Maui

O Maracanã do kitesurf

Sylvio Mancusi, Maui, Hawaii

Maui, o maracanã dos velejadores. As raízes do windsurf e kitesurf nas ondas vieram daqueles 800 metros de praia entre Hookipa e a bancada ao lado de Lanes.

 

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O foco dos primeiros atletas a praticar o kitesurf era conseguir andar nas ondas e surfar rebocado pelo vento. No começo, a falta de tecnologia nas pipas não facilitou a modalidade, mas hoje, tanto os precursores quanto os novos adeptos estão em êxtase em Maui e ao redor do planeta.

 

Além disso, Lanes e Kitebeach são focos de matérias apreciadas pelos aficcionados por kite ao redor do planeta. É em Maui que muitos kites e pranchas são aperfeiçoadas e desenvolvidas.

 

Com isso em mente, eu e o campeão mundial da modalidade, o paulista Guilly Brandão, fomos provar o gosto de velejar em Lanes, já que o grande swell que acabávamos de surfar em Jaws havia abaixado, deixando séries que variavam entre 1 e 3 metros nos três dias que velejamos. O vento foi típico de Maui. Ventos extremos entre 35 e 75 quilômetros por hora tornam o local propício somente para kitesurfistas experientes.

 

A performance nas ondas longas de Lanes foi alucinante. Guilly pôde desenvolver seu surf de frontside para defender seu título mundial esse ano. O paulista kitesurfou muitas esquerdas esse ano: Chile, Peru e Ibiraquera. O ataque de frontside está sendo afinado aqui no Hawaii.

 

O local Elliot Leboe foi nossa companhia na água nos melhores dias. A parada foi mais dura do que parecia. A entrada e saída do mar é um caso a parte. Pedras, muitos ouriços e corais expostos deixaram marcas nos pés, braços e corpo.

 

No primeiro dia fiquei por último na água e depois de deixar o kite cair e não conseguir redecolá-lo, a correnteza me jogou para o fundo. Abraçado ao kite, já murcho e cheio de água, fiquei por cerca de uma hora e meia tentando chegar na arrebentação.

 

Quando anoiteceu e notei que as câimbras começaram a aparecer, achei melhor abandonar a pipa e sair nadando. Cheguei chorando de raiva na praia, sem minha pipa alucinante e nova. Mas são ossos do ofício. No segundo dia Guilly também perdeu seu kite, mas ainda com a luz do dia as coisas ficaram um pouco mais fáceis.

 

Emprestei meu kite para ele ir atrás do seu e conseguir rebocar ambos a favor do vento para a próxima praia acessível, que fica a cerca de dois quilômetros de Lanes, a baía de Tavares.

 

Duas lições foram anotadas. A primeira é não andar nos finais de tarde, as chances do vento virar terral são muitas. A segunda é sempre andar de kite acompanhado, seu amigo (a) pode sempre dar uma força.

O projeto kitesurf nas ondas continua. Vamos ver onde os ventos irão nos levar!

 

Aloha!

 

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