
Eu falei: um dia vou visitar os baianos Mads Dogs (Danilo Couto, Marcio Freire e Yuri Soledade), que entraram para a história ao botar para baixo na remada em Jaws. Depois de muito treino, chegava a minha vez. Só ficava pensando e me preparando para poder chegar e pegar aquelas ondas que antes só surfavam de tow-in.
O que achou da experiência?
Foi sensacional, peguei altas ondas, mas também senti o peso nas costas. Tudo aconteceu bem como eu pensava, a natureza não é nada fácil e muito menos ali, no meio de uma avalanche. Pude conhecer vários big riders, aprender, observar e escutar os mais experientes. Foi muito importante, um momento de reflexão.
Qual foi o seu melhor momento em Peahi este ano?
Estar naquele paraíso foi um momento inesquecível. Mas quando eu e o Lapinho estávamos sozinhos em Peahi e aquelas ondas vinham só para nós, dávamos risadas. Isso é um sonho.
E o pior?
Sem dúvida, foi quando tomei o caldo em Jaws que entrou na disputa do prêmio Billabong XXL 2012.
Como você descreveria esta onda?
Muito grande, forte e pesada. As maiores ondas do mundo.
O que mais te marcou no Hawaii?
A variedade de culturas, ondas e as amizades que fiz. Além de conhecer os primeiros caras que representaram a Bahia e o Brasil no Hawaii, como Paulo Magulo. Fiquei hospedado em sua casa em Maui. Sempre ouvi falar nele, meu pai era seu amigo na Bahia e comentava que pegavam altas ondas juntos.
Quais são seus planos para o futuro?
Pretendo me tornar big rider profissional e aplicar o conhecimento que aprendi com a biologia no dia a dia.
Poderia deixar um recado para nossos internautas?
Muita determinação, respeito e dedicação. Tenha fé em Deus que vamos conseguir realizar nossos sonhos.
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